Os avanços no mundo da tecnologia têm vindo a facilitar a forma como consumimos e fazemos pagamentos. Porém, os métodos de pagamento eletrónicos, apesar de facilitarem as transações, podem expor-nos a eventuais fraudes.
Logo após o ransomware – uma ciberameaça que se traduz na instalação de software malicioso e que ataca essencialmente organizações -, de acordo com relatório Riscos e Conflitos, publicado em julho de 2024 pelo Centro Nacional de Cibrsegurança, as fraudes mais relevantes foram o phishing e o smishing.
O phishing acontece quando são enviados e-mails para levarem as pessoas a fornecerem as suas informações pessoais. Já o smishing acontece quando esta técnica é usada através de SMS.
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Como me proteger do phishing?
Uma das fraudes mais comuns é o phishing, em que são enviados e-mails ou mensagens que parecem ser de instituições legítimas para levarem as pessoas a fornecerem as suas informações pessoais. O objetivo é o roubo de dados de cartões de crédito, informações bancárias e palavras-passe ou a instalação de software malicioso.
Existem alguns comportamentos a adotar para evitar cair neste tipo de fraudes.
- Verifique sempre o endereço de e-mail do remetente antes de abrir uma mensagem;
- Os erros de ortografia e gramática pobre são típicos em e-mails de phishing. Se algo parecer estranho, desconfie;
- Esteja atento à saudação. Se o e-mail se dirigir a "Caro cliente" em vez de a si, é provável que seja fraudulento;
- Antes de clicar em qualquer hiperligação, coloque o cursor do rato sobre o link em conteúdo que parece genuíno para ver o endereço;
- Tenha atenção a ameaças. Expressões como "A sua conta foi suspensa" são frequentes em e-mails de phishing.
Smishing: Phishing através de SMS
O smishing é uma combinação das palavras "SMS" e "phishing" e envolve enviar mensagens de texto disfarçadas de comunicações fiáveis de empresas como os CTT, a EDP ou a FedEx. As pessoas tendem a ser particularmente vulneráveis a esquemas por SMS, uma vez que as mensagens de texto são entregues em texto simples e parecem mais pessoais.
Exemplos comuns são mensagens sobre uma encomenda que está para chegar e falta algum tipo de pagamento ou alguma fatura para pagar.
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Conheça algumas das fraudes mais recorrentes
"Olá pai, Olá mãe"
"Olá mãe, Olá pai" é uma das mais recentes fraudes. Este esquema desenvolve-se através da aplicação WhatsApp, através da qual os pais recebem uma mensagem do filho com um suposto problema: uma avaria no telefone que os leva a usar outro número. Pedem dinheiro para comprar um novo telemóvel ou para qualquer outra despesa e disponibilizam um contacto ou um IBAN para receber a transferência.
Muitas vezes, estes contactos têm até a fotografia da pessoa em questão para levar os pais a acreditarem mais facilmente.
Não responda e tente contactar o seu filho pelos meios normais. Se não conseguir, pode sempre tentar obter mais informações, fazendo perguntas cuja resposta só o seu filho saiba.
E em caso de dúvida, nunca faça nenhuma transferência de dinheiro para o IBAN ou através de MB Way para o número indicado na mensagem sem garantir quem é a pessoa que o está a contactar. Também não envie um código de MB Way que permita o levantamento de dinheiro num multibanco.
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“A sua encomenda está sujeita a taxas alfandegárias”
Neste esquema, os burlões fazem-se passar por empresas transportadoras ou até pelos CTT para cobrar encomendas que ficaram presas na alfândega.
Certamente, já lhe aconteceu estar à espera de várias encomendas ao mesmo tempo. O que faz com que seja possível cair nestes esquemas. Mas detetar esta fraude é simples. Desconfie se o remetente é um contacto telefónico normal. Por exemplo, quando recebe uma SMS dos Correios é “CTT” ou “CTTEXPRESSO” e não um +351 9xx xxx xxx.
Além disso, estas mensagens vêm sempre acompanhadas de uma hiperligação. Para confundir as pessoas, é sempre um link muito semelhante ao verdadeiro. Não clique e confirme sempre a veracidade da hiperligação.
“EDP: A sua fatura tem um valor em atraso"
Outra forma de enganar as pessoas é recorrendo à urgência: um problema que tem de ser resolvido urgentemente. É o caso desta fraude, onde se passam por uma empresa comercializadora, neste caso de energia.
Alegam que existe um pagamento em atraso e que, para evitar o corte da eletricidade a determinada hora, é preciso regularizar a dívida. Na mensagem seguem os dados de pagamento.
É essencial confirmar o remetente da mensagem para não se deixar apanhar. Confirme as suas faturas e não aja de forma precipitada. Provavelmente até paga estas despesas por débito direto.
“Problema com a conta bancária”
Este tipo de fraude acontece quando a pessoa recebe um e-mail, em nome da sua instituição bancária, a informar que existe um problema com a sua conta. Por exemplo, saldo negativo ou irregularidades no cartão.
Regra geral, existe um link para aceder para introduzir os dados bancários. À primeira vista, estes e-mails parecem fidedignos. Porém, não se deixe enganar. Os bancos estão constantemente a alertar que não fazem este tipo de pedidos através de e-mail.
Sempre que haja necessidade de alterações, os clientes são informados por carta.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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