Vista sobre apartamentos portugueses numa cidade

O valor a que os bancos avaliam os imóveis no âmbito da concessão de crédito habitação voltou a subir em agosto. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor mediano do metro quadrado (m2) fixou-se em 1.965 euros, uma subida de 301 euros em relação a agosto de 2024 (18,1%) e de 20 euros (1%) em relação a julho de 2025.

Em janeiro, o m2 valia 1.774 euros, ou seja, aumentou 191 euros em sete meses. À semelhança do que aconteceu nos meses anteriores, não se registaram descidas em nenhuma zona do país e a Península do Setúbal foi aquela onde o aumento homólogo foi mais expressivo. Nesta região, o valor do m2 subiu 24,7% em relação a agosto de 2024.

O número de avaliações caiu 0,3% em termos homólogos e 6,4% em relação ao mês anterior, num total de 31.658.

Lisboa é líder incontestada na avaliação bancária

“A Grande Lisboa, o Algarve, a Península de Setúbal, a Região Autónoma da Madeira e o Alentejo Litoral apresentaram valores de avaliação superiores à mediana do país , aponta o INE. No caso da Grande Lisboa, a divergência em relação aos valores nacionais é de 50,5%. Aqui, o m2 vale 2.958 euros.

Na avaliação por município, Lisboa continua líder das avaliações bancárias mais altas. O m2 vale já 4.394 euros, quando em agosto de 2024 a mediana era de 3.817 euros. Ou seja, em agosto de 2025, os bancos avaliaram uma casa de 100 m2 num valor a rondar os 439.400 euros. No entanto, a análise vai sempre depender da tipologia e da qualidade do imóvel.

A completar o pódio dos municípios mais caros estão Cascais (3.650 euros/m2) e Oeiras (3.511 euros/m2).

No polo oposto, “Beiras e Serra da Estrela, Alto Tâmega e Barroso e Alto Alentejo foram as regiões que apresentaram valores mais baixos em relação à mediana do país”, pode ler-se no relatório do INE.

Valor dos apartamentos subiu 22,6%

Em agosto, o valor mediano de avaliação do m2 num apartamento foi de 2.269 euros, um aumento homólogo de 22,6%, ou 419 euros. Os valores mais elevados foram observados na Grande Lisboa (2.991 euros/m2) e no Algarve (2.681 euros/m2), tendo o Centro apresentado o valor mais baixo (1.472 euros/m2).

Tal como já tinha acontecido em julho, a Península de Setúbal apresentou o crescimento homólogo mais expressivo, de 26,5%. Nenhuma região do país viu o valor do m2 descer no âmbito da avaliação bancária.

Na análise por tipologias, “o valor mediano dos apartamentos T1 subiu 48 euros, para 2.914 euros/m2, tendo os T2 e T3 aumentado 27 euros e 15 euros, respetivamente, para 2.344 euros/m2 e 1.957 euros/m2”, explica o INE. Estas três tipologias representaram 92,7% das avaliações feitas em agosto.

Moradias voltaram a crescer mais de 10%

As moradias voltaram a apresentar um valor mediano do m2 inferior ao dos apartamentos. Fixou-se em 1.430 euros, que traduz um crescimento de 10,3%.

Os valores mais elevados observaram-se na Grande Lisboa (2.705 euros/m2) e no Algarve (2.479 euros/m2). Ainda assim, vale a pena destacar que são valores inferiores aos de julho, embora na Grande Lisboa essa diferença seja de apenas 2%.

Tal como tinha acontecido no mês anterior, as regiões que registaram os valores mais baixos foram o Centro e o Alentejo (1.063 euros/m2 e 1.140 euros/m2, respetivamente).

Repetindo o que aconteceu no total das habitações e nos apartamentos, a Península de Setúbal apresentou o maior crescimento homólogo (16,5%), não se tendo registado qualquer descida.

De agosto de 2024 para agosto de 2025, o valor mediano das moradias T2 aumentou três euros, para 1.395 euros/m2, o das T3 subiu 11 euros (1.401 euros/m2) e o das T4 cresceu 45 euros, para 1.529 euros/m2. Estas tipologias representaram 88,8% das avaliações de moradias.

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Perguntas frequentes

A avaliação bancária é essencial na concessão de crédito habitação. Nestas operações, os bancos têm de cumprir com as regras relativas ao rácio LTV (loan-to-value). Tirando algumas exceções, as instituições não podem emprestar mais de 90% do menor dos dois valores entre a aquisição do imóvel e a avaliação do imóvel por eles feita. Exceção para os jovens que podem beneficiar da garantia pública, se cumprirem com os critérios exigidos.

Ou seja, se comprar uma casa por 200 mil euros e o valor de avaliação for 160 mil euros, o banco só pode emprestar até 144 mil euros (90% de 160 mil).

É a evolução em relação ao período imediatamente anterior, como um mês, um trimestre ou um semestre. Por exemplo, se em agosto um indicador tiver uma evolução em cadeia de 2%, significa que cresceu 2% em relação ao primeiro trimestre.

É a evolução em relação ao mesmo período do ano anterior. Por exemplo, se no terceiro trimestre de um ano um indicador tiver uma evolução em cadeia de 2%, significa que cresceu 2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

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