Investimentos

Maio: Investidores continuam prudentes

Com os investidores a revelarem prudência e aversão ao risco, as carteiras de investimento fecharam o mês a valorizar menos de 0,5%.

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Maio: Investidores continuam prudentes

Com os investidores a revelarem prudência e aversão ao risco, as carteiras de investimento fecharam o mês a valorizar menos de 0,5%.

Durante o mês de maio, os investidores continuaram a demonstrar prudência e até uma certa aversão ao risco, que é natural em função do contexto que estamos a atravessar.

Negociação do teto de dívida nos EUA

Maio foi o mês em que se negociou o aumento do “teto de dívida” por parte dos dois partidos americanos (Republicano e Democrata). Para termos uma ideia geral da importância deste tema, caso os dois partidos não chegassem a acordo relativamente a esta questão, o Estado americano deixaria de ter recursos para pagar salários e providenciar todas as despesas públicas necessárias para o dia-a-dia dos cidadãos americanos.

Assim, por norma, esta altura acaba por trazer para cima da mesa algumas exigências do partido que não está no poder (Republicano) e, em sentido inverso, cedências do governo americano, de forma a poderem alcançar um acordo que permita ultrapassar o bloqueio, através de um aumento do teto de dívida.

Do lado dos investidores, existe sempre alguma expectativa sobre estas negociações que, por norma, terminam num acordo entre os dois partidos. Por conseguinte, este período traz sempre alguma instabilidade e alterações comportamentais dos investidores: os preços das obrigações americanas caem, uma vez que existe a possibilidade de um shutdown de muitos serviços públicos. Com o passar dos dias de negociações, a incerteza vai sempre aumentando, embora, historicamente, os dois partidos tenham conseguido sempre alcançar um acordo que permite desbloquear a situação.

Europa a sentir dificuldades

Apesar de o setor dos serviços estar a apresentar uma boa dinâmica, a realidade é que a Europa tem vindo a sentir dificuldades em termos económicos. Por um lado, o conflito Rússia/Ucrânia e, por outro, as fortes subidas das taxas de juro implementadas pelo banco central com o objetivo de acalmar a inflação. Estes são os pontos principais que justificam um abrandamento económico, demonstrado nos indicadores divulgados pela Alemanha (que é a maior economia europeia), que apresentou, pelo segundo trimestre consecutivo, uma ligeira contração do PIB. Por definição, quando uma economia apresenta dois trimestres seguidos de contração, estamos a atravessar uma recessão. Ainda é cedo para tirarmos grandes conclusões sobre estes dados, apesar de existirem motivos de preocupação relativamente à evolução económica da União Europeia.

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Performance das carteiras em maio

O mês de maio encerrou com valorizações positivas nas nossas carteiras modelo: a moderada com uma subida mensal de 0,2%, e a dinâmica com um ganho de 0,48%.

Principais catalisadores positivos

Num mês marcado por alguma indefinição, houve um ativo que claramente se destacou: a exposição ao setor tecnológico americano, que tem sido o grande vencedor dos últimos anos, voltou a demonstrar toda a sua robustez.

Se analisarmos a performance dos principais índices bolsistas americanos (S&P 500 e Nasdaq 100) percebemos que estão positivos, muito devido ao comportamento das empresas tecnológicas americanas (Apple, Microsoft ou Alphabet) que têm um peso cada vez maior nos mercados financeiros. Estas empresas acabam por camuflar a instabilidade que se verifica noutros setores que são importantes para a economia e que têm menor expressão bolsista. No segmento obrigacionista, a exposição à dívida emergente teve um contributo muito positivo para a performance das carteiras.

Ativos com performance negativa

Sem surpresa, os ativos que contribuíram mais negativamente para a performance mensal foram os que têm exposição a dívida americana. O motivo é simples e percetível: com a incerteza em torno da negociação do aumento do teto de dívida, o risco sobre esta dívida aumentou, fazendo com que o seu preço caísse à medida que as negociações se iam desenrolando.

Desempenho da carteira com perfil moderado

Carteira perfil moderado maio

Composição da carteira com perfil moderado

Desempenho da carteira com perfil dinâmico

carteira perfil dinâmico maio

Composição da carteira com perfil dinâmico

Objetivo das nossas carteiras

Quando, em março de 2021, criámos estas duas carteiras virtuais, o nosso objetivo passou sempre por saber explicar os movimentos de mercado e a influência que tinham nas nossas carteiras. Temos tido sempre esta preocupação, até porque o investimento é um processo que se prolonga no tempo.

Como exemplo, em maio de 2021, reduzimos risco nas carteiras por entendermos que a performance dos mercados financeiros não tinha uma justificação lógica ou racional. Demorou algum tempo, mas a realidade é que o nosso posicionamento atual, apesar de apresentar uma performance negativa, está melhor do que a carteira inicial.

É importante também realçar que ao longo da viagem ou processo de investimento irão existir muitas oscilações e momentos de enorme volatilidade. O fundamental é perceber onde estamos investidos e porquê. Perceber que no meio do pânico existem sempre oportunidades, e ter a racionalidade para distinguir e encontrar ativos de qualidade. Porque esses, quando tudo acalmar, irão recuperar e gerar retorno…

Nota: As carteiras do Doutor Finanças não são nem devem ser entendidas como um conselho a investir neste ou naquele tipo de instrumento financeiro. As nossas carteiras foram criadas apenas para permitir ilustrar quais os riscos e os benefícios potenciais de investir, direta ou indiretamente, em instrumentos financeiros como ações e obrigações.

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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