As taxas máximas para o crédito ao consumo no 1.º trimestre de 2026 já estão definidas pelo Banco de Portugal. O novo quadro contempla descidas relevantes em créditos ligados à educação, saúde e leasing automóvel, mas também ligeiras subidas em automóveis novos e nos cartões de crédito – um dos financiamentos mais caros do mercado.
Estes limites aplicam-se aos contratos assinados entre janeiro e março de 2026 e representam o teto legal que bancos e instituições de crédito podem cobrar. Na prática, evitam juros excessivos e refletem a evolução recente do mercado, já que são atualizados trimestralmente pelo regulador.
A seguir, conheça as taxas máximas aplicáveis no início de 2026.
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Crédito pessoal: Alívio na educação, estabilidade nas restantes finalidades
No crédito pessoal para educação, saúde, transição energética e locação de equipamentos, há boas notícias para os consumidores. A TAEG máxima baixa de 8,6% no 4.º trimestre de 2025 para 8,3% no arranque de 2026.
Nos restantes créditos pessoais – obras, lar, consolidação ou finalidades diversas – o cenário permanece inalterado. A TAEG máxima mantém-se em 15,6%. Depois das descidas verificadas no final de 2025, não há novo alívio neste segmento.
Crédito automóvel: Leasing e ALD descem, compra a prestações com mexidas ligeiras
No crédito automóvel, as taxas máximas para o 1.º trimestre 2026 trazem quedas claras nas modalidades de locação financeira e ALD. Nos veículos novos, a TAEG máxima recua de 5,4% para 5,1%. Nos usados, desce de 6,9% para 6,5%. Para quem troca de carro com frequência, este recuo torna o leasing ligeiramente mais competitivo.
Já na compra a prestações, o retrato é misto. Nos veículos novos, a TAEG máxima sobe de 10,8% para 10,9%. Nos usados, desce de 14,2% para 14,1%. Apesar das variações pequenas, continuam a ser modalidades com custos elevados que exigem comparação atenta antes de assinar.
Cartões de crédito e descobertos: Um dos créditos mais caros volta a subir
No segmento dos cartões de crédito, linhas de crédito e facilidades de descoberto, o Banco de Portugal atualiza os limites em alta. A TAEG máxima passa de 18,8% para 18,9%. Pode parecer pouco, mas num tipo de crédito já de si caro, cada décima conta, sobretudo com saldos por pagar ao longo de vários meses.
Também a TAN máxima das ultrapassagens de crédito acompanha esta tendência, subindo de 18,8% para 18,9%. Trata-se de um dos custos mais penalizadores para os consumidores.
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O que revelam as taxas máximas para o 1.º trimestre 2026 em relação ao 4.º trimestre de 2025
Comparando o 4.º trimestre de 2025 com o 1.º trimestre de 2026, o movimento é de ajustamento, não de mudança abrupta. Há descidas adicionais nos créditos pessoais para educação e no leasing automóvel. Já nos cartões e nos automóveis novos nota-se uma inversão ligeira, refletindo a subida das TAEG médias usadas como referência.
Como usar estes tetos na comparação de propostas
As taxas máximas não são a taxa que o banco tem de aplicar, mas sim o limite legal que não pode ultrapassar. Há instituições que apresentam TAEG abaixo deste teto, pelo que a comparação continua a ser essencial.
Sempre que pedir uma simulação:
- Verifique a TAEG concreta da proposta;
- Compare-a com o limite definido pelo Banco de Portugal;
- Analise o Montante Total Imputado ao Consumidor (MTIC), que mostra quanto pagará até ao fim do contrato;
- Tenha atenção ao prazo: prestações mais baixas significam, muitas vezes, mais juros acumulados.
Em créditos com custos mais altos, como cartões ou descobertos, a regra continua a ser simples: usar apenas em situações pontuais e liquidar o saldo o mais depressa possível.
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