No mundo empresarial existe um conceito muito importante na compra de algum bem: custo total de posse (total cost of ownership, em Inglês). Este conceito também pode (e deve) ser aplicado ao nível das finanças pessoais.
O que é o custo total de posse?
O cálculo do custo total de posse é muito relevante na compra de qualquer bem, pois através deste indicador conseguirá entender melhor quanto lhe custará usufruir do bem durante a vida útil do mesmo. Para tal deve ter em conta custos atuais e futuros associados (direta ou indirecamente) ao bem, tais como:
- O bem precisa de outros produtos/serviços para funcionar? Se sim, quanto custam?
- O bem necessita de manutenção? A que preço e com que periodicidade?
- A compra do bem envolve outros custos (taxas, envios, ...)? Quais e quanto custam?
- No final da vida útil do bem terei alguns custos para me desfazer do mesmo?
Se pensarmos no exemplo do automóvel é fácil entender a importância associada a esta simples análise:
- Um automóvel necessita de combustível para andar. Que tipo de combustível utiliza e qual o consumo?
- Também é necessário possuir um seguro. Que seguro é adequado para este tipo de veículo?
- Os automóveis necessitam de manutenções periódicas (vulgo revisão), qual a sua periodicidade e custos esperados?
- Para além do preço "chave-na-mão", terei de pagar despesas de legalização e de transporte?
- No final de vida pode existir algum custo para abater o automóvel. Se esse for o caso, quanto custará?
Como facilmente concluirá, ir para lá do "simples" preço de um bem é muito importante. Por um lado ajuda-nos a compreender o total de custos envolvidos e por outro ajuda-nos a comparar diferentes bens (e.g., um automóvel mais caro "à cabeça" pode acabar por ser mais barato se tiver manutenções mais espaçadas e de menor custo).
Neste artigo demos o exemplo da compra de um automóvel, mas é uma análise que pode (e deve) ser utilizada para muitos mais bens: habitação, consola de jogos, computador, telemóvel, entre outros.
Já sabe, agora quando for comprar algum bem olhe para lá do preço afixado.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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@Mário,
Nesse caso só vendo as condições particulares do produto.
Sim, se a taxa que remunerava esse depósito, por exemplo, diminuir.
Suponha que era 3% e passa para 2%, a meio do semestre que, por exemplo, nós subscrevemos. Estou-me a lembrar do caso das indexadas a EURIBOR
Qual a taxa que vale para o cálculo dos juros desse depósito?
A inicial?
A final?
Ou é a proporcional ou tempo que cada uma vigora?
@Mário,
Se a taxa mudar? Como assim?
Será que alguém me pode esclarecer uma questão?
Caso a taxa remuneratória de DPrazo mude a meio do prazo no qual subscrevemos o produto, quais os juros que se recebe: o da tx inicial, o da tx nova, ou os proporcionais ao tempo em que cd taxa vigorou?
Obrigado
Um outro bom exemplo e fácil de aplicar é o do frigorífico pois este está 24h a trabalhar.
Há que ponderar sempre o preço de aquisição+o consumo do mesmo a longo prazo (10 anos, por ex.).
Vai-se concluir que mais vale dar mais 100 ou 200€, num frigorífico que consome menos.
Reparem que podem ir desde os:
150KW/ano= +- 22€
até: 500 KW/ano: +- 80€
De facto eu também não vejo necessidade de termos um veículo a qualquer hora, mas concordo com o ddascaldas quando diz que ter um carro à disposição é muito prático, para ir às compras, para visitar um amigo à noite, para dar um passeio…
É que (para além das motas) ainda não há uma alternativa práticas para quando necessitamos de um automóvel.
Por estas e por outras é que ando de mota eléctrica…
Caro António Cruz
O ter um carro versus transporte publico tem de ter em conta muito mais aspectos que os que refere.
Primeiro é essencial ter em conta o lugar no qual faz as deslocações, se for numa qualquer aldeia e muitas vilas, as hipoteses publicas são diminutas.
Outro ponto em analise é o que fazer com o veículo, por exemplo, as idas às compras ou mesmo a hipotese de deslocação a qualquer horário.
O tipo de veículo e o que se faz com o mesmo também é essencial, muitas vezes um da gama mais baixa completa todas as necessidades e tem menos despesa: imposto, combustivel, seguro e manutenção.
No meu caso, continuo a achar, após um estudo das hipoteses, que o veiculo particular serve melhor os meus interesses… mas cada qual fará a sua escolha.
Apenas como achega, ideal seria um electrico mas até ele chegar de forma consistente e com postos de carga nas bombas comuns, nada feito.
Obrigado,
So true…
Curioso ter pegado no exemplo do automóvel. De facto a compra de um automóvel pressupõe muito mais custos do que o preço de aquisição. Está sujeito à volatilidade dos preços do combustíveis, por exemplo, mas também existem outros custos que as pessoas não consideram. O custo de estacionamento.
Em Portugal existe a ideia errada mas generalizada de que o estacionamento deve ser quase gratuito, ficando todas as ruas pejadas de automóveis estacionados, no entanto o estacionamento tem custos enormes para a sociedade.
Para minimizar o custo de posse de um automóvel desloco-me normalmente de transportes e uso táxi ocasionalmente. Quando realmente preciso de um carro , alugo consoante as necessidades smart/5 lugares/carrinha/pick up… Ter um carro, reserva uma grande fatia dos rendimentos para ter um objecto que está mais de 90% do tempo parado… a ocupar espaço público, forçando a existência de menos àrvores e bio-diversidade…
As externalidades são imensas…