Parece que foi ontem que contou as doze badaladas para entrar no ano 2020? É verdade... Este, que foi um ano atípico devido à pandemia que assolou o mundo, trouxe muitos desafios, não só para o setor da saúde, como também para o setor financeiro. E é aqui que entra a importância de estarmos financeiramente preparados.
Embora seja de conhecimento comum a importância de fazer um orçamento familiar, este nem sempre é levado com o nível de compromisso desejado. Por isso, tanto no início de um novo mês, como no início de um novo ano, é importante que gaste algum tempo a fazer um planeamento financeiro.
E mesmo que venha um ano que lhe troque todas as voltas, como foi o caso de 2020, e que o leve a questionar “se valerá mesmo vale a pena fazer planos”, pense de outra maneira: Se fizer um orçamento e uma poupança mensal, se acontecerem imprevistos, vai estar melhor preparado e mais confortável financeiramente.
Foi a pensar nisso, que trouxemos sete dicas importantes para entrar em 2021 com a sua vida financeira arrumada (e uma carteira cheia de saúde).
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1. Planeie o novo ano que aí vem (e o que falta deste)
Antes de colocar os olhos no futuro é importante que olhe para o presente. Caso tenha feito um planeamento financeiro para este ano é importante que o analise e que faça um balanço. Através desta análise vai perceber o que correu bem e aquilo que correu menos bem. Isto vai ajudá-lo também no momento de fazer o planeamento para 2021, uma vez que vai perceber o que deve limar e o que deve manter igual.
Se não fez este planeamento financeiro, nunca é tarde. Faça-o agora para os meses que restam do ano.
Isto também se aplica à poupança. Se não fez uma ao longo do ano, ainda vai a tempo. Por exemplo, pode colocar de lado parte do seu subsídio de Natal, para terminar o ano com algum dinheiro de parte.
Depois de concluir a análise sobre o ano de 2020, é importante antecipar-se e começar já a verificar as suas despesas e receitas do próximo ano. Claro que muita coisa pode mudar ao longo do ano, mas, por exemplo, existem algumas receitas e despesas que são fixas que, à partida, já consegue contabilizar.
Até mesmo algumas despesas variáveis, como é o caso das férias, também já consegue programar, por exemplo, qual o montante máximo que pode gastar.
Para além das férias, existem outros meses que já sabe que vai ter determinadas despesas associadas. Como é o caso do mês do regresso às aulas, os meses para o pagamento do IMI ou o mês em que tem de renovar o seu seguro automóvel, por exemplo.
Para poder usufruir melhor dos benefícios fiscais que o Estado concede, pode também começar já a preparar o seu IRS, ao organizar todos os seus documentos e a pedir que coloquem o seu número de contribuinte nas faturas. Em 2021, quando submeter a sua declaração, também vai conseguir perceber se vai ter direito a reembolso do IRS ou se, pelo contrário, vai ter que pagar um acerto do mesmo. E se tiver direito a um reembolso junte pelo menos parte do valor à sua poupança.
Em suma, é importante que faça um orçamento familiar contemplando o máximo de informação que já tiver e claro, com alguma margem, para os imprevistos que possam acontecer ao longo do ano.
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2. Poupe no seu crédito habitação
Neste momento o crédito está mais barato, uma vez que a taxa Euribor continua em valores negativos e os spreads estão mais baixos (já existem mesmo bancos a oferecer spreads mínimos abaixo dos 1%).
Dada esta conjuntura atual, pode estar a perder (muito) dinheiro com o seu crédito habitação, principalmente se comprou casa entre 2011 e 2016. Ainda assim, e independentemente da altura, pode e deve consultar o mercado, uma vez que este pode revelar melhores condições do que as que tem atualmente.
Se pretende poupar com o empréstimo da sua casa, o segredo pode estar na transferência do crédito habitação para outra entidade, que lhe ofereça melhores condições. É importante também salientar que ao fazer esta revisão vai ter a oportunidade de rever e poupar noutros produtos e serviços que estão associados ao seu crédito e que o podem estar a encarecer. Exemplo disso pode ser o cartão de crédito, as contas-poupança ou os seguros obrigatórios.
Por isso, não se prenda apenas ao spread, até porque um spread mais baixo nem sempre corresponde a melhores condições de financiamento.
