Carreira e Negócios

7 mitos sobre o investimento que pode deixar para trás

Há vários mitos sobre o investimento que impedem muitos portugueses de investir em produtos que lhes poderiam ser benéficos.

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7 mitos sobre o investimento que pode deixar para trás

Há vários mitos sobre o investimento que impedem muitos portugueses de investir em produtos que lhes poderiam ser benéficos.

Existem alguns mitos sobre o investimento que mantêm muitos portugueses longe de qualquer tipo de produto financeiro que não tenha capital garantido, seja esta garantia dada pelo Governo ou por uma entidade financeira. 

Porém, hoje em dia, o mundo dos investimentos está mais acessível e algumas barreiras que outrora eram obstáculos, já não se aplicam. Neste artigo, abordamos alguns dos mais populares mitos sobre o investimento que deve "esquecer".

Antes de mais, importa salientar que existem alguns cuidados base a ter antes de investir. Estes cuidados incluem criar um fundo de emergência, avaliar a sua tolerância ao risco, e saber interpretar informação financeira.

Assumindo que já tomou os devidos cuidados, vejamos então alguns dos mais populares mitos sobre investimentos.

 1 – Investir é só para ricos

Há uns anos atrás, investir era, de facto, só para quem movimentava grandes quantidades de capital, tanto por falta de acesso a instituições que ligavam o cliente ao mercado, como por taxas exorbitantes cobradas por instituições financeiras.

A competição e o crescimento da tecnologia financeira – a chamada fintech – democratizaram fortemente o acesso a investimentos, de tal modo que hoje em dia é possível investir com apenas 1 euro. No ActivoBank, por exemplo, existem fundos de investimento com este valor mínimo necessário.

Pela Revolut, por outro lado, consegue exposição ao ouro a partir de um euro, por exemplo. Do mesmo modo, há plataformas de investimento peer-to-peer que permitem investir a partir de apenas cino euros. Naturalmente, os ganhos que terá de investimentos destes tamanhos são limitados, mas torna-se claro que o acesso a estes investimentos está ao alcance de qualquer um.

Mas, atenção, existem outras plataformas com taxas mais elevadas. Entre a diversa oferta dos bancos, existe o caso da Caixa Geral de Depósitos com operações nos mercados bolsistas que têm um custo que pode chegar a ultrapassar os 30 euros por operação, acrescido de comissões de manutenção e outros.

Leia ainda: Porque deve optar por um fundo para investir nos mercados

2  - Risco é muito elevado

Investir envolve sempre algum risco e nada é garantido, visto que ninguém consegue prever o futuro. No entanto, existem centenas de produtos financeiros diferentes no quais pode investir: uns mais arriscados, e uns menos arriscados.

Todos os investimentos podem ser categorizados de acordo com o seu risco. Seguros de capitalização, por exemplo, podem ser vistos como um tipo de investimento com benefícios fiscais associados que tem um risco muito baixo, visto que costumam ter capital garantido. Esta garantia, note-se, é dada pela companhia de seguros a comercializar o produto.

Por outro lado, os produtos disponíveis podem ser extremamente complexos e arriscados. A oferta existente passa também por produtos que envolvem a representação de derivados criptomoedas que por si já são considerados investimentos extremamente arriscados.

Investidores profissionais, por norma, combinam diferentes tipos de produtos – uns mais complexos que outros – para reduzir o risco envolvido nos seus investimentos. Conhecendo a sua tolerância ao risco, consegue encontrar algo que se adeque à sua situação.

3 – São necessários conhecimentos especializados

Para o ajudar a "esquecer" este mito sobre investimento, temos mais uma vez de voltar à quantidade de produtos financeiros disponíveis no mercado. Para um seguro de capitalização o conhecimento especializado necessário é bastante reduzido, por exemplo.

No entanto, se procurar produtos complexos como futuros ou warrants, vai precisar de bastante conhecimento. O acesso ao mundo dos investimentos está de tal forma democratizado, que várias instituições financeiras oferecem produtos “chave-na-mão.”

Estes produtos podem passar, por exemplo, pelo uso de um robô-advisor que adapta uma carteira de investimento pré-feita de acordo com o seu perfil de risco, como por seguros unit-linked com várias estratégias diferentes feitas para se adaptarem à tolerância ao risco de cada um.

