Comprar casa em Portugal está cada vez mais caro. Para muitos, os leilões de imóveis surgem como uma alternativa real para encontrar preços abaixo do mercado. Mas nem todos os sites garantem a mesma segurança. Ao entrar num leilão sem conhecer as regras, a oportunidade pode virar um risco.
Neste artigo, mostramos onde licitar imóveis em segurança, as plataformas oficiais e privadas mais usadas em Portugal e os cuidados indispensáveis antes de levantar a mão ou clicar no botão da licitação.
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Plataformas oficiais: A primeira paragem para licitar em segurança
Quando o assunto é fiabilidade, os portais oficiais lideram. A plataforma e-leiloes.pt, gerida pela Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução, é a referência central para vendas judiciais. Qualquer cidadão pode registar-se e licitar online, com transparência e acompanhamento legal.
Além do e-leilões, o Portal Citius, do Ministério da Justiça, disponibiliza editais e anúncios de venda. Também é possível encontrar inúmeros leilões de imóveis no Portal das Finanças, pesquisando dentro do site “Venda Eletrónica de Bens Penhorados“.
Estes canais garantem informação oficial, dossiês completos e regras bem definidas. São, por isso, o primeiro passo para quem quer entrar neste mercado sem correr riscos desnecessários.
Sites privados de leilões de imóveis: Opções com atividade comprovada
Além das plataformas públicas, existem várias empresas privadas especializadas em leilões de imóveis. Nomes como Leilosoc, Leilon.pt e BidLeiloeira têm vindo a ganhar espaço, promovendo leilões eletrónicos ativos em 2025.
Estes sites reúnem imóveis de várias origens, desde insolvências a execuções, e disponibilizam catálogos detalhados. Apesar de não serem do Estado, contam com investidores e particulares entre os utilizadores regulares. Contudo, para não correr riscos, verifique sempre as condições do leilão, os prazos de pagamento e as garantias oferecidas pela leiloeira.
Casas de leilões presenciais: Uma tradição que resiste
Embora o digital tenha ganhado terreno, os leilões presenciais continuam a existir em Portugal, embora em número cada vez menor. Empresas como LeiloAtrium ou ONEFIX realizam sessões presenciais ou híbridas, combinando licitações online com presenças em sala.
Porém, mesmo que para alguns compradores a experiência presencial transmita maior confiança, a pressão do momento pode levar a licitações mais altas do que o previsto. Assim, a regra é clara: vá preparado e com um limite definido.
Nota: Tenha em consideração que os leilões de imóveis presenciais são cada vez mais difíceis de encontrar. Com outro tipo de bens móveis, a escassez é menor.
Como funciona a licitação num leilão eletrónico
Os leilões eletrónicos de imóveis seguem um processo relativamente simples. O interessado deve registar-se na plataforma, autenticar-se com NIF ou Chave Móvel Digital e prestar uma caução — normalmente entre 5% e 20% do valor base. Só então pode licitar.
As licitações decorrem durante o prazo fixado e o imóvel é adjudicado a quem oferecer o valor mais alto. É um processo transparente, acessível a todos. No entanto, há riscos: prazos de pagamento curtos, imóveis ocupados ou com dívidas associadas. Daí a importância de analisar toda a documentação antes de participar.
Documentos e cuidados indispensáveis antes de licitar
Antes de clicar no botão da licitação, há passos obrigatórios. É fundamental consultar a certidão predial, a caderneta predial urbana e o certificado energético. Estes documentos revelam se existem hipotecas, dívidas ou usufrutos que podem recair sobre o comprador.
Visitar o imóvel é outro passo importante, sempre que isso seja possível. Caso contrário, se limitar a análise a fotografias, podem passar despercebidas fissuras, humidade ou até a ocupação indevida do imóvel. Além disso, deve calcular todos os custos associados: IMT, Imposto do Selo, escritura, registos e eventuais obras. Só assim terá uma noção real do investimento.
Riscos que não pode ignorar nos leilões de imóveis
Participar em leilões de imóveis pode ser vantajoso, mas não está isento de riscos. Um dos mais relevantes é o direito de remição: os herdeiros podem assumir a compra mesmo depois do imóvel ser arrematado. Outro risco é encontrar casas ocupadas, obrigando a recorrer à justiça para as desocupar.
Além disso, muitos imóveis trazem dívidas fiscais ou de condomínio que passam automaticamente para o novo proprietário. Sem esquecer os prazos curtos de pagamento, que exigem financiamento pré-aprovado. A regra é simples: sem crédito garantido, não licite.
Bancos não fazem leilões de imóveis, mas trazem outra alternativa ao mercado
Importa esclarecer um ponto: os bancos não vendem casas em leilões. As instituições financeiras disponibilizam imóveis recuperados de clientes incumpridores. Porém, anunciam os imóveis em plataformas próprias ou imobiliárias parceiras, nunca em hasta pública.
Nestas carteiras bancárias, as condições podem ser competitivas, incluindo spreads mais baixos no crédito habitação. No entanto, não existe a dinâmica de licitação. São vendas diretas, com negociação semelhante ao mercado tradicional.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
