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Tem um certificado de aforro a terminar? O que deve ter em atenção

Os seus certificados de aforro ou do tesouro estão a terminar? Reunimos algumas alternativas para investir o seu dinheiro.

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Tem um certificado de aforro a terminar? O que deve ter em atenção

Os seus certificados de aforro ou do tesouro estão a terminar? Reunimos algumas alternativas para investir o seu dinheiro.

As poupanças dos portugueses aumentaram durante o ano de pandemia, refletindo-se num aumento do investimento em certificados de aforro, em cerca de 400 milhões até agosto de 2021, comparativamente com o mesmo período pré-pandémico, segundo análise da DECO Proteste, citada pelos órgãos de comunicação..

Próprio da dinâmica deste tipo de produtos, enquanto muitos portugueses investem, outros tantos colhem os frutos. No entanto, quando estes investimentos terminam coloca-se a questão: o que fazer a seguir? Seguem-se alguns dos pontos a ter em atenção, caso se encontre nesta situação.

Não espere as mesmas taxas de juro na nova série

Tendo em conta o panorama económico atual, os especialistas apontam para que a tendência das taxas de juros das novas séries é serem inferiores às anteriores. Por isso, se tiver algum certificado de aforro ou do tesouro a terminar, então o mais certo é não vir a usufruir dos mesmos rendimentos. Ainda assim, existem fatores que podem aumentar significativamente os seus rendimentos.

Por exemplo, no caso dos certificados de aforro, é contabilizada a média dos valores da Euribor a três meses, nos últimos dez dias úteis antes do cálculo. Isto significa que, se esta subir, vai ter uma rentabilidade superior. Além disso, também tem direito a um prémio de permanência, que varia entre 0,5% (do 2.º ano até ao 6.º não) e 1% (do 6.º ano até ao término da série).

Já no caso dos certificados de tesouro, a partir do terceiro ano consegue usufruir de um prémio de remuneração. Este corresponde a 20% do crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) relativo aos últimos 4 trimestres, calculados no mês anterior à data de pagamento dos juros. Ou seja, se neste período o crescimento do PIB for 1,5%, o incremento da rentabilidade é na ordem dos 0,3%.

Leia ainda: Certificados de Aforro e do Tesouro: qual a diferença?

Reinvestir o dinheiro novamente

Outra opção que tem ao seu dispor é reinvestir o seu dinheiro novamente no mesmo tipo de produtos, ainda que as taxas de juro não sejam as mais apelativas. Mesmo assim, "todos os grãos contam" e se está confortável com este tipo de investimentos, continue. No entanto, tenha atenção: no caso dos certificados de aforro, não pode movimentar o dinheiro investido nos primeiros três meses.

Já na eventualidade de subscrever certificados do tesouro, este período é significativamente mais longo. Isto significa que durante 12 meses não pode levantar o dinheiro.

Leia ainda: Depósito a prazo ou certificados de aforro: qual a melhor opção?

Levantar o dinheiro da conta de aforro

Existe sempre a opção de levantar o dinheiro, tenha investido num certificado de aforro ou do tesouro. Tendo em conta que o seu dinheiro perde valor ao longo do tempo devido à inflação anual, ter o dinheiro "guardado debaixo do colchão" não é a melhor opção se deseja rentabilizá-lo. Por isso, deve analisar outras alternativas de investimento.

Leia ainda: Quanto tem de poupar para ter um bom pé-de-meia?

Procurar outras opções de investimento

De forma a rentabilizar o seu dinheiro, existem diversas soluções de investimento com ou sem capital garantido. Por isso, dependendo do seu perfil de investidor, deve escolher um produto financeiro mais adequado a si e com o qual se sente confortável.

Com capital garantido

Na categoria de produtos financeiros com capital garantido, enquadram-se os depósitos de prazos e os seguros de capitalização, entre outros.

Seguros de capitalização

Um seguro de capitalização não é nada mais, nada menos do que um produto financeiro sob a forma de um seguro, com o principal objetivo de constituir uma poupança para médio ou longo prazo. Assim, de forma a tornar os seguros de capitalização mais apelativos para o cliente, estes dispõem de uma tributação bastante mais "suave", especialmente se tiver o seu dinheiro investido durante um determinado número de anos. Segue-se uma tabela ilustrativa da tributação aplicada aos seguros de capitalização.

