Escolher um seguro de saúde é uma decisão importante, e muitas vezes complexa. Além do preço e da rede de prestadores, há dois aspetos que exigem especial atenção: os períodos de carência e as exclusões. Estes elementos determinam quando e em que situações o segurado pode efetivamente usufruir das coberturas contratadas.
Neste artigo, explicamos o que significam, porque existem e quais são os mais comuns no mercado português.
O que é o período de carência?
O período de carência é o tempo que decorre entre a data de início do contrato e o momento em que o segurado pode começar a utilizar determinadas coberturas do seguro.
Durante esse período, a seguradora não assume o pagamento de despesas médicas associadas a essas garantias específicas. Por exemplo, se o contrato de seguro tiver um período de carência de 90 dias para consultas médicas, isso significa que o segurado só poderá marcar consultas com reembolso ou através da rede após esses três meses.
Porque é que existem períodos de carência?
Os períodos de carência servem para proteger as seguradoras de riscos imediatos. Por exemplo, o caso de alguém que contrate um seguro apenas porque já sabe que vai necessitar de uma cirurgia ou de um tratamento caro.
Assim, as carências ajudam a manter o equilíbrio financeiro do sistema, evitando aumentos de prémios para todos os segurados.
Os períodos de carência mais comuns
Embora variem entre seguradoras e produtos, alguns prazos são bastante semelhantes no mercado português. É de sublinhar que alguns seguros eliminam as carências se o cliente transitar de outra seguradora sem interrupção de cobertura, mediante prova do seguro anterior.
Cobertura | Período de carência |
Consultas e exames simples | 30 a 90 dias |
Internamentos hospitalares | 90 dias |
Cirurgias | 90 a 180 dias |
Parto e maternidade | 365 a 540 dias |
Próteses e ortóteses | 60 a 180 dias |
Doenças graves (como cancro) | 90 a 180 dias |
Medicina preventiva/Check-ups | 90 dias |
O que são exclusões no seguro de saúde?
As exclusões definem as situações, doenças ou tratamentos que não estão cobertos pelo seguro, mesmo que o contrato esteja ativo e fora do período de carência.
São uma forma de delimitar o risco que a seguradora aceita. Conhecê-las é essencial para evitar surpresas desagradáveis no momento em que mais se precisa do seguro.
Exclusões mais comuns nos seguros de saúde em Portugal
Algumas das exclusões mais frequentes incluem:
- Doenças ou lesões preexistentes, conhecidas antes da contratação;
- Tratamentos estéticos ou cirurgias plásticas não reconstrutivas;
- Doenças mentais ou psiquiátricas (em alguns planos, apenas parcialmente cobertas);
- Dependências de álcool ou drogas;
- Fertilidade e procriação medicamente assistida;
- Acidentes decorrentes de práticas desportivas perigosas (como alpinismo, mergulho ou automobilismo);
- Tratamentos experimentais ou não reconhecidos pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Como evitar surpresas?
Antes de subscrever um seguro de saúde:
- Leia atentamente as condições gerais e particulares
É aí que estão descritos, em detalhe, os períodos de carência e as exclusões. - Confirme se tem doenças preexistentes
Informe a seguradora com transparência. Ocultar informações pode levar à anulação do contrato. - Peça uma simulação detalhada
Compare planos e verifique se existem carências reduzidas ou coberturas opcionais que podem ser adicionadas. - Avalie o histórico da seguradora e a rede médica disponível
Nem sempre o plano mais barato é o mais vantajoso a longo prazo.
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