Investimentos

Junho: Otimismo dos investidores

Apesar das subidas de juros dos bancos centrais e dos fracos dados económicos, junho ficou marcado pelo otimismo dos investidores.

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Junho: Otimismo dos investidores

Apesar das subidas de juros dos bancos centrais e dos fracos dados económicos, junho ficou marcado pelo otimismo dos investidores.

O mês de junho, invariavelmente, ficou marcado pelas reuniões dos diferentes bancos centrais e que despertam sempre enorme atenção nos investidores.

Assim, durante o mês que terminou, o Banco Central Europeu, Banco de Inglaterra e os bancos centrais da Suíça, Noruega e Turquia subiram as taxas de juro. Conforme temos vindo a acompanhar, estamos na presença de uma tendência mundial ou da “aplicação do antídoto” que tem como objetivo reduzir a inflação. Após vários meses de subidas consecutivas, alguns blocos já começam a estabilizar a política monetária com algumas pausas na escalada de taxas de juro, de forma a poderem analisar os dados relativos à evolução da inflação.

Reserva Federal Americana

A Fed (Reserva Federal Americana) é o banco central de referência no mundo. Muitos acabam por seguir os seus passos no que à política monetária diz respeito. Como tal, todas as reuniões dos governadores da Fed são esmiuçadas e devidamente analisadas. Pela primeira vez, depois de várias subidas em reuniões consecutivas, os governadores do banco central americano optaram por fazer uma pausa na tendência que vinham seguindo. Esta tomada de posição teve por base os indicadores que demonstram que a inflação já se encontra numa trajetória descendente.

Contudo, Jerome Powell não deixou de referir que esta pausa não significa que não teremos mais subidas na taxa de referência. Aliás, reforçou que deverão existir mais duas subidas da taxa de juro americana até ao fim do ano, o que demonstra que o plano de combate à inflação continua a ser o objetivo e o foco principal. A diferença é que as próximas subidas serão muito mais faseadas e não abruptas como nos primeiros meses de 2023. Fica apenas a faltar a resposta à principal questão: quando é que a trajetória de subidas de taxas irá terminar? Serão os indicadores económicos a dar uma resposta concreta a esta questão.

BCE

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), voltou a subir as taxas, indo ao encontro das expectativas. Apesar disso, havia quem pensasse que tal poderia não acontecer, uma vez que o banco central americano tinha anunciado uma pausa nos dias anteriores. A realidade é que o BCE começou a implementar esta dinâmica de subidas de taxas de juro alguns meses mais tarde que os EUA, pelo que ainda se encontra num processo menos avançado e, como tal, tem de continuar a fazer aquilo que está ao seu alcance para combater a subida dos preços dos bens e serviços (inflação).

Leia ainda: Bancos centrais (ainda) não desarmam na luta contra a inflação

Resposta dos investidores

Durante o mês de junho surgiu um conjunto de acontecimentos que poderiam ter tido uma resposta diferente por parte dos investidores e dos mercados financeiros: as subidas, já referidas, das taxas de juro por parte dos diferentes bancos centrais, a que se juntam os tons agressivos dos discursos dos seus governadores; as difíceis relações entre EUA e China; fracos dados económicos que continuam a apontar para uma possível recessão; instabilidade interna na Rússia (grupo Wagner vs. Putin) e instabilidade em França com um conjunto de manifestações e protestos por todo o país.

Todos estes exemplos poderiam ter tirado confiança aos mercados financeiros e gerado uma reação de proteção por parte dos investidores. Mas tal não aconteceu. A performance do mês de junho foi muito positiva no segmento acionista, com destaque para o mercado americano e japonês. Do lado das obrigações, as de menor qualidade creditícia foram as que tiveram melhor comportamento, o que demonstra, de uma forma clara, o otimismo dos investidores. A geografia que acabou por ter pior performance nos dois segmentos (obrigações e ações) foi novamente a China, que apresentou dados económicos que apontam para uma recuperação menos acentuada, apesar da garantia de que o target de crescimento económico (5%) irá ser alcançado.

Performance das carteiras em junho

As carteiras modelo acabaram por ter performances diferentes. A moderada caiu 0,28% no mês, o que se justifica pelo seu caráter mais conservador. Já a dinâmica valorizou 0,68%.

Desempenho da carteira com perfil moderado

Moderado

Composição da carteira com perfil moderado

Desempenho da carteira com perfil dinâmico

Dinâmico

Composição da carteira com perfil dinâmico

Objetivo das nossas carteiras

Quando, em março de 2021, criámos estas duas carteiras virtuais, o nosso objetivo passou sempre por saber explicar os movimentos de mercado e a influência que tinham nas nossas carteiras. Temos tido sempre esta preocupação, até porque o investimento é um processo que se prolonga no tempo.

Como exemplo, em maio de 2021, reduzimos risco nas carteiras por entendermos que a performance dos mercados financeiros não tinha uma justificação lógica ou racional. Demorou algum tempo, mas a realidade é que o nosso posicionamento atual, apesar de apresentar uma performance negativa, está melhor do que a carteira inicial.

É importante também realçar que ao longo da viagem ou processo de investimento irão existir muitas oscilações e momentos de enorme volatilidade. O fundamental é perceber onde estamos investidos e porquê. Perceber que no meio do pânico existem sempre oportunidades, e ter a racionalidade para distinguir e encontrar ativos de qualidade. Porque esses, quando tudo acalmar, irão recuperar e gerar retorno…

Nota: As carteiras do Doutor Finanças não são nem devem ser entendidas como um conselho a investir neste ou naquele tipo de instrumento financeiro. As nossas carteiras foram criadas apenas para permitir ilustrar quais os riscos e os benefícios potenciais de investir, direta ou indiretamente, em instrumentos financeiros como ações e obrigações.

Leia ainda: Maio: Investidores continuam prudentes

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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