Homem mais velho explica investimentos a homem mais novo

A maioria dos portugueses sente-se segura quando investe. Segundo o 2º Barómetro Doutor Finanças, numa edição dedicada aos Hábitos de Investimento, realizado pela Universidade Católica, em parceria com o Doutor Finanças, 78% afirma conhecer, ou conhecer bem, os produtos onde aplica as suas poupanças. Mas 14% admite depender de recomendações de terceiros para investimentos. O barómetro mostra que, apesar de sinais positivos de literacia, há ainda um grupo relevante que delega decisões.

14% investe com base em conselhos, enquanto 41% domina os produtos

O 2.º Barómetro Doutor Finanças revela que 7% dos portugueses investe sobretudo com base em recomendações de profissionais, enquanto 7% segue orientações de familiares ou amigos. Já 41% afirma “conhecer bem” os produtos financeiros onde aplica o seu dinheiro e 37% admite dominar apenas o básico.

“Esta dependência de terceiros, aliada ao conhecimento básico predominante, sugere que a educação financeira e o aconselhamento profissional são pilares cruciais para o mercado de investimento em Portugal”, lê-se no estudo.

Literacia financeira: 37% avalia-se a meio da escala

A perceção de conhecimento sobre finanças pessoais revela contrastes claros. Cerca de 37% dos inquiridos coloca-se no nível intermédio (3 numa escala de 1 a 5), enquanto 29% opta pelo nível 4.

15% admite um défice, situando-se nos níveis 1 ou 2, e apenas 16% atribui a si próprio a pontuação máxima. Estes números denotam margem para reforçar a educação financeira e estimular decisões mais informadas.

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Falta de poupança trava 37% dos potenciais investidores

Entre quem não investe, as razões estão sobretudo ligadas ao rendimento disponível. Para 37%, a ausência de poupanças impede a entrada no universo dos investimentos. Outros 27% preferem apenas poupar, enquanto 16% não indica um motivo específico.

Desconhecimento (10%), desconfiança nos mercados (6%) e medo de perder dinheiro (4%) são menos frequentes, confirmando que as barreiras são, maioritariamente, financeiras.

Obstáculos ao arranque em investimentos: 33% aponta falta de dinheiro e 15% falta de conhecimento

Mesmo entre quem gostaria de começar a investir, as dificuldades são evidentes. Um terço (33%) destaca a falta de dinheiro como o maior entrave, 15% menciona falta de conhecimento e 7% refere ausência de autonomia para decidir.

Há ainda 35% que nunca considerou investir, o que revela um universo pouco sensibilizado para o tema. O barómetro sugere que informação clara e produtos simples podem aproximar este público.

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Educação financeira pode aumentar a participação

O inquérito confirma que existe um grupo sólido de investidores confiantes, mas também uma fatia que investe sem pleno domínio ou que permanece afastada. Apostar em literacia financeira e criar soluções acessíveis para pequenas poupanças pode ser crucial para ampliar o mercado.

Mais aconselhamento e formação podem ajudar a reduzir a dependência de terceiros e a reforçar a qualidade das decisões de investimento.

Conheça as principais conclusões do barómetro aqui.

Ficha técnica: Este inquérito foi realizado pelo Centro de Estudos Aplicados (CEA) da Universidade Católica Portuguesa em colaboração com o Doutor Finanças, entre os dias 31 de julho e 28 de agosto de 2025. O universo-alvo é composto por indivíduos com 18 ou mais anos residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir de uma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 701 inquiridos é de 4%, com um nível de confiança de 95%.  

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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