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Os seguros de saúde continuam a crescer em Portugal. Em 2024, o número de pessoas cobertas por seguros chegou aos 4.060.378 beneficiários, um aumento de 3,6% face ao ano anterior, segundo o mais recente relatório do Observatório dos Seguros de Saúde, publicado pela ASF – Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões.

Paralelamente, o número de apólices em vigor também cresceu, atingindo 1.377.111, mais 8,1% do que em 2023. Os prémios brutos emitidos subiram 18,9%, totalizando 1.696 milhões de euros.

Aumento de 3,6% eleva número de pessoas seguras para mais de quatro milhões

Em 2024, mais 141 mil pessoas passaram a estar cobertas por seguros de saúde, face às 3.919.198 pessoas seguras em 2023. Este aumento de 3,6% coloca o número total de beneficiários acima dos quatro milhões pela primeira vez (4.060.378 pessoas seguras).

Cada pessoa segura paga, em média, 417 euros por ano

O prémio médio por pessoa segura subiu 14,8% em 2024, situando-se nos 417,84 euros. Este valor reflete uma subida generalizada dos custos, mas também uma maior adesão a planos com coberturas mais alargadas.

Mas há diferenças relevantes entre tipos de apólice. Nas apólices individuais, o valor médio foi de 423,61 euros por pessoa (mais 10,3%), enquanto nas apólices de grupo o prémio médio foi de 412,45 euros, representando um aumento expressivo de 19,3% face ao ano anterior.

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Oito em cada dez novos contratos foram individuais

O total de apólices em 2024 foi de 1.377.111, mais 102.943 do que em 2023, quando havia 1.274.168 apólices. Ou seja, um aumento de 8,1% face ao ano anterior. Destas novas apólices, 83.027 foram individuais, o que representa 80,7% do total de novos contratos.

Assim, este dado confirma que são as famílias e indivíduos — e não tanto as empresas — que estão a impulsionar o crescimento do setor. A procura por soluções fora do SNS, sobretudo em contexto urbano e entre os mais jovens, tem acelerado a contratação de seguros particulares.

As apólices de grupo, por outro lado, aumentaram em 19.916 contratos, ficando com uma fatia de 19,3% dos novos contratos.

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Prémios de seguros de saúde sobem quase 19% para 1,7 mil milhões de euros

Quanto ao valor dos prémios brutos emitidos (PBE) no ramo Doença – onde se incluem os seguros de saúde – atingiu os 1.696 milhões de euros em 2024, um crescimento de 18,9% face a 2023. Este aumento representa a maior subida dos últimos anos e confirma a crescente procura por estas coberturas.

O mercado continua relativamente equilibrado entre os dois tipos de apólice. As apólices individuais geraram 830 milhões de euros em prémios, com um crescimento de 6%, enquanto as apólices de grupo totalizaram 870 milhões, subindo 1,4%.

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Seguradoras já suportam mais de 5% da despesa nacional em saúde

A ASF estima que 5,3% da despesa total em saúde em Portugal tenha sido financiada por seguradoras em 2024, mais 0,4 pontos percentuais do que em 2023. Este dado reforça a importância crescente dos seguros privados no ecossistema da saúde nacional.

Com um SNS cada vez mais sobrecarregado, os seguros de saúde assumem um papel fundamental na resposta às necessidades da população. Além de aliviar o Estado, os seguros contribuem para um maior acesso a cuidados médicos para quem pode pagar ou tem acesso a seguros através do empregador. É de realçar que, em muitos casos, é a única forma de acesso rápido e eficaz a especialidades e exames.

Quota de mercado do ramo Doença sobe para 22,7%

Nos últimos cinco anos, a quota de mercado do ramo Doença ganhou 4,6 pontos percentuais de quota, representando agora 22,7% do total dos ramos Não Vida. Este crescimento é acompanhado por uma maior diversificação do mercado.

Em 2020, os três maiores operadores concentravam 73,1% dos prémios. Em 2024, esse peso desceu para 68,5%, sinal de que o setor está mais competitivo, com mais oferta e alternativas para os consumidores.

Menos reclamações, mais confiança no setor

Em 2024, a ASF recebeu 131 queixas, menos 8,4% do que no ano anterior. Já as seguradoras reportaram 3.980 reclamações, o que representa uma redução de 17,4% face ao ano anterior.

Porém, este decréscimo pode estar ligado à melhoria nas práticas do setor e a uma supervisão mais eficaz, centrada na prevenção e na proteção dos consumidores por parte da ASF, como referido no relatório. A confiança dos consumidores no setor segurador parece estar a crescer, acompanhando o aumento na procura.

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