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3. Analise os seus seguros
O primeiro passo para poupar dinheiro com os seus seguros consiste em conhecer a sua carteira de seguros. Embora possa parecer estranho, a verdade é que ainda usual encontrar quem não saiba ao certo quantos seguros tem e as suas coberturas. Por exemplo, as coberturas duplicadas são muito comuns, contratadas em seguros distintos. Pedir a exclusão de determinadas coberturas que não precisa poderá levá-lo a poupar muito dinheiro.
A mensalidade dos seguros de vida e multirriscos associados ao seu crédito habitação, por vezes, pode tornar-se numa despesa mensal mais exigente do que a mensalidade do próprio empréstimo. É muito comum, contratar este tipo de seguros junto da entidade bancária onde se está a fazer o crédito, contudo, esta pode não ser a solução mais barata. Saiba que pode fazê-lo junto de outras entidades que lhe apresentem melhores condições para o seu caso.
Resumidamente, rever os seguros do seu crédito habitação e as apólices de outros seguros que possa ter, como por exemplo o seguro de saúde, é uma decisão que pode implicar poupanças significativas e que está ao seu alcance.
Intermediários financeiros, como é o caso do Doutor Finanças, podem ajudá-lo a encontrar o seguro que melhor se adequa às suas necessidades.
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4. Junte todos os seus créditos num só
Se tem vários créditos em mãos, como por exemplo um para o automóvel, outro para o seu computador ou algum outro crédito pessoal que fez para as férias, saiba que pode ganhar dinheiro se juntar todos os crédito num só através da consolidação de créditos.
Esta é uma solução financeira que permite ter uma única prestação mais baixa e com melhores condições, ao invés das diferentes prestações que tem que pagar ao final do mês.
A consolidação vai, assim, ajudá-lo a ter uma folga orçamental ao final do mês e uma poupança significativa no final do contrato de crédito. Claro que, o valor da poupança, vai sempre depender de caso para caso.
A poupança gerada pode ser usada para criar um fundo de emergência para acautelar possíveis imprevistos. Contudo, também pode colocar uma parte de lado para amortizar o seu crédito consolidado. Ao fazê-lo, conseguirá livrar-se desta dívida mais rapidamente e diminuir bastante o total de juros pagos.
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5. Reveja e renegoceie os seus serviços
Muitas vezes nem damos por certas despesas que temos, que nos parecem pequenas e que estão camufladas, mas que ao final do mês tem um peso considerável no orçamento.
Por isso, já parou para pensar quanto dinheiro gasta em coisas que não utiliza? Como é o caso, por exemplo, dos serviços de streaming - seja de filmes, séries ou música -, do ginásio, de algumas coberturas de seguros e serviços de mobilidade partilhada.
Reveja esses mesmos serviços e cancele a subscrição, verá os resultados de poupança logo no mês seguinte.
Já os serviços como a água, a eletricidade, o gás e telecomunicações, que são despesas tidas como fixas e essenciais, pode sempre tentar renegociá-las.
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6. Negoceie as suas dívidas
Sente que os seus créditos vão comprometer as suas finanças em 2021? Se não conseguir fazer a consolidação dos créditos ou se tiver prestações em atraso, a solução pode passar pela sua negociação.
Se não sabe como pode fazê-lo sozinho, descarregue o eBook do Doutor Finanças. Este manual vai ajudá-lo, de maneira simples e eficaz, a renegociar prazos, taxas e a obter as melhores condições junto das entidades credoras.
Esta renegociação vai permitir que tenha um orçamento familiar mais equilibrado.
7. Não deixe para 2021 a poupança que pode começar hoje
Independente da sua situação atual, por muito que se fale em poupança e como pode ser feita, na hora H o maior inimigo é muitas vezes a inércia. Pensar que logo poupa ou que depois aproveita o subsídio de férias para fazer face a determinada situação, nunca é boa ideia. No final, vai arranjar sempre um destino “mais urgente” para esse dinheiro.
Lembre-se, quanto mais cedo organizar o seu orçamento e começar a poupar dinheiro, mais cedo vai recolher os frutos desse esforço.
Se sentir que poupar é uma tarefa complicada, talvez seja importante considerar a poupança automática. Agende transferências automáticas no início do mês da sua conta à ordem para outra conta destinada ao aforro (é possível fazê-lo através do seu homebanking).
Desta forma vai garantir que poupa todos os meses e cria um pé de meia para despesas futuras.
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- Como conseguir uma poupança para fazer face a despesas de 6 meses?
- Se a minha situação financeira piorar, o que posso fazer?
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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