Cultura e Lazer

As flutuantes pontuações de crédito

Não sabe como funcionam as pontuações de crédito? Faça umas partidas deste videojogo e talvez alguns conceitos se iluminem.

A premissa de Credit Clash não podia ser mais simples: um confronto de cartas com um opositor de inteligência artificial, em que ambos os jogadores começam com 550 pontos. Para ganhar, é preciso subir até aos 850 pontos ou, em alternativa, fazer com que o adversário desça até aos 300 pontos. Na teoria, parecem favas contadas. Mas, e se dissermos que estes pontos equivalem à pontuação de crédito dos jogadores?

Um labirinto de empréstimos diversificados

As dificuldades começam logo no facto de as cartas não serem as dos naipes habituais. Em vez de espadas, corações, ouros e paus, aqui há cartas verdes de “pagamento”, cartas vermelhas de “confronto”, cartas amarelas de “empréstimo”. A confusão pode aumentar se dissermos que existem quatro tipos de linhas de crédito: automóvel, habitação, educação, cartões de crédito. E o caos pode instalar-se se referirmos que cada linha diferente de crédito equivale a uma ação para o jogador e que… Já se perdeu? Foi propositado. É que, muitas vezes, isto do mundo do crédito-de-qualquer-coisa pode resultar num labirinto de opções, alíneas e obrigações.

Tentemos ser claros e sintéticos sobre este Credit Clash, mais um jogo criado pela Next Gen Personal Finance para promover conceitos ligados à literacia financeira. O importante, neste caso específico, é mostrar as oscilações da pontuação de crédito de um qualquer indivíduo. Como nos iremos apresentar junto das entidades bancárias: clientes de risco ou clientes confiáveis? Seremos daqueles que pagam as prestações a tempo ou incumpridores das nossas obrigações?

Videojogo Credit Clash

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Obter verdinhas para pagar amarelinhas

Aqui, cada crédito (carta amarela) contraído tem de ser pago com X cartas de pagamento (cartas verdes, ou seja, dinheiro). Existem créditos que requerem mais cartas verdes do que outros; por exemplo, a prestação de uma casa ou de um carro é, obviamente, mais elevada do que a prestação de um cartão de crédito. Como cada tipo de crédito equivale a uma ação do jogador, este videojogo incentiva a que se contraiam empréstimos, caso estejam garantidas as condições mínimas para o fazer. Mais créditos sob o nosso nome = mais ações, o que representa novas oportunidades de sacar cartas verdes (para pagar as nossas contas) ou cartas vermelhas (para tramar o computador ou obter preciosas ajudas).

Após três turnos em que biscamos e jogamos um determinado número de cartas, chega a hora dos pagamentos. Sempre que nos portamos bem, saldando tudo a tempo e horas, recebemos pontos positivos. Assim, passo a passo, vamos subindo a nossa pontuação de crédito, aproximando-nos da meta dos 850 pontos. Isto se o evento especial, tirado ao acaso após cada ronda de pagamento, não vier estragar-nos o jogo… Tal como na vida, também aqui podemos ter sorte ou azar. Oh, recebemos três cartas verdes por causa de uma fração premiada da lotaria? Ótimo, assim talvez consigamos comprar um automóvel. Ah, um carteirista roubou-nos as cartas verdes que tínhamos acumulado tão arduamente? Toca a amealhar a partir do zero.

Videojogo Credit Clash

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Não ter mais olhos do que barriga…

Não é fácil apanhar o jeito de Credit Clash logo à primeira. Entrar na mecânica do jogo (e das cores das cartas), mexer com estas contas, créditos, empréstimos e dinheiros, revela-se um verdadeiro desafio. Quer, por isso, dicas mais concretas para atingir o sucesso nesta partida de cartas? Eis os três passos propostos pelos criadores do jogo:

- Pague atempadamente as suas contas;

- Só peça emprestado o que for necessário (estritamente necessário, diríamos nós);

- Não contraia demasiados empréstimos.

Se tivermos em conta estes três princípios, afinal, o confronto com o mundo dos empréstimos descomplica-se e, no caso deste videojogo, passa a ser um desafio simpático. Alcançar a primeira vitória em Credit Clash resulta numa demonstração a nós mesmos de que sabemos controlar os nossos gastos e conseguimos cumprir com as nossas obrigações. O que se revela um alívio, após a sensação inicial de que nunca chegaremos a bom porto. E isto de conseguir respirar à vontade, sem grandes dramas, num jogo virtual – após termos incorporado os mecanismos básicos que fazem oscilar a nossa pontuação de crédito – bem pode ser um passo em frente para que passemos a encarar o mundo real dos empréstimos e das prestações com um bocadinho menos de sufoco…

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Paulo M. Morais cresceu a jogar futebol de rua e a ouvir provérbios ditos pelas avós. Licenciou-se em Comunicação Social e especializou-se nas áreas do cinema, dos videojogos e da gastronomia. É autor de romances e livros de não ficção. Coleciona jogos de tabuleiro e continua a ver muitos filmes. Gosta de cozinhar, olhar o mar, ler.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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