Em 2024, o montante concedido no crédito ao consumo aumentou 10%, passando de 7,7 mil milhões de euros para 8,4 mil milhões de euros. Ao mesmo tempo, os novos contratos aumentaram 5%, de 1,6 milhões para 1,7 milhões.
Os números fazem parte do Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Crédito do Banco de Portugal, que justifica esta evolução com o “contexto económico favorável, caracterizado pela aceleração da atividade económica e robustez do mercado de trabalho, em que se registou uma descida da inflação e das taxas de juro, contribuindo para uma redução generalizada do risco de crédito”.
No ano passado, 50,1% do crédito aos consumidores foi concedido diretamente pela instituição de crédito, ficando 49,9% a cargo dos intermediários de crédito a título acessório.
Contratos e montantes de crédito aumentaram em todos os segmentos
“O mercado de crédito aos consumidores observou um crescimento sustentado durante o ano de 2024”, destaca o Banco de Portugal. Este crescimento foi transversal a todos os segmentos, com o crédito automóvel a ser aquele que registou a evolução mais acentuada.
Neste segmento, foram celebrados mais 13% de contratos em relação a 2023 (de 190.608 para 215.349) e o montante concedido aumentou 15%, de 2,9 mil milhões de euros para 3,3 milhões de euros. Este crescimento fez com que o crédito automóvel tenha aumentado o seu peso no montante total de crédito aos consumidores, tendo representado 39,2% do financiamento em 2024 (37,5%, em 2023).
Neste campo, o crédito pessoal continua a ser o mais expressivo, apesar de ter perdido peso (43,9% contra 45,3%), fruto de um crescimento menor do que o do crédito automóvel no montante concedido em 2024. Este segmento cresceu 6,6%, tendo financiado 3,7 mil milhões de euros distribuídos por mais de 527.121 contratos (mais 2% do que em 2023).
Por fim, o crédito revolving (que inclui cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto) foi aquele em que se celebraram mais contratos (932.230 e crescimento de 5,1%). Ainda assim, é o tipo de crédito com o montante mais baixo (1,4 mil milhões de euros e crescimento de 8,2%), que se pode explicar pelo facto de ter o financiamento médio por contrato mais baixo dos três segmentos: 1.500 euros.
É que um contrato de crédito pessoal teve um financiamento médio de sete mil euros e um empréstimo automóvel um montante médio por contrato de 15.300 euros.
