Em 2024, os intermediários de crédito tiveram um “papel relevante” na concessão de crédito habitação e hipotecário. De acordo com o Banco de Portugal, intervieram em cerca 56% dos contratos e 57% do montante financiado.
Importa referir que, ao contrário do crédito habitação, um crédito hipotecário não serve necessariamente para financiar um imóvel. No entanto, este é dado como garantia.
No total (com e sem intermediação) foram celebrados 125.360 novos contratos de crédito habitação, um aumento de 26,6% em relação a 2023. Os números do Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Crédito mostram que o montante concedido também aumentou, tendo atingido os 17,9 mil milhões de euros, mais 32% do que no ano anterior.
“O contexto económico, caracterizado pela descida das taxas de juro, aumento do rendimento disponível e implementação de medidas legislativas dirigidas à compra de habitação, contribuiu para o crescimento da concessão de crédito à habitação e hipotecário”, aponta o regulador no relatório.
Ao mesmo tempo “as medidas dirigidas a mutuários com idade até aos 35 anos, nomeadamente isenções fiscais aplicadas na segunda metade do ano” também contribuíram para este aumento.
Preços na habitação levaram clientes a pedir mais dinheiro
O montante médio dos empréstimos no crédito habitação aumentou 4,3%, de 136.967 euros, em 2023, para 142.791 euros euros, em 2024. O Banco de Portugal nota que este crescimento aconteceu “num contexto em que se registou um aumento de 9,1% nos preços da habitação”.
Mais de um terço dos novos contratos (34,8%) foram para empréstimos superiores a 150 mil euros, um peso que aumentou em relação a 2023, quando os novos créditos com estas características representaram 30,3%.
Do lado contrário, “voltou a diminuir o peso dos contratos celebrados com montantes inferiores a 90 mil euros”, tendo também havido um “decréscimo no peso da contratação com montantes entre os 90 e os 120 mil euros”, aponta o relatório.
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