O montante total de crédito habitação concedido pelos bancos às famílias voltou a aumentar em agosto, atingindo o valor mais elevado em mais de nove anos.
De acordo com os dados revelados pelo Banco de Portugal, o stock de empréstimos para habitação totalizava 100,4 mil milhões de euros no final de agosto, mais 514 milhões de euros do que no mês anterior. Trata-se de um crescimento mensal de 0,5%, o mais expressivo desde dezembro de 2021, e que elevou o stock total para o valor mais alto desde abril de 2015.
Quando comparado com o mesmo mês do ano passado (agosto de 2023), o montante total de crédito habitação contratado pelas famílias registou um aumento de 1,2%, naquele que foi já o terceiro mês consecutivo de crescimentos homólogos. Em julho, o aumento havia sido de 0,6%, e em junho de 0,3%. Em maio, foi registada uma variação nula, após um período de 10 meses consecutivos de quebras homólogas (entre julho de 2023 e abril de 2024), marcado pela subida dos juros dos empréstimos.
No conjunto dos países da Zona Euro, o crescimento anual do stock de empréstimos à habitação foi de 0,6%, em agosto, pelo que em Portugal observou-se uma subida superior à média pela primeira vez desde novembro de 2010. Contudo, como salienta o regulador, entre os países da área do euro com taxa de variação anual positiva, Portugal foi um dos que apresentaram um crescimento mais baixo.
No que respeita ao crédito ao consumo, o montante de empréstimos aumentou 137 milhões de euros relativamente a julho, para 22 mil milhões de euros. É um crescimento de 7,2%, face a agosto do ano passado, o maior desde fevereiro de 2020.
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Depósitos das famílias diminuem 700 milhões de euros
O Banco de Portugal revela ainda que, no final de agosto, o stock de depósitos de particulares nos bancos residentes em Portugal totalizava 188,3 mil milhões de euros, menos 700 milhões de euros do que no mês anterior.
“Esta variação resulta da redução de 1,7 mil milhões de euros de responsabilidades à vista, compensada parcialmente pelo aumento de mil milhões de euros dos depósitos a prazo”, explica o regulador.
Apesar desta redução face a julho, se comparado com o mesmo mês do ano passado, o stock aumentou 7,8%.
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Crédito a empresas cai e depósitos crescem ao maior ritmo em 14 anos
No que respeita às empresas, agosto fica marcado pela diminuição do stock de empréstimos e pelo crescimento dos depósitos ao ritmo mais acelerado dos últimos 14 anos.
Como mostram os dados do Banco de Portugal, o stock de empréstimos concedidos pelos bancos diminuiu em 637 milhões de euros, para 72,3 mil milhões, o que traduz uma variação nula, quando comparado com agosto de 2023.
“As grandes empresas e as microempresas mantiveram taxas de variação anual positivas (2,1% e 5,7%, respetivamente), enquanto as pequenas e médias empresas continuaram a registar taxas negativas (-2,8% e -5,4%, respetivamente)”, detalha o relatório.
Já os depósitos de empresas aumentaram 2,8 mil milhões de euros, para um total de 66,5 mil milhões no final de agosto, o que representa o maior crescimento mensal desde setembro de 2010. Face a agosto de 2023, a subida foi de 1%.
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