Imagem onde um casal feliz compra uma casa

Comprar a primeira casa é, ao mesmo tempo, um dos grandes objetivos e um dos maiores desafios financeiros de muitas pessoas. O caminho até ter dinheiro para a entrada pode demorar mais ou menos tempo, sobretudo num contexto em que os preços das casas sobem a um ritmo acelerado.

Entre o segundo trimestre de 2024 e o mesmo período de 2025, o preço do metro quadrado cresceu 19%, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). Assim, é importante começar a poupar desde cedo para este objetivo, além de definir metas e prazos que ajudem a perceber como lá chegar.

Quanto é preciso poupar para comprar a primeira casa?

Os bancos podem emprestar, no máximo, 90% do menor valor entre a aquisição e a avaliação do imóvel. Ou seja, se comprar uma casa de 250 mil euros e o banco a avaliar em mais do que isso, vai precisar de, pelo menos 25 mil euros (10% de 250 mil). Se o banco avaliar abaixo, vai precisar de mais (mas para facilitar os exemplos deste artigo, vamos sempre considerar que a aquisição e avaliação têm o mesmo valor).

No entanto, os custos iniciais com a compra de uma casa vão além da entrada. Há ainda que contar com:

  • Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT): varia de acordo com o valor de aquisição ou o valor patrimonial tributário (é considerado o mais alto);
  • Imposto do selo sobre a aquisição: 0,8% do valor do imóvel;
  • Imposto do selo sobre o crédito: 0,6% sobre o valor financiado para créditos com prazo superior a cinco anos (0,04% até um ano e 0,5% entre um e cinco anos)
  • Escritura: 700 euros se houver crédito habitação e 375 euros se não houver crédito;
  • Comissão de estudo: entre 200 e 300 euros;
  • Comissão de avaliação: entre 200 e 300 euros;
  • Comissão de formalização: cerca de 200 euros.

Contas feitas, para uma casa de 250 mil euros com entrada de 10% são precisos quase 37 mil euros logo à partida: 25 mil de entrada e cerca de 12 mil de impostos, emolumentos e comissões.

Este é o melhor cenário, ou seja, aquele em que o banco adota o LTV máximo permitido de 90%. É que há instituições que só emprestam 85% ou 80%, mesmo para habitação própria e permanente. E, nesses casos, é preciso ter mais dinheiro para a entrada.

Por exemplo, num banco que só empreste 80% do valor, são necessários 50 mil de entrada, a que acrescem quase 12 mil com outros custos. No total, é preciso ter quase 62 mil euros de capitais próprios.

Nota: Até 31 de dezembro de 2026, os jovens até aos 35 anos podem conseguir financiamento a 100% através da garantia pública no crédito habitação. Ainda assim, este modelo não garante a aprovação automática do financiamento. Isto porque os compradores têm de cumprir o critério de taxa de esforço (o pagamento de todos os créditos não pode ultrapassar 50% dos rendimentos). E, neste caso, um empréstimo maior significa também prestações maiores, o que pode inviabilizar o pedido a jovens com rendimentos mais baixos.

Em paralelo, existe outra medida, que isenta os jovens do pagamento de imposto do selo sobre a aquisição, IMT e emolumentos em casas com valor até ao quarto escalão do IMT (valor atualizado anualmente).

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Quanto tempo é necessário até ter o valor para comprar a primeira casa?

A resposta a esta pergunta não é linear e depende sempre do dinheiro que cada pessoa consegue poupar. Em princípio, alguém que ganha mais poderá conseguir cumprir o objetivo mais cedo, uma vez que, à partida, tem condições para poupar quantias maiores todos os meses.

Se uma pessoa quiser comprar casa sozinha e poupar 200 euros por mês, vai juntar 2.400 por ano. Neste caso, demorará quase 15 anos e meio até ter 37 mil euros. No entanto, se aproveitar os subsídios de férias e de Natal para, nesses meses, poupar 400 euros, reduz o prazo para pouco mais de 13 anos.

Já se o objetivo for comprar casa a dois e quiserem contribuir em partes iguais, cada um precisa de 18.500 euros. Assumindo o mesmo valor de poupança mensal, o objetivo é atingido em cerca de sete anos e meio (ou pouco mais de seis anos e meio se aproveitarem os subsídios).

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E se fizer o raciocínio ao contrário? A importância das metas e prazos

Outra forma de olhar para a poupança para comprar a primeira casa é definir metas e prazos. Uma pessoa ou casal que queira comprar a casa de 250 mil euros num prazo de cinco anos tem de poupar 7.400 euros por ano. No entanto, se alargar esse período para 10 anos a poupança anual necessária baixa para 3.700 euros.

Claro que estes objetivos devem encaixar naquilo que é o rendimento de cada pessoa e de cada casal, pelo que é importante encontrar um compromisso entre prazo e capacidade mensal de poupança. Ao longo do tempo, se os rendimentos aumentarem, é sempre possível ajustar as metas e acelerar o plano.

Em todo o caso, há formas de fazer o dinheiro crescer e alcançar os objetivos mais cedo, ou de chegar ao fim com maior capacidade financeira, sem alterar o prazo. Para isso, pode aplicar o dinheiro em produtos que tragam algum retorno.

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Curto ou longo prazo?

Enquanto poupa pode também investir uma parte desse dinheiro, sempre dentro daquilo que for o seu perfil. Depois de saber quais os produtos com que se sente mais confortável, é importante rever o prazo em que quer comprar a primeira casa, uma vez que isso influencia os instrumentos financeiros mais adequados.

É diferente ter um objetivo de cinco anos ou de 10 anos. Em princípio, quanto mais curto for o prazo, mais seguros devem ser os investimentos, para evitar perdas de capital que não haja tempo de recuperar.

Curto prazo (até cinco anos)

Entre os investimentos de curto prazo mais seguros estão:

  • Depósitos a prazo;
  • Certificados de Aforro;
  • Certificados do Tesouro.

Apesar de não terem retornos muito expressivos, não há o risco de perder dinheiro.

Médio/longo prazo (mais de cinco anos)

Quem tem um horizonte temporal maior pode tentar assumir um pouco mais de risco, investindo em produtos como:

  • Fundos de investimento;
  • Planos Poupança Reforma (PPR).

Neste último caso, é essencial verificar as penalizações por reembolso antecipado, bem como a tributação das mais-valias, que varia consoante o tempo em que o dinheiro permanecer investido.

Se levantar dentro das condições legais, a taxa é de 8%. No entanto, se o fizer fora dessas condições, a taxa sobe para valores entre os 8,6% e os 21,5%, da seguinte forma:

  • Até ao quinto ano de investimento: 21,5%
  • Entre o quinto e o oitavo ano de investimento: 17,2%
  • Após o oitavo ano de investimento: 8,6%

Ainda assim, só poderá beneficiar das taxas de 8,6% e de 17,2% se as entregas feitas na primeira parte do contrato representarem, pelo menos, 35% da totalidade do investimento.

Neste guia, pode saber mais sobre as condições de resgate de tributação de Planos Poupança Reforma.

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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