Por outro lado, algumas plataformas e bancos oferecem também aconselhamento no que toca a investimentos, ajudando os seus clientes a, no mínimo, entenderem como funcionam os diferentes tipos de produtos oferecidos.

Assim, antes de investir em plataformas reguladas, deve realizar um "inquérito de adequação a investimento". Este avalia os seus conhecimentos. Desta forma, pode evitar colocar, acidentalmente, dinheiro em produtos demasiado complexos.

4 – O dinheiro fica “preso”

Apesar de a grande maioria dos investimento virem acompanhados de recomendações que sublinham a necessidade de serem mantidos a médio-longo prazo ou durante, pelo menos, cinco ou mais anos, na maior parte dos casos, o dinheiro investido está disponível.

Este conselho deve-se à natureza dos mercados, que a curto prazo podem mover-se de forma imprevisível e volátil, enquanto a longo prazo podem ter resultados mais positivos. Ao manter um investimento por mais tempo, evita estes constrangimentos a curto prazo.

A disponibilidade do dinheiro investido depende da liquidez do mercado onde se investe, sendo que esta liquidez representa o quão fácil é, ou não, comprar e vender ativos. A título de exemplo, um investimento imobiliário no interior de Portugal é certamente mais ilíquido do que uma ação de uma das maiores empresas do mundo.

Alguns produtos financeiros, como seguros unit-linked, têm por norma taxas adicionais cobradas no caso de levantar o seu dinheiro antes de um determinado período. Estas taxas apenas demonstram a importância de um fundo de emergência: se surgir uma despesa inesperada, evita custos extra onde não os quer.

5 – É preciso escolher a altura certa nos mercados

Existe a ideia de que a melhor forma de ter sucesso com um investimento é através das entradas e saídas certas nos mercados financeiros. Várias estratégias são usadas para calcular a altura certa de entrar e de sair nos mercados, umas com mais sucesso do que outras.

Na realidade, estudos feitos acerca da exposição ao mercado acionista americano demonstraram que investir a longo prazo tem por norma sido rentável para os investidores, enquanto que escolher alturas para entrar e sair dos mercados pode remover quase toda essa rentabilidade.

Entre 1996 e 2011, o retorno médio anual do índice S&P 500, que é composto pelas 500 maiores empresas dos Estados Unidos, foi de 7,8%. Excluindo os 40 melhores dias de cada ano, este retorno passa a -2,3%.

6 – Se rendeu antes, vai render no futuro

O mundo muda constantemente e o que se passa dentro, e fora, dos mercados financeiros reflete essa dinâmica. Alguns investimentos que tiveram fortes períodos de valorização podem começar a derrapar do dia para a noite, tal como ativos com piores desempenhos podem de repente disparar.

O mercado financeiro é volátil e fortemente influenciado pela emoção. Com isto, formam-se bolhas especulativas no mercado que podem rebentar a qualquer momento e levar a fortes desvalorizações de ativos. Uma bolha financeira, note-se, é representada pelo crescimento rápido de um mercado ou ativo ao ponto deste de desviar do seu valor intrínseco.

Atualmente é discutida, por exemplo, a possibilidade de Portugal estar a criar uma bolha imobiliária, que pode vir a ser seguida por uma correção nos preços das casas.

7 – Ganha-se dinheiro com facilidade

Como último mito sobre o investimento falamos sobre ganhar dinheiro com facilidade. Este mito circula mais fortemente em períodos especulativos ou em comunidades envolvidas com ativos que tendem a ter valorizado recentemente.

Tal como mencionado no ponto anterior, retornos passados não indicam retorno no futuro, e investir apenas com o intuito de mais tarde vender a outra pessoa a um preço superior é uma atitude arriscada.

Esta baseia-se na “teoria do mais tolo,” que implica que haverá “alguém mais tolo” disposto a pagar um preço mais alto por um ativo do que aquele que nós pagamos. Os investimentos devem-se basear no nosso conhecimento e no valor intrínseco dos ativos onde colocamos o nosso dinheiro.

Uma obrigação, por exemplo, tem valor se a empresa que a emite pagar a tempo e horas, tal como uma ação de uma empresa tem valor se essa empresa continuar a oferecer bens e serviços do interesse dos seus clientes.

Leia ainda: Investir em ações está nos seus planos? Confira os conceitos básicos

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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