Habitação

Cabos de alta tensão: perigos para a saúde

Um dos aspectos a analisar quando compra casa é a presença de cabos de alta tensão junto ao imóvel. Mas existem perigos para a saúde? Saiba neste artigo.

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Cabos de alta tensão: perigos para a saúde

Um dos aspectos a analisar quando compra casa é a presença de cabos de alta tensão junto ao imóvel. Mas existem perigos para a saúde? Saiba neste artigo.

Nos últimos tempos tenho andado à procura de casa e, dentro das imensas variáveis que determinam a escolha, o factor saúde pesa acima de todos. Por isso, das várias vezes que inspeccionei apartamentos, algo que não me escapava era a existência próxima de cabos de alta tensão - motivo mais que suficiente para desistir de casas que, no geral, eram muito atractivas.

Pedro Pais é o fundador do financaspessoais.pt e do forumfinancas.pt. O Pedro é um dos maiores promotores de literacia financeira em Portugal contribuindo com centenas de artigos, ferramentas e simuladores que ajudam as pessoas a poupar, a investir ou a decifrar os mistérios da fiscalidade.

Conversa de vendedor

Na conversa com os diversos vendedores e agentes imobiliários, todos garantiam a pés juntos que os cabos de alta tensão não eram prejudiciais e, no pior dos casos, os estudos eram inconclusivos. Claro que não acreditei neles.

Artigos que comprovam

Como não me gosto de fiar apenas nas minhas convicções, pesquisei sobre os efeitos de exposição prolongada aos Campos Electromagnéticos. Encontrei, como de esperar, vários artigos que apontam os malefícios, desvantagens e efeitos nefastos da vivência próxima dos referidos cabos de alta tensão.

O estudo esclarecedor

Entretanto, por mera coincidência, li um post do Vitor Domingos sobre a existência de um dois estudos da Direcção-Geral de Saúde, um sobre a Exposição da População aos Campos Electromagnéticos e outro sobre Sistemas de Comunicações Móveis - Efeitos na Saúde Humana.

Sem querer ser alarmista, acho que este parágrafo é de reter:

É considerado como possível que uma intensa exposição aos CEMs nas habitações possa aumentar ligeiramente o risco de leucemia infantil, e que esta exposição nos locais de trabalho possa aumentar ligeiramente os riscos de leucemia e tumores cerebrais em adultos.

Obrigado, mas não!

Mas não acredite em mim, leia!

Não sei por si, mas já me chegam as radiações que não consigo evitar (telemóveis, redes Wi-Fi, ...), agora viver perto de cabos de alta tensão: NÃO!

Já agora! Se está a pensar comprar casa, aconselhamos a leitura do artigo "Vai comprar casa? Conheça todos os custos, papéis e impostos" para que saiba com o que pode contar. 

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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42 comentários em “Cabos de alta tensão: perigos para a saúde
  1. Elga,

    Esse é um assunto pouco pacífico. Há quem diga que a mais de 2 metros já não há radiação significativa. Há quem diga que tal só acontece depois dos 600 metros. A realidade, qual é? Não sei.

    Certo será que os postes de alta tensão não serão benéficos, pelo que quanto maior a distância, melhor.

  2. Olá! vim parar aqui a este blog, por curiosidade sobre este tema, e por me ter deparado com postes de alta tensão a passarem perto do local onde vivo. Gostava de saber qual é o raio que abrange o campo magnético de um poste destes e para saber se onde vivo é uma zona abrangida pelo campo magnético.
    Gostei muito do seu blog. Obrigada.

  3. Boa tarde a todos.

    Muitos parabens pelo blog.
    Pessoal já se lembraram que existe muitos interesses dos nossos vizinhos espanhois para que se levante todo este ruido sobre os cabos de alta tensão.
    Porque será?

  4. António, muito obrigado pelos elogios, sinto-me lisonjeado.

    Ainda que concorde contigo, acho que a nossa civilização, em geral, ainda se encontra longe da possibilidade de uma utilização muito reduzida de automóveis (ou de outros transportes públicos).

    Verdade seja dita, a existência de espaços verdes, de comércio próximo e a possibilidade da deslocação pedestre para o trabalho são miragens para o comum dos mortais.

    Lisboa não será um exemplo de uma cidade cheia de qualidade de vida, sendo prejudicada pelos factores que enuncias: poluição, barulho, falta de ciclovias e uma geografia altamente acidentada (que por si só não é negativa mas que complica toda a envolvente).

    A questão da opinião é realmente muito interessante. O facto de procurarmos factos que consubstanciem a nossa opinião é inegável e por vezes é mesmo difícil tentarmos ter uma visão totalmente imparcial. A minha visão dos cabos de alta tensão, com ou sem estudos, será sempre negativa.

    Abraços e muito obrigado pelos comentários. Continua a passar por cá.

  5. Olá Pedro,

    deparei-me hoje pela primeira vez com o teu blog por ter informação que me interessava.

    Penso que o Blog está bem estruturado e Parabéns pela iniciativa.

