Casal sentado no sofá a escolher o que ver através de um sistema de streaming na sua tv

Os serviços de streaming conquistaram os lares portugueses. Séries, filmes, música e até eventos desportivos estão hoje a poucos cliques de distância. Mas este conforto tem um preço. De acordo com dados recolhidos junto das plataformas, um utilizador que subscreva os planos base das principais opções — Netflix, HBO Max, Disney+, Prime Video, Apple TV+, SkyShowtime, Spotify e YouTube Premium — pode gastar cerca de 60 euros por mês ou 720 euros por ano.

O peso destas subscrições no orçamento familiar cresce à medida que surgem novas plataformas. Ainda assim, há várias formas inteligentes de poupar nos serviços de streaming, sem abdicar do entretenimento.

Conheça as estratégias que podem aliviar a sua fatura mensal e manter o acesso ao melhor conteúdo.

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Quanto custa ter todos os serviços de streaming em 2025

Antes de falar em poupança, é essencial perceber o peso destas subscrições no orçamento mensal. Abaixo estão os preços mais recentes para planos individuais e para opções premium ou familiares, que permitem vários utilizadores ou dispositivos em simultâneo.

Preços para um utilizador (planos básicos/standard)

  • Netflix – Base: 8,99 €/mês
  • HBO Max – Basic com anúncios: 5,99 €/mês
  • Disney+ – Standard: 5,99 €/mês
  • Prime Video: 4,99 €/mês
  • Apple TV+: 9,99 €/mês
  • SkyShowtime – Standard com anúncios: 4,99 €/mês
  • Spotify – Individual: 8,99 €/mês
  • YouTube Premium – Individual: 9,99 €/mês

Total mensal (1 pessoa): 59,92 euros

Preços para famílias ou grupos (mínimo três pessoas/dispositivos)

  • Netflix – Premium + 2 membros externos: 27,97€/mês
    Plano Premium 17,99€ + (4,99 € x 2) subscritor principal mais dois convidados fora do agregado.
  • HBO Max – Premium: 13,99€/mês
  • Disney+ – Premium: 9,99€/mês
  • Prime Video (até 3 dispositivos): 4,99€/mês
  • Apple TV+ (partilha familiar até 6 utilizadores): 9,99€/mês
  • SkyShowtime – Premium (5 dispositivos): 10,99€/mês
  • Spotify – Família (4 contas): 15,49€/mês
  • YouTube Premium – Família: 17,99€/mês
    (Aplicam-se restrições: até 5 membros, todos com mais de 13 anos, no mesmo agregado)

Total mensal (3 pessoas): 111,40 euros. Porém, o custo por pessoa (3 utilizadores) é de 37,13€/mês.

Nota: Os números confirmam que, mesmo dividindo contas legalmente, a fatura continua relevante, mas menos expressiva. Mas com organização e escolha certa de planos, há forma de poupar ainda mais nos serviços de streaming.

Faça um raio-x às suas subscrições

Antes de cortar despesas, avalie onde está o dinheiro. Liste todas as suas contas de streaming — vídeo, música e até apps premium. Muitos consumidores mantêm serviços que já não usam com frequência.

Uma revisão trimestral permite perceber se está a pagar por algo que não vê ou ouve. Cancelar subscrições pouco utilizadas pode significar uma poupança de dezenas de euros por ano. Esta é a base para qualquer plano sério de poupança.

Partilhar legalmente continua a compensar

Dividir contas é uma das formas mais eficazes de poupar nos serviços de streaming. Nos planos familiares do Spotify, YouTube Premium, HBO Max ou Apple TV+, cada pessoa paga menos do que num plano individual. Três utilizadores a partilhar contas podem reduzir o custo mensal para quase metade.

A Netflix, por exemplo, permite adicionar membros externos mediante o pagamento de 4,99 euros mensais. Mas neste caso, além do valor da mensalidade ser mais alto (cerca de 13 ou 18 euros), tem de pagar o custo adicional por cada membro externo.

Contudo, informe-se bem sobre as regras das plataformas para evitar bloqueios ou penalizações.

