Engenheiros decidem tamanho de uma habitação através da planta da casa

O preço a que os bancos avaliam o metro quadrado (m2) no âmbito da concessão de crédito habitação cresceu pelo 20.º mês consecutivo em julho.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor mediano do m2 fixou-se em 1.945 euros. Isto representa um aumento de 34 euros em relação a junho e de 307 euros comparativamente a julho de 2024 (mais 18,7%). Desde o início do ano, o valor m2 já aumentou 171 euros.

Tal como já tinha acontecido em junho, não se registaram descidas em nenhuma zona do país e a Península do Setúbal foi aquela onde o aumento foi mais expressivo. Aqui, o m2 subiu 24,2% no âmbito da avaliação bancária, ou seja, passou de 1.860 euros, em julho de 2024, para 2.310 euros, em julho de 2025.

O número de avaliações aumentou 3,7%, num total de 33.839 (21.320 apartamentos e 12.519 moradias).

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Lisboa mantém liderança

“A Grande Lisboa, o Algarve, a Península de Setúbal, a Região Autónoma da Madeira e o Alentejo Litoral apresentaram valores de avaliação superiores à mediana do país”, aponta o INE. Na Grande Lisboa, o valor do m2 está 52% acima da média nacional. Em julho, valia 2.956 euros, um aumento homólogo de é de 545 euros.

Assim, é também sem grande surpresa que o munícipio de Lisboa aparece como aquele onde o m2 está mais valorizado: 4.313 euros. Ou seja, os bancos avaliam uma casa de 100 m2 num valor a rondar os 431.300 euros. No entanto, a análise vai sempre depender da tipologia e da qualidade do imóvel.

A completar o pódio dos municípios mais caros estão Cascais (3.567 euros/m2) e Oeiras (3.496 euros/m2).

No polo oposto, “Beiras e Serra da Estrela, Beira Baixa e Terras de Trás-os-Montes foram as regiões que apresentaram valores mais baixos em relação à mediana do país (-50,3%, -49,8% e -49,1%, respetivamente)”, pode ler-se no relatório do INE.

Valor dos apartamentos subiu 24%

Em julho, o valor mediano de avaliação do m2 num apartamento foi de 2.254 euros, um aumento homólogo de 24%, ou 436 euros. Os valores mais elevados foram observados na Grande Lisboa (2.990 euros/m2) e no Algarve (2.642 euros/m2), tendo o Alentejo apresentado o valor mais baixo (1.419 euros/m2).

À semelhança de junho, a Península de Setúbal apresentou o maior crescimento homólogo (25,6%). Nenhuma região do país viu o valor do m2 descer no âmbito da avaliação bancária.

Olhando para as tipologias, “o valor mediano dos apartamentos T1 subiu 71 euros, para 2.866 euros/m2, tendo os T2 e T3 aumentado 50 euros e 18 euros, respetivamente, para 2.317 euros/m2 e 1 942 euros/m2”. Estas três tipologias representaram 92,8% das avaliações feitas em julho.

Moradias cresceram mais de 10%

Mais uma vez, as moradias apresentaram um valor mediano do m2 inferior ao dos apartamentos. Fixou-se em 1.414 euros, que traduz um crescimento de 10,4%.

Os valores mais elevados observaram-se na Grande Lisboa (2.707 euros/m2) e no Algarve (2.505 euros/m2).

Já o Centro e o Alentejo registaram os valores mais baixos do m2 (1.047 e 1.103 euros, respetivamente). A Região Autónoma dos Açores apresentou o maior crescimento homólogo (17,8%), passando o m2 de 1.134 em julho de 2024 para 1.336 euros em julho de 2025.

Tal como aconteceu na totalidade das habitações e nos apartamentos, também nas moradias não se registaram descidas de um ano para o outro. Ainda assim, o valor desceu muito ligeiramente (apenas três euros) na Região Autónoma da Madeira de junho para julho.

De um ano para o outro, o valor mediano das moradias T2 aumentou 41 euros, para 1.392 euros/m2, o das T3 subiu 14 euros (1.390 euros/m2) e o das T4 cresceu 23 euros, para 1.484 euros/m2. Estas tipologias representaram 88,6% das avaliações de moradias.

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Perguntas frequentes

A avaliação bancária é essencial na concessão de crédito habitação. Nestas operações, os bancos têm de cumprir com as regras relativas ao rácio LTV (loan-to-value). Tirando algumas exceções, as instituições não podem emprestar mais de 90% do menor dos dois valores entre a aquisição do imóvel e a avaliação do imóvel por eles feita. Exceção para os jovens que podem beneficiar da garantia pública, se cumprirem com os critérios exigidos.

Ou seja, se comprar uma casa por 200 mil euros e o valor de avaliação for 160 mil euros, o banco só pode emprestar até 144 mil euros (90% de 160 mil).

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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