As taxas Euribor subiram nas últimas semanas para máximos dos últimos 6 meses, em todos os prazos. De uma forma muito simples e clara, isso quer dizer que a prestação da sua casa muito provavelmente vai subir nos próximos meses e há o risco real de essa tendência continuar durante algum tempo.
Quem sabe, talvez este seja o tempo que marca o fim definitivo do período da Euribor negativa. Foi bom enquanto durou.
Por exemplo, no prazo a 12 meses, a taxa Euribor já está quase a recuperar metade do que desceu em relação ao mínimo de sempre, de -0,518%, verificado em 20 de dezembro de 2021. Ou seja, nos contratos a 1 ano talvez em menos de 12 meses a Euribor já estará (embora ninguém o possa dizer com toda a certeza) de novo no zero ou até já em terreno positivo. Isso significará uma prestação mais cara do seu crédito à habitação.
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BCE pode subir juros já este ano
As taxas de Euribor estão a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que pode vir a subir os juros este ano devido à subida da inflação na zona euro.
O que é que isto tem a ver consigo? Deve preparar-se para ter ainda mais uma despesa a aumentar. Não bastavam os combustíveis, a eletricidade, o gás, as contas do supermercado e outras. Agora é a vez também da prestação da casa.
O meu alerta é o mesmo de sempre: faça um orçamento mensal com o que ganha e o que gasta, veja quanto lhe sobra (ou não) e reduza rapidamente todas as despesas supérfluas que tem antes do dinheiro não lhe chegar até ao fim do mês. Aja por prevenção e não por reação.
Simule o seu mês financeiro aumentando 50 ou 100 euros a sua mensalidade do crédito à habitação e veja se continua a ser suportável ou se precisa começar já a cortar em algumas coisas.
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Avalie se é possível reduzir encargos
Aproveite também para avaliar se não consegue baixar o seu spread transferindo o seu crédito à habitação para outro banco que suporte todas essas despesas. Se o conseguir fazer, talvez até consiga absorver alguns destes futuros aumentos da Euribor (que vão somar-se ao seu spread) e ainda manter alguma poupança em relação às suas prestações atuais.
Já agora, aproveite para tentar baixar também o seu seguro de vida (mantendo ou melhorando as suas coberturas, obviamente).
Olhe que isto é sério. Não fuja do problema, fazendo de conta que ele não existe. Existe e está a bater à sua porta.
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Pedro Andersson nasceu em 1973 e apaixonou-se pelo jornalismo ainda adolescente, na Rádio Clube da Covilhã. Licenciou-se em Comunicação Social, na Universidade da Beira Interior, e começou a carreira profissional na TSF. Em 2000, foi convidado para ser um dos jornalistas fundadores da SIC Notícias. Atualmente, continua na SIC, como jornalista coordenador, e é responsável desde 2011 pela rubrica "Contas-Poupança", dedicada às finanças pessoais. Tenta levar a realidade do dia a dia para as reportagens que realiza.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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