Finanças pessoais

O que são gastos essenciais e não essenciais?

Para gerir um orçamento familiar, precisa de saber diferenciar os seus gastos essenciais e não essenciais. Conheça as principais diferenças.

Finanças pessoais

O que são gastos essenciais e não essenciais?

Para gerir um orçamento familiar, precisa de saber diferenciar os seus gastos essenciais e não essenciais. Conheça as principais diferenças.

Quando começa a ler informações sobre literacia financeira, é normal deparar-se com a importância de saber o que são gastos essenciais e não essenciais. Afinal, sem esta perceção é muito complicado construir e gerir um orçamento familiar com sucesso.

Contudo, para perceber melhor a diferença entre o que são gastos essenciais e não essenciais, neste artigo vamos mostrar-lhe alguns exemplos.

Leia ainda: Literacia financeira: Portugal em 13.º lugar num grupo de 39 países

Diferença entre gastos essenciais e não essenciais?

Embora cada pessoa possa ter prioridades diferentes, há certos encargos que não pode cortar, pois são essenciais à sua sobrevivência, bem-estar e qualidade de vida. Logo, os encargos essenciais são despesas que vão sempre constar no seu orçamento familiar. Mas isso não significa que estes não possam ser reduzidos para melhorar as suas finanças pessoais.

Quanto aos gastos não essenciais, estes podem trazer um maior conforto à sua vida e até aumentarem a sua felicidade. No entanto, perante uma situação de aperto financeiro, se não conseguir suportar estes encargos, pode cortá-los do seu orçamento familiar sem prejudicar a sua sobrevivência e bem-estar.

Todas as pessoas têm no seu orçamento familiar encargos essenciais e não essenciais. Mas quando os encargos não essenciais começam a multiplicar-se e a pesar muito no orçamento, é preciso refletir sobre as prioridades.

Existe a ideia (errada) que para ter uma vida financeira saudável deve evitar todos os gastos supérfluos. No entanto, se mantiver um orçamento familiar atualizado, pode facilmente reduzir os encargos não essenciais em meses em que a folga financeira é menor.

É preciso ter em conta que para ter uma vida financeira saudável, deve garantir que todos os seus encargos essenciais estão assegurados pelos seus rendimentos. Depois, para não estar constantemente preocupado com as suas contas, deve criar metas de poupança, que ajudam a lidar com imprevistos financeiros que podem ocorrer. Por isso, é que é tão importante criar um fundo de emergência e todos os meses transferir um valor para esta poupança.

Estando estes pilares assegurados, defina um valor para aplicar em gastos não essenciais que melhoram a sua qualidade de vida e conforto. Mas não se esqueça de criar outras metas financeiras, que possibilitem maximizar os seus rendimentos a longo prazo.

Quais as despesas essenciais mais comuns num agregado familiar?

Como referido, as despesas essenciais estão associadas à sua necessidade de sobrevivência em bem-estar. Assim, é normal que os encargos mais comuns num agregado familiar estejam associados às seguintes categorias:

  • Habitação: Seja a prestação do crédito habitação ou a renda de uma casa arrendada. No caso de ser proprietário, ainda deve ter em conta que pode ter de pagar o condomínio e o IMI (Imposto Municipal sobre os Imóveis), bem como os seguros.
  • Serviços essenciais numa casa: As contas da água, eletricidade, gás, telecomunicações;
  • Alimentação essencial: A alimentação essencial inclui uma dieta variada à base de carne, peixe, legumes, frutas, cereais, entre outros alimentos. No entanto, é preciso ter atenção, pois nesta categoria é muito fácil confundir o que são produtos essenciais e não essenciais na dieta alimentar.
  • Produtos de higiene: Aqui entram os produtos de higiene pessoal, mas também para a limpeza da habitação.
  • Transportes: A maioria das pessoas precisa de fazer deslocações mais longas que requerem a necessidade de recorrer a um meio de transporte. Idealmente, este encargo estaria relacionado ao pagamento de um passe de transportes públicos. No entanto, existem muitas pessoas que se deslocam diariamente de carro. Se este for o seu caso, vai ter nos encargos essenciais despesas relativas à sua viatura, como por exemplo: o seguro automóvel, o Imposto único de circulação (IUC), a manutenção e a inspeção do veículo, entre outras despesas imprevistas com avarias.
  • Saúde: Aqui deve fazer um levantamento de despesas relativas a consultas que precise ou alguma medicação, mas também o seguro de saúde ou algum plano de saúde contratados.
  • Impostos: Para algumas pessoas, além do IRS que é pago através da retenção na fonte (podendo haver um acerto após a entrega da declaração de IRS anual), podem ter de pagar outro tipo de impostos, como é o caso dos trabalhadores independentes. Enquanto trabalhador independente, se não estiver isento, tem de pagar as suas contribuições à Segurança Social, fazer a sua retenção na fonte de IRS, pode ter de pagar IVA e ainda está obrigada a ter um seguro de acidentes de trabalho.

