Como ganhar dinheiro duas vezes com o seu PPR

Quer fazer crescer o dinheiro que investiu no seu Plano Poupança Reforma (PPR)? Saiba como pode aproveitar as oportunidades.

Há várias razões que o podem levar a fazer um (ou vários) PPR e a reforçá-los mensalmente ou anualmente. Neste momento, há mais de 2 milhões de portugueses que têm um PPR. Mas ter um PPR não quer dizer que seja necessariamente uma coisa boa, porque há excelentes PPR e péssimos (em termos de rendimento) PPR. Mas sobre isso falaremos noutra altura.

Nesta crónica quero falar para quem já tem um PPR com um valor razoável (5 ou 10 mil euros) e que precisa desse dinheiro ou que quer aproveitar todas as oportunidades para fazer crescer esse dinheiro.

Leia ainda: Guia sobre PPR: Chega de dúvidas sobre Planos Poupança Reforma

Repetir a dedução no IRS com o mesmo dinheiro?

Esta é, para mim, a grande novidade das duas medidas tomadas pelo Governo para ajudar a mitigar a inflação. Tem vários artigos na internet e com certeza já ouviu na comunicação social como pode - sem penalização das Finanças - resgatar mensalmente o valor do IAS (Indexante de Apoios Sociais) que é de 480,43 euros em 2023, e o valor da sua prestação mensal (sem limites) do crédito à habitação. E acumulam. Não vou explicar neste momento como funciona cada um deles, porque prefiro chamar a atenção para a oportunidade que isso pode criar.

Sem estas duas medidas, o valor que tinha no seu PPR só podia ser resgatado sem penalização por parte das Finanças no âmbito das exceções previstas na lei (60 anos, doença, desemprego, estudos, ou pagar a prestação da casa - mas só após cinco anos).

Agora, com estas suas alternativas - que não implicam nenhuma penalização por parte das Finanças - pode resgatar 480 euros por mês (desde que os valores tenham sido subscritos antes de 30 de setembro de 2022). Ora, isso dá 5.760 euros em 2023.

Para ter o máximo de reembolso com a dedução de PPR no próximo IRS, bastam 2.000 euros.

Leia ainda: PPR: Resgates para crédito habitação são os únicos ilimitados

PPR: As "maravilhas" das deduções fiscais

Portanto, com esta estratégia, um casal pode resgatar 4.000 euros, resgatando mensalmente o valor do IAS junto da sua instituição financeira, e voltar a subscrever 2.000 euros cada um no mesmo PPR ou em outro que considere mais rentável e voltar a colocar esse dinheiro no IRS de 2023, a entregar em 2024. Com isto, vai receber novamente até um máximo de 800 euros (400 euros+400 euros) de acordo com a idade, no reembolso do IRS (caso tenha retenções na fonte suficientes).

Caso esta situação não se aplique a si (por ter subscrito algum valor após 30 de setembro de 2022), pode - também sem qualquer penalização - pagar mensalmente a sua prestação do crédito à habitação. Se a prestação for de 600 euros por mês, pede ao seu banco o formulário para que esse valor seja pago pelo PPR e esses 600 euros que ficam na sua conta à ordem (por não saírem como normalmente) coloca-os no PPR novamente. E faz isto até atingir o valor global necessário para atingir a dedução máxima no IRS. É uma estratégia que dá algum trabalho, mas que, como expliquei, lhe pode fazer render até um total de 800 euros por casal, após ter recebido esses mesmos 800 euros no ano em que os subscreveu originalmente.

Tenha, em todo o caso, em atenção que pode não ter penalizações por parte das Finanças, mas pode ter penalizações por parte da instituição financeira e terá sempre de pagar imposto sobre as mais-valias, se esse PPR estava a ter lucro. Mas mesmo assim deve compensar e muito.

Portanto, em conclusão, com 4.000 euros pode “fazer” 1.600 euros sem nenhum esforço. São as “maravilhas” das deduções fiscais, quando começamos a ter alguma literacia financeira e dominamos as várias ferramentas de investimento.

Leia ainda: Devo fazer um PPR?

Pedro Andersson nasceu em 1973 e apaixonou-se pelo jornalismo ainda adolescente, na Rádio Clube da Covilhã. Licenciou-se em Comunicação Social, na Universidade da Beira Interior, e começou a carreira profissional na TSF. Em 2000, foi convidado para ser um dos jornalistas fundadores da SIC Notícias. Atualmente, continua na SIC, como jornalista coordenador, e é responsável desde 2011 pela rubrica "Contas-Poupança", dedicada às finanças pessoais. Tenta levar a realidade do dia a dia para as reportagens que realiza.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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