    Quanto ao tema deste post, e já que as tuas preocupações com a saúde são evidentes. Gostaria de sugerir, quando da procura de localização para nova casa, que procures um sítio onde te possas deslocar ou a pé, ou de bicicleta.

    Um dos flagelos da nossa sociedade, é de facto o sedentarismo. Doenças como a obesidade, problemas respiratórios e cardio vasculares proliferam rapidamente, muito por culpa do excesso de inactividade física no nosso dia a dia.

    Acredito que as pessoas devam escolhar locais para viver, onde não tenham necessidade diária de se deslocar de automóvel. A ida ao cinema, loja do cidadão, hospitais, escolas, emprego e até mesmo supermercado devem, na minha opinião ser feitas sem usar automóvel. Ao caminhar ou pedalar (caso da bicicleta, da qual sou utilizador regular) deve ser tido em conta quando se pensa em comprar uma casa.

    Penso ser evidente, que a qualidade do ar e também do nosso próprio modo de vida piora sempre que se opta por viver longe do trabalho. Para além de consequências ao nível familiar, com menos tempo para passar com os filhos ou parceiro, existem tremendas consequências na vivência das cidades.

    Uma cidade “pulmão” como Lisboa, que de noite é desértica e de dia um caos de trânsito, não me parece ser de todo, significado de boa qualidade de vida.

    Pior que os cabos de alta tensão, parecem-me existir problemas ainda mais difíceis de evitar como a poluição que consumimos todos os dias, peso que ganhamos ao volante de veículos ou depressões geradas pelo stress.

    Não argumentei a minha opinião com estudos, por pensar que todos nós podemos arranjar estudos que ajudem a nossa opinião. Ou seja, quem defende que não há aquecimento global irá apontar estudos que dizem que é uma ocorrência normal e cíclica, da qual o homem não é responsável, assim como o vendedor disse que não existem estudos conclusivos sobre os cabos.

    É interessante como primeiro geramos uma opinião e de seguida vamos tentar argumentar em favor dela e procurar os estudos que mais nos convêm.

    Não quero com isto dizer que não acho importante o rigor científico, e que os estudos não têm validade, de qualquer modo fica a reflexão.

    Abraço.

  6. Vim parar à sua página porque andava a informar-me sobre a exposição da população aos campos electromagnéticos … e fui ficando.
    Hei-de voltar, com mais tempo.
    Saudações.

  7. Sérgio,

    Muito obrigado pelo teu [detalhado] comentário.

    Os meus comentários de correntes eléctricas e electromagnetismo é limitado, pelo que não tenho grandes capacidades de argumentar contigo sobre esse assunto.

    De qualquer forma, o estudo da DGS certamente que terá alguma validade e fundamento técnico, pelo que penso que não será adequado descartarmos de forma leviana os resultados obtidos. É certo que as correlações estatísticas levantam muitas questões, mas não podemos assumir, à partida, que se trata disso.

    Já agora, a incidência de problemas de saúde é influenciada, em muito, pelo meio que nos rodeia. Quanto à riqueza pessoal e acompanhamento médico, não deve haver muitos cancros, por exemplo, que possam ser prevenidos por cuidados médicos adicionais*.

    • Claro que a detecção precoce é fundamental.
  8. Já lá vão uns anos, mas na faculdade fizemos uma vez o exercício de calcular o campo electromagnético induzido pelas catenárias. Fica como exercício se estiveres de facto preocupado: Uma catenária conduz a 110kV, com uma corrente entre 50A e 500A. Depois precisas de calcular a densidade do campo eléctrico e usar a lei de Gauss para deduzir a densidade do campo electromagnético. Não é importante a área de condução, porque os valores anulam-se. Precisas de estimar a distância em linha directa entre a casa e a catenária para incluir na lei de Gauss.

    O truque está mesmo na distância. O campo electromagnético induzido é inversamente proporcional ao quadrado da distância ao condutor. Se bem me lembro, basta que a catenária passe dois ou três metros ao lado da casa, e o campo electromagnético da catenária está ao nível do ruído electromagnético criado pelo núcleo ferroso da Terra.

    É sempre preciso cuidado com as correlações estatísticas mal explicadas. Primeiro, as correlações encontradas são sempre fracas, depois pode haver outras explicações. Assim, sem pensar muito, arranjo-te já uma: As catenárias nunca passam no centro das cidades, zonas nobres e portanto caras. A qualidade de acompanhamento médico é proporcional à riqueza pessoal, logo a incidência de problemas de saúde é menor em pessoas que vivem longe de catenárias (mas a catenária não teve nada a ver com isso).

    Ou, se quiseres pensar de outra forma, há trabalhadores que passam o tempo todo perto de equipamentos de média tensão (50kV), nas centrais de produção. Estão expostos a campos duas ordens de grandeza superiores, e não há registos de doenças de trabalho estatisticamente relevantes nestes grupos.

    Se conseguires ignorar o problema estético e a hipótese de, numa tempestade, o poste cair ou um cabo se soltar — bem menos remota do que uma leucemia — então um cabo de alta tensão é uma excelente arma de negociação para conseguir um preço em conta.

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