Tributação aplicada aos seguros de capitalização:

Prazo

Tributação aplicada

Até 5 anos

28,0%

Entre 5 anos e um dia e 8 anos

22,4%

Superior a 8 anos e um dia

11,2%

Atenção, um seguro de capitalização, ao contrário dos depósitos a prazo, não está coberto pelo Fundo de Garantia de Depósitos. No entanto, estes produtos financeiros não deixam de ser seguros, sendo que apenas em caso de falência da entidade seguradora é que pode perder o seu dinheiro.

Leia ainda: Unit Linked: O que são e qual a diferença dos seguros de capitalização

Depósitos a prazo

Os depósitos a prazo continuam a ser um dos produtos financeiros preferidos pelos portugueses, segundo a análise ja referida da DECO Proteste. No entanto, a atual rendibilidade está longe de surpreender pela positiva. Ainda assim, dentro dos produtos financeiros com capital garantido, é uma alternativa a considerar. Isto, porque alguns bancos oferecem taxas de juro superiores à média praticada, mediante certas condições, especialmente para novos clientes. Nessa situação, pode fazer sentido considerar este tipo de investimento em contraste com a rendibilidade dos certificados de aforro ou tesouro.

Leia ainda: Poupança para jovens: quais as soluções disponíveis?

Planos Poupança Reforma

Outro tipo de investimento que pode ajudá-lo a rentabilizar o seu dinheiro são os planos poupança reforma (PPR). Este tipo de produto tem como objetivo fazer o seu dinheiro crescer, até atingir a idade da reforma. Para tal, pode contribuir com um montante periodicamente, ou de forma extraordinária. A capitalização dos juros realiza-se anualmente e os PPR também têm vantagens na sua tributação, especialmente quanto mais tempo deixar o seu dinheiro investido neste produto financeiro.

Porém, tenha em consideração que apenas pode movimentar o seu dinheiro mediante determinadas condições. Por isso, não encare este tipo de produto como um investimento de apenas um ou dois anos.

Leia ainda: Descubra os PPR mais rentáveis

Sem capital garantido

Já na categoria de produtos financeiros sem capital garantido, enquadram-se os fundos de investimento e as ações, entre outras soluções.

Fundos de investimento

Uma forma de diversificar os seus investimentos, sem necessitar de ter conhecimentos profundos, é apostar em fundos de investimento. Um fundo de investimento é um produto financeiro que visa angariar dinheiro de diversos investidores e investi-lo através de uma carteira de investimentos.

Para quem não tem muito capital para investir inicialmente, os fundos de investimento podem ser uma solução. Isto porque pode adquirir várias unidades de participação (as denominadas UCs) por um determinado preço, ao invés de ser "obrigado" a realizar um investimento inicial considerável. O preço destas unidades de participação vai variando ao longo tempo e pode sempre adquirir mais unidades.

No entanto, fique atento às comissões cobradas e analise cuidadosamente a rendibilidade (ainda que não seja possível assegurar ganhos futuros), visto que se trata de um produto sem qualquer garantia de capital.

Leia ainda: Fundos de investimento: Conheça alguns conceitos antes de investir

Ações

Outra alternativa, embora sem capital garantido, são as ações. Uma das principais vantagens neste tipo de investimentos é a capacidade de ganhar dinheiro de duas formas: vendendo o ativo financeiro por um preço superior ao que comprou, ou então através do pagamento de dividendos.

Além disso, um ativo financeiro como as ações têm bastante liquidez, ou contrário de outros produtos financeiros. Isto significa que, em caso de necessidade, consegue rapidamente transformá-las em dinheiro. No entanto, existe sempre o risco de, na altura da venda, o preço cotado da ação estar abaixo do valor que pagou.

Por isso, na altura de investir, pondere se pode estar cinco anos sem este dinheiro e se consegue resistir à pressão das flutuações de mercado, provocadas por fatores económicos, políticos ou sociais, que podem levá-lo a tomar decisões precipitadas.

Leia ainda: Investir em ações: O que deve saber antes de começar a investir

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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