Todas as outras despesas são consideradas como gastos não essenciais?

Nem sempre. Podem existir outros gastos que são essenciais ao bem-estar e qualidade de vida de uma família.

Por exemplo, fazer exercício físico é algo essencial para a sua saúde. No entanto, este pode ser realizado de várias formas. Há pessoas que preferem correr ou fazer atividades que não requerem um investimento financeiro. Mas existem outras pessoas, que olham para as mensalidades de um ginásio como uma despesa essencial.

Já para quem tem filhos, também existem outras despesas que passam a ser essenciais. Desde produtos essenciais como fraldas, cremes, etc., à mensalidade de uma creche ou atividades extracurriculares, quando as crianças começam a crescer.

Contudo, existem outras despesas, que vão estar, inevitavelmente, associadas à categoria dos encargos não essenciais. Afinal, se reduzir significativamente o valor que gasta com as mesmas ou até as eliminar do seu orçamento, continua a garantir todas as suas necessidades básicas. São exemplos de encargos não essenciais as seguintes despesas:

  • Alimentação fora de casa;
  • Atividades de lazer com custos elevados;
  • Viagens;
  • Tratamentos estéticos regulares;
  • Contratação de serviços de limpeza;
  • Subscrições de serviços com pouco uso;
  • Jogos de sorte;
  • Bebidas alcoólicas;
  • Cigarros;
  • Etc.

Mais uma vez, é preciso salientar que não tem de cortar completamente todos os encargos não essenciais do seu orçamento. Contudo, se analisar como está a gastar o seu dinheiro, pode facilmente identificar o que pode reduzir ou cortar rapidamente para estabilizar as suas finanças pessoais.

Leia ainda: Orçamento familiar sob pressão? Nestas despesas não deve cortar

Como criar um orçamento familiar fácil de gerir?

Criar pela primeira vez um orçamento familiar é uma tarefa que pode dar algum trabalho. Afinal, vai ter de fazer um levantamento de todos os seus rendimentos e de todas as suas despesas. E quando dizemos todas as despesas, são mesmo todas. Até os micro gastos.

Só assim consegue ter a noção exata de quanto está a gastar e onde, sendo mais fácil identificar o que é importante manter, reduzir ou eliminar para melhorar a sua vida financeira.

Depois de reunir todos os seus rendimentos e encargos, deve começar por dividir as suas despesas em categorias. De seguida, coloque o valor que gasta mensalmente por prioridades. Ou seja, comece por indicar as suas despesas essenciais, de seguida as que são mais importantes manter e, por fim, os gastos mais supérfluos.

Se tiver despesas com um valor significativo que paga anualmente, pode dividir esse valor em parcelas e colocá-lo de parte. Desta forma, quando chegar a altura do pagamento, este encargo não tem um peso tão elevado no seu orçamento familiar.

Por último, embora não seja uma despesa, é importante que defina um valor para direcionar para outra conta, que irá servir para o seu fundo de emergência. Este valor deve ser visto como uma despesa prioritária. Pois perante um aperto financeiro, o seu fundo de emergência pode evitar que tenha de recorrer a um crédito ou que entre numa situação de incumprimento.

Leia ainda: Não consegue poupar? 7 dicas para gerir o seu orçamento familiar

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

Partilhe este artigo
Tem dúvidas sobre o assunto deste artigo?

No Fórum Finanças Pessoais irá encontrar uma grande comunidade que discute temas ligados à Poupança e Investimentos.
Visite o fórum e coloque a sua questão. A sua pergunta pode ajudar outras pessoas.

Ir para o Fórum Finanças Pessoais
Deixe o seu comentário

Indique o seu nome

Insira um e-mail válido

Fique a par das novidades

Receba uma seleção de artigos que escolhemos para si.

Ative as notificações do browser para receber a seleção de artigos que escolhemos para si.

Ative as notificações do browser
Obrigado pela subscrição

Queremos ajudá-lo a gerir melhor a saúde da sua carteira.

Não fique de fora

Esta seleção de artigos vai ajudá-lo a gerir melhor a sua saúde financeira.