Planos anuais: Pague menos a longo prazo

Várias plataformas oferecem descontos a quem paga um ano completo. Na HBO Max, o plano Standard custa 9,99 euros por mês, mas o pagamento anual baixa o custo para 99,90 euros, o equivalente a cerca de dois meses grátis.

A Disney+ também recompensa o pagamento antecipado: 99,90 euros por ano, em vez de 5,99 euros mensais (campanha promocional de três meses para dois dispositivos em simultâneo). Se tem a certeza de que vai manter o serviço, esta opção garante poupança imediata.

Experimente versões com anúncios

Os planos “low cost” com publicidade estão a ganhar espaço. A HBO Max e a Disney+ oferecem pacotes mais baratos, desde 2,99 euros durante campanhas promocionais.

A desvantagem é óbvia: verá anúncios. Mas, para muitos, o impacto é mínimo comparado com o valor poupado. Se o objetivo é cortar custos sem abrir mão de conteúdos, esta pode ser a escolha certa.

Aproveite os períodos de teste gratuitos

Quase todas as plataformas oferecem testes gratuitos, entre 7 e 30 dias. É uma forma de aceder a catálogos exclusivos sem custos iniciais.

O truque está em definir um lembrete para cancelar antes do fim do período de avaliação, caso não pretenda continuar. Assim, evita cobranças inesperadas e testa se o serviço vale o investimento.

Mude de plataformas conforme os seus interesses

Não precisa de manter todas as contas ativas ao mesmo tempo. Planeie os conteúdos que quer ver e subscreva apenas quando necessário.

Por exemplo, pode ativar a Netflix num mês para acompanhar uma série e, no seguinte, transferir o orçamento para a HBO Max. Esta estratégia evita pagar por catálogos que ficam parados durante semanas.

Combine serviços através da sua operadora

Alguns pacotes de telecomunicações incluem subscrições de streaming a preços reduzidos. Se tem internet, televisão e telemóvel no mesmo operador, veja se há ofertas para Netflix, Prime Vídeo, Disney+ ou HBO Max.

Negociar o seu contrato pode trazer benefícios adicionais, como meses gratuitos ou descontos no valor mensal. É uma forma simples de integrar o entretenimento na fatura doméstica sem pagar mais.

Explore alternativas gratuitas

Nem todos os conteúdos de qualidade estão atrás de uma mensalidade. Plataformas como Pluto TV ou Rakuten TV oferecem filmes, séries e canais temáticos sem custos, suportados por publicidade.

Embora o catálogo seja mais limitado, estas opções complementam bem os serviços pagos. Para quem gosta de diversificar, são um recurso valioso.

Não se esqueça do áudio

Música também pesa no orçamento. Spotify, YouTube Premium e Apple Music lideram o mercado, mas existem alternativas sem custo, como as versões gratuitas suportadas por anúncios.

Se prefere qualidade premium, partilhar contas ou escolher planos Duo ou Família pode reduzir significativamente o valor pago por cada utilizador.

Controle as renovações automáticas

Muitos cancelamentos falham porque os utilizadores esquecem-se de desativar renovações automáticas. Marque datas no calendário ou use apps de gestão de subscrições para manter o controlo.

Eliminar serviços desnecessários antes da renovação evita gastos invisíveis. A disciplina é fundamental para manter o orçamento sob controlo.

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Defina um teto mensal para o entretenimento

Estabelecer um limite para o que quer gastar em streaming ajuda a evitar excessos. Se o seu objetivo é não ultrapassar 30 euros, distribua o montante pelas plataformas mais relevantes.

Este exercício força escolhas conscientes e impede que o custo dos serviços cresça sem perceber. A regra vale tanto para vídeo como para música.

Entretenimento sim, mas com estratégia

Os serviços de streaming mudaram a forma como consumimos cultura e lazer. No entanto, sem atenção, as mensalidades acumulam-se e afetam o orçamento.

Com organização, partilha responsável e escolhas inteligentes, é possível poupar nos serviços de streaming e continuar a desfrutar das suas séries, filmes e músicas favoritas. Faça um plano, ajuste as contas e mantenha o entretenimento ao alcance — sem transformar a fatura mensal num filme de terror.

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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