2.065 euros: foi este o preço mediano do metro quadrado (m2) das casas vendidas em Portugal durante o segundo trimestre de 2025. Este valor representa um aumento de 19% em relação ao segundo trimestre de 2024, quando o m2 foi vendido a um preço mediano de 1.736 euros.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), esta é “a variação mais elevada desde o início da série (1.º trimestre de 2019)”. Por outras palavras, o preço das casas nunca tinha aumento tanto num ano, o que ajuda a explicar as crescentes dificuldades no acesso à habitação pelas famílias que vivem em Portugal.
Ainda assim, o número de transações aumentou de um ano para o outro. Passou de 35.981 para 41.608, um aumento de 15,6%.
Baixo Alentejo lidera subidas de preço
O preço das casas subiu em todas as 26 sub-regiões NUTS III, tendo o Baixo Alentejo registado a maior subida homóloga, de 38,7%. O INE destaca também a Península de Setúbal e a Grande Lisboa, com aumentos de 22,6% e 21,5%, respetivamente.
“No período em análise, as sub-regiões da Grande Lisboa (3.403 €/m2), Algarve (3.123 €/m2), Península de Setúbal (2.511 €/m2), Região Autónoma da Madeira (2.381 €/m2) e Área Metropolitana do Porto (2.278 €/m2) registaram preços da habitação superiores aos do país”, explica ainda o INE.
Já o Alto Minho teve o menor crescimento de preços (12,7%) e “a sub-região Beiras e Serra da Estrela apresentou o menor preço mediano de venda de alojamentos familiares (715€/m2)”.
Preço do m2 supera os 3.000 euros em 5 municípios
Lisboa continua a ser o munícipio mais caro para comprar casa. No segundo trimestre do ano, o preço do m2 foi de 4.865 euros, uma subida homóloga de 11,4%.
Na lista dos concelhos mais caros para comprar casa (que tem como base os municípios com mais de 100 mil habitantes), seguem-se Cascais (4.346 €/m2), Oeiras (4.161 €/m2), Porto (3.309 €/m2), Odivelas (3.219 €/m2) e Almada (3.101 €/m2).
Compradores de fora pagam mais pelas casas
Os compradores com domicílio fiscal fora de Portugal pagaram um preço mediano de 2.750 euros por m2, enquanto quem tem residência fiscal em Portugal pagou 2.042 euros.
Na Grande Lisboa, a diferença de preço entre os dois tipos de compradores foi de 61,9%. Quem não vive em Portugal pagou 5.438 euros pelo m2, enquanto os residentes pagaram 3.358 euros. No Área Metropolitana do Porto a diferença é de 29%: 2.925 euros contra 2.268 euros pelo metro quadrado.
Apenas na Amadora as casas existentes custam mais do que as novas
Na análise aos últimos 12 meses entre julho de 2024 e junho de 2025, 23 dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes registaram preços medianos de alojamentos novos superiores aos preços dos alojamentos existentes.
A única exceção foi o concelho da Amadora, onde o preço mediano do m2 dos alojamentos existentes foi superior em 52 euros ao dos novos. O município de Barcelos foi aquele onde foi mais barato comprar uma casa nova (1.571 €/m2), com Cascais (5.226 €/m2) e Lisboa (5.105 €/m2) a serem os mais caros.
Por fim, Cascais foi o sítio onde a diferença de preço entre uma casa nova e uma existente foi mais elevado: 1.134 euros por m2.
Freguesias de Lisboa e Porto: Quais as mais caras?
Em Lisboa, a freguesia mais cara para comprar casa foi Santo António, onde o preço do m2 foi de 6.031 euros. Destacam-se ainda Parque das Nações (5.840 €/m2), Campo de Ourique (5.528 €/m2), Estrela (5.487 €/m2) e Misericórdia (5.340 €/m2). “Todas essas freguesias registaram preços medianos acima do valor de Lisboa (4.525 €/m2)”, aponta o INE.
No Porto, a liderança vai para a União de freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, com o preço mediano a fixar-se em 3.836 euros. Também acima da média do município estão a União de freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos (3.333 €/m2 e 10,5) e a União de freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória (3.319 €/m2)
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