Literacia financeira

O que é a liquidez e porque importa?

Liquidez é um conceito que deve conhecer e ter em mente para uma gestão cuidada do património. Saiba do que se trata neste artigo.

Literacia financeira

O que é a liquidez e porque importa?

Liquidez é um conceito que deve conhecer e ter em mente para uma gestão cuidada do património. Saiba do que se trata neste artigo.

Liquidez é daqueles conceitos que ouvimos e lemos com muita frequência associados a empresas ou a Estados. Mas na verdade este termo também se aplica no dia a dia de todos, de forma individual, mesmo que nem se dê por ele. 

De forma simplificada pode dizer-se que é uma medida que reflete a facilidade e velocidade em que se pode converter um ativo em dinheiro. Analisamos agora como é que este conceito está presente no quotidiano de cada um e porque é que devemos tê-lo em atenção. 

Duas dimensões da mesma medida

Liquidez trata-se então da conversão de um ativo em dinheiro. Mas esta pode ser analisada em duas dimensões: na facilidade de conversão e na sua cotação - ou perda de valor

Isto porque um ativo pode ser difícil de converter em dinheiro (ou seja, tem uma liquidez baixa), mas se perder valor, se o montante for mais baixo ou se houver muita procura, a conversão pode ser facilitada (aumenta a liquidez). 

Olhemos para este exemplo: determinada casa tem o valor de venda determinado nos 150.000€. Por norma este é um ativo de baixa liquidez, porque não é de um dia para o outro que se converte em dinheiro. A venda de uma casa passa por processos burocráticos e de negociação que podem demorar meses. Mas se o valor da casa baixar para 120.000€, é provável que a sua liquidez aumente, porque poderá haver mais interessados, não haverá margem de negociação, e a venda será, à partida, mais célere. No entanto, a casa perdeu valor. 

Este é um exemplo que nos indica que uma grande liquidez pode envolver perda de valor. 

Contudo, este cenário pode não se verificar. Se tiver uma casa numa localização de muita procura e pouca oferta, poderá conseguir vender o imóvel num curto espaço de tempo e por um preço que até pensava não ser viável. Neste caso, também há uma elevada liquidez e não há perda de valor.

Aplicação no dia a dia

No dia a dia, a maioria das dinâmicas são de liquidez invertida. Ou seja: trocamos dinheiro por ativos, de maior ou menor importância. Desde as calças de ganga à bicicleta ou até mesmo ao carro ou à casa. A verdade é que o que nos pertence tem um determinado valor e pode ser, em algum momento e se assim o desejarmos, convertido em dinheiro. Vender roupa em segunda-mão, a bicicleta ou a casa, é trabalhar a liquidez do nosso património. 

Mas um dos momentos em que tomamos maior consciência da liquidez é no final do mês, com o ordenado. Isto porque o que nos cai na conta é o ordenado líquido: o valor das nossas horas de trabalho convertidas em dinheiro e pagas, depois de retirados os descontos para a Segurança Social e IRS. 

Leia também: Simulador de salário líquido em 2020

Liquidez nos investimentos 

No que respeita à análise de produtos de investimento, este é um dos parâmetros a ter em consideração. Na verdade, é no universo dos investimentos onde mais se lê e ouve este conceito. Por regra, quanto mais rentabilidade, menos liquidez e quanto mais liquidez, menos rentabilidade. Ainda que, algumas vezes, um ativo gere uma rentabilidade elevada e tem uma liquidez igualmente alta.

Olhamos, por isso, de forma mais ou menos superficial para os vários tipos de investimento que existem e a sua classificação quanto à rentabilidade: 

  • Poupança simples: seja na conta à ordem ou no depósito a prazo, o dinheiro que tem investido numa poupança simples tem, por norma, uma liquidez bastante alta. Em qualquer momento pode solicitar o resgate e o dinheiro estará disponível (pode ter penalizações nos juros, sim, mas isso é uma consequência e não um impedimento); 
  • Ações: tem uma liquidez alta, porque com relativa facilidade são vendidas e convertidas em dinheiro. A não ser que algo de extraordinário aconteça nos mercados financeiros; 
  • Títulos públicos: como os certificados de aforro e certificados do tesouro.  Têm uma liquidez média, porque no caso dos primeiros, o dinheiro só pode ser resgatado ao fim de 3 meses e, no segundo caso, só de ser mobilizado depois de um ano; 
  • Fundos de investimento: depende bastante do produto. No entanto, geralmente trata-se de uma liquidez média/alta, com relativa facilidade de conversão. Mais uma vez podem haver penalizações; 
  • Imóveis: liquidez baixa. Quem investe em imóveis deve estar preparado para esperar meses se quiser vender determinado imóvel e convertê-lo no montante que ele realmente vale. 

É importante ter a consciência da liquidez do seu património e diversificá-lo no que respeita a esse parâmetro. Se por um lado, ter um imóvel é um investimento mais ou menos seguro, por outro lado, a sua liquidez pode não responder às suas necessidades presentes e futuras. Esta é apenas mais uma das variantes que interferem com o seu orçamento familiar e o equilíbrio das contas e que é crucial conhecer.  

Leia também: Vender a casa sozinho: tudo o que precisa de saber

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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