Crédito

Quer vender o seu carro e ainda está a pagá-lo? Saiba o que ter em conta

Está ainda a pagar um crédito automóvel, mas quer vender o seu carro? Saiba o que deve ter em consideração.

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Quer vender o seu carro e ainda está a pagá-lo? Saiba o que ter em conta

Está ainda a pagar um crédito automóvel, mas quer vender o seu carro? Saiba o que deve ter em consideração.

O número de contratos de crédito automóvel aumentou significativamente na primeira metade de 2023, de acordo com os recentes dados do Banco de Portugal. Paralelamente, a subida da concessão de crédito para compra de automóveis usados leva a que, na altura de vender, o carro ainda esteja a ser pago pelo proprietário.

Se está a pensar vender o seu carro neste momento e ainda tem um crédito a decorrer, saiba que cuidados deve ter.

Junte dinheiro suficiente para evitar contrair uma dívida superior

Existem várias razões para vender um automóvel. Desde o facto de ser um carro antigo que está a causar-lhe transtorno devido a avarias constantes, até à simples vontade de querer experimentar algo novo ou mais confortável. Independentemente das razões, a compra e venda de um carro deve ser bem ponderada. Sobretudo, porque esta decisão, regra geral, exige centenas, ou até, milhares de euros, podendo afetar consideravelmente as suas finanças.

Este cuidado deve começar logo no momento em que analisa a sua situação financeira e verifica o que pode ou não comprar. Dependendo desta análise, pode chegar à conclusão que, para satisfazer as suas necessidades, tem de contrair um novo empréstimo. De forma a evitar esta situação, antes de vender o seu carro atual, deve primeiro garantir que tem dinheiro suficiente para comprar o próximo. Especialmente, se o montante a pedir ao banco for superior à dívida que tem atualmente.

Tenha em conta de que, ao longo do tempo, esta despesa pode tornar-se um fator de stress e desconforto, sobretudo se tiver outros encargos que limitam o seu orçamento mensal. Por isso, antes de tomar uma decisão, procure avaliar se este é o melhor momento para vender e faça uma pesquisa sobre o valor de mercado do seu carro. Procurar obter o máximo valor pelo seu automóvel é essencial para alavancar a sua próxima aquisição.

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Pagar a dívida remanescente e vender o seu carro

Presumindo que conseguiu juntar dinheiro suficiente para abater a dívida que tinha, outra alternativa é liquidar por completo o empréstimo e vender posteriormente o seu automóvel. Para tal, deve dirigir-se à instituição financeira a que recorreu e pedir o valor de liquidação. Saiba que, no momento em que pedir para pagar o valor remanescente, terá uma penalização de 0,5% sobre a amortização. Por exemplo, suponha que ainda deve cerca de 5.000€ ao banco. Ao fazer a amortização, terá de pagar 0,5% desses 5.000€, isto é, cerca de 25€. Isto, tratando-se um empréstimo com taxa variável. Caso o seu empréstimo tenha taxa fixa, então a penalização é cerca de 2%, o que faz com as despesas adicionais aumentem para 100€.

Após liquidar o seu empréstimo, será emitido um novo Documento Único Automóvel (DUA) em seu nome, sem a reserva de propriedade. Ao optar por esta solução, terá mais hipóteses de vender o seu automóvel rapidamente, visto que não só o carro já é seu, mas também, na perspetiva do vendedor, este não precisa de esperar que liquide o empréstimo para fazer a transferência de propriedade.

Lembre-se, mesmo que não venda o seu automóvel, estará a poupar nos juros que pagaria ao banco todos os meses.

um aperto de mão a selar a decisão de ven der o carro, sem esquecer a transferência de propriedade

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Ceder o crédito automóvel ao potencial comprador

Atenção, embora não seja comum, existe outra possibilidade para vender o seu automóvel, mesmo que ainda esteja a pagar empréstimo: a cedência do seu crédito para o comprador. Para tal acontecer, o comprador tem de concordar em pagar o que resta do seu empréstimo, sendo necessário uma avaliação por parte do banco. Na prática, o banco vai analisar se o comprador tem capacidade para suportar os encargos provenientes dessa transferência, nomeadamente através do seu mapa de responsabilidades de crédito.

Por exemplo, suponha que quer vender o seu carro por 15.000€, mas ainda deve 5.000€ ao banco. Suponha também que o comprador não tem capacidade para lhe dar 15.000€, e aceita assumir o seu empréstimo. O comprador tem então de lhe dar 10.000€ e os restantes 5.000€ vai pagar à instituição financeira.

Geralmente, os documentos necessários para que a cedência de crédito se realize são os seguintes:

  • Últimos três recibos de vencimento;
  • Última declaração de IRS;
  • Comprovativo de morada;
  • Cartão de cidadão do comprador.

Reforçamos, deve ter em consideração que existem instituições financeiras que não permitem estas operações. Contudo, se a instituição financeira onde contraiu o seu empréstimo for a mesma do comprador, este processo pode vir a concretizar-se e ser mais rápido.

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E se a entidade credora não aceitar a cedência de crédito?

Existem várias razões para uma entidade credora não aceitar a cedência de crédito. Desde a falta de capacidade financeira do comprador até à possível alteração de condições que possam não ser vantajosas para a instituição. Existem, no entanto, alternativas. Nomeadamente, o alargamento do prazo do crédito, a negociação das condições de spread, ou simplesmente avaliar propostas de outras instituições financeiras. Nesta situação, pode sempre recorrer a um intermediário de crédito para facilitar o processo e aumentar as chances de obter melhores condições.

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Entregar o seu carro como retoma

Caso não pretenda vender o seu carro a particulares, pode ponderar entregar o seu automóvel como retoma. Pode vir a receber um valor inferior ao que poderia obter com a venda a um particular, mas também pode ter algumas vantagens. Por exemplo, há uma maior probabilidade de vender o seu automóvel "na hora", bem como não terá de se preocupar com a transferência de propriedade, ou gastar dinheiro com avarias e manutenções inesperadas.

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Que outros cuidados devo ter ao vender o meu carro?

Principalmente na cedência de crédito, deve evitar fazê-la de forma não oficial. Isto é, apenas acordar com o potencial comprador que este tem de lhe pagar um determinado montante por mês, enquanto o contrato de crédito continua no seu nome. Mesmo que se trate de alguém em quem confia, como um membro de família, saiba que, em caso de incumprimento do comprador, terá de assumir essa responsabilidade.

Além de ter de pagar juros de mora, passa a estar em incumprimento no mapa de responsabilidades de crédito do Banco de Portugal. Caso necessite de um empréstimo para outro efeito, dificilmente conseguirá obter aprovação até regularizar a situação. Por isso, caso decida ceder o seu crédito, garanta sempre que a responsabilidade foi transferida para o comprador.

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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