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Energia

Compensa investir num carro elétrico?

Optar por comprar um carro elétrico pode gerar poupanças consideráveis. Vitor Gomes, da UVE, fala-nos mais sobre este estes veículos.

É cada vez mais frequente vermos carros elétricos nas estradas. Entre o aumento da consciencialização para alterações climáticas e as constantes oscilações do preço dos combustíveis, a mobilidade elétrica vai ganhado espaço no dia-a-dia dos portugueses.  

Em março deste ano, a venda de veículos elétricos superou a venda de veículos com motor a gasóleo, de acordo com dados da Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE). No mês em questão, “o crescimento das vendas de veículos elétricos – considerando todas as categorias dos Veículos 100% Elétricos (BEV – Battery Electric Vehicles) e Veículos Híbridos Plug-In (PHEV – Plug-In Hybrid Electric Vehicles) – foi de 20,54%, em relação a fevereiro”, indica a associação.  

Se está a pensar comprar um carro, optar por um elétrico pode ser uma solução. Mas, será que vale a pena?  

Regra geral os veículos elétricos têm um preço mais elevado do que os ditos tradicionais. Porém, de acordo com Vítor Gomes, da UVE, investir neste tipo de carros “é mais caro ao início, mas já sabemos que depois em uso vamos recuperar no total cost of ownership [custo total de propriedade]”. 

Leia ainda: Carros elétricos: Vantagens e desvantagens a ponderar antes da aquisição

O que distingue um carro elétrico de um tradicional a combustão? 

Como o próprio nome indica, um carro elétrico é alimentado por energia elétrica armazenada em bateria. O seu motor elétrico não tem partes móveis nem mecânicas, reduzindo assim a necessidade de manutenção, como acontece com os automóveis tradicionais.  

Estes carros podem ser carregados em casa, desde que tenha um posto de carregamento doméstico, e também nos postos públicos. Além disso, grande parte dos modelos elétricos têm um sistema de regeneração incorporado, que permite aproveitar as travagens para gerar energia, carregando assim parte da bateria.  

Depois, a principal diferença entre os dois prende-se com o meio ambiente, já que um carro elétrico não produz emissões de dióxido de carbono enquanto circula. Além disso, ao contrário dos motores a combustão, o motor elétrico é silencioso. Há também diferenças na capacidade de aceleração uma vez que os carros elétricos têm o binário máximo disponível desde o arranque, dando uma sensação diferente de condução. 

Leia ainda: Saiba como funciona o voucher para aquisição de veículos elétricos

Que tipos de carros elétricos existem?  

Só se considera um carro 100% elétrico quando este depende a 100% de eletricidade. Contudo, existem no mercado automóveis com tecnologias mistas, também conhecidos como híbridos.  

Elétricos 

Os veículos 100% elétricos não têm qualquer motor a combustão. Assim, não emitem dióxido de carbono, constituindo a alternativa amiga do ambiente. Em termos de consumo, e uma vez que o abastecimento a eletricidade é mais barato do que a gasolina ou o gasóleo, promovem também uma maior poupança. 

Esta pode ser a melhor solução para os condutores que fazem percursos diários curtos, já que para trajetos mais longos, pode haver a necessidade de carregar a bateria do carro durante a viagem.  

A possibilidade de carregar o veículo em casa ou no trabalho e a distância percorrida diariamente devem ser dois fatores a considerar antes de optar por um carro elétrico.  

Híbridos plug-in 

Os carros híbridos plug-in têm dois tipos de motorização – a elétrica e a convencional (a gasolina ou a diesel) – que podem funcionar de forma complementar ou independente.  

Nestes casos, o motor elétrico garante, em média, uma autonomia de bateria até 50 quilómetros, sendo suficiente para as deslocações mais curtas. A partir daí, o motor convencional auxilia, para que nunca arrisque ficar sem carga suficiente na bateria para completar o seu trajeto.  

Híbridos sem plug-in 

À semelhança do que acontece com os veículos na sua versão plug-in, estes também têm um motor elétrico e um convencional. A diferença é que o motor elétrico carrega exclusivamente através do motor convencional, ou seja, o motor convencional produz energia que alimenta a bateria destes automóveis, não sendo possível ligá-los a um carregador externo 

Nesta versão, a autonomia da bateria é reduzida, sendo que em alguns modelos é apenas usada para os arranques do veículo. 

Como poupar com um carro elétrico?  

Optar por um carro elétrico já é um passo importante no que à poupança diz respeito. “Quanto mais tempo tivermos o carro, melhor, porque é mais caro ao início, mas depois com o uso vamos reaver esse dinheiro”, nota Vítor Gomes.  

O responsável da UVE destaca ainda outras formas de poupar na utilização de carros elétricos, nomeadamente desacelerar, em vez de travar. Isto devido à capacidade de regeneração do motor. “Se eu fizer uma condução mais suave, consigo ter esse benefício extra”.  

Outra forma de poupar é maximizar os carregamentos em casa. “Os carregamentos na rua, embora mais baratos do que o abastecimento de um carro de combustão interna, ainda são consideravelmente mais caros do que em casa”, aponta Vitor Gomes.  

Leia ainda: Que apoios existem para ter carregadores no prédio e comprar elétricos?

Comprar em segunda mão? Atenção ao estado da bateria

Apesar de o investimento num carro elétrico poder compensar ao longo do tempo, a verdade é que preço destes automóveis ainda é um entrave, sobretudo se for um cliente particular. Assim, e com o surgimento de cada vez mais modelos, o mercado de segunda mão começa a tornar-se apelativo.

A questão da bateria é das que mais deve importar a quem procura um carro elétrico usado. Assim como acontece com um smartphone ou qualquer outro aparelho eletrónico, as baterias dos carros elétricos tendem a desgastar-se com a utilização e com o passar do tempo.

Assim, deve estar especialmente atento a este fator, se procura um carro elétrico usado. Há marcas que mostram o estado da bateria no display do carro, para as outras é necessário ligar um dispositivo. Confirme sempre esta questão.

Vitor Gomes deixa ainda um alerta sobre as baterias dos carros elétricos usados a que deve estar atento. "Quando os carros elétricos saíram a bateria era de facto cara e havia marcas em que nós comprávamos o carro e a bateria era alugada. Esses carros estão agora a aparecer à venda e isso nem sempre está visível no anúncio. Portanto devemos ter sempre a certeza de que estamos a comprar um carro que tem baterias próprias ou então saber que a bateria é alugada e colocar isso no simulador para ver se vale a pena pagar menos e pagar o aluguer", refere.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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