Finanças pessoais

Casa – comprar ou arrendar?

Qual é a melhor escolha, comprar ou arrendar? Qual a opção mais barata? Qual tem mais vantagens? Neste artigo procuramos dar-lhe algumas respostas.

Finanças pessoais

Casa – comprar ou arrendar?

Qual é a melhor escolha, comprar ou arrendar? Qual a opção mais barata? Qual tem mais vantagens? Neste artigo procuramos dar-lhe algumas respostas.

Cada caso é um caso, mas havendo dinheiro disponível, a resposta é sobretudo uma questão de preferência pessoal. Há quem prefira ter uma casa a que possa chamar sua. Há quem não se queira maçar com a manutenção da casa (obras, por exemplo) e prefira deixar isso à responsabilidade de um senhorio. Há muitos outros motivos a favor de uma ou outra solução, cada um terá os seus.

Leia ainda: Comprar ou arrendar casa: o que compensa mais atualmente

De um ponto de vista puramente contabilístico, no entanto, há algumas contas que não são tão difíceis de fazer no que diz respeito a comprar ou arrendar. Por exemplo:

  • Em ambos os casos há, tipicamente, contas para pagar. Mas normalmente, no caso de arrendar um apartamento, o condomínio fica incluído na renda pois é responsabilidade do senhorio. As despesas de manutenção da casa (obras, por exemplo) também ficam a cargo do senhorio. E os impostos (IMI, sobretudo) também ficam a cargo do senhorio. Claro que ele vai tirar esse dinheiro todo a partir da renda mas pelo menos quem tem essas chatices todas é ele, não o inquilino.
  • A compra de uma casa tem uma série de encargos associados - escritura, impostos e os encargos com o banco, caso se recorra ao crédito. No caso de um arrendamento só se paga a renda, não há um peso inicial elevado. O dinheiro que eventualmente se tenha disponível pode ficar a render em vez de ser gasto tão rapidamente.
  • Uma situação que se vê hoje com alguma frequência é a de as pessoas venderem a casa 2 ou 3 anos depois de a terem comprado (seja porque mudaram de emprego, porque a família cresceu, etc). Nesse prazo de tempo, e caso a casa tenha sido comprada com recurso ao crédito, o montante que se amortizou da dívida tipicamente foi muito pouco (num empréstimo de 100 000€ a 30 anos, ao fim do primeiro ano ainda provavelmente o valor amortizado nem chega aos 1500€, apesar de já se ter pago ao banco 6000€ ou 7000€ em prestações - a maior parte juros). Muitas vezes nem chega ainda para cobrir os encargos iniciais referidos no ponto anterior.
  • Associado ao ponto anterior, caso haja uma troca de casa, quem arrendou não ganha nada com isso. Quem vende uma casa que já tinha "ganha" esse valor. Mas é preciso não esquecer que se havia um empréstimo sobre a casa antiga, a maior parte do que se ganha com a venda vai provavelmente para pagar esse empréstimo.
  • Tipicamente o valor de uma renda é mais baixo que o valor da correspondente prestação ao banco caso se pedisse um empréstimo pelo valor da casa. Essa diferença (mesmo nos casos em que é marginal) pode ser usada para outras coisas. No cenário ideal, é aplicada e posta a render para ser usada no futuro.

Como referi ao início, há outros factores, muitos deles difíceis de quantificar. Por exemplo, qual a probabilidade de o senhorio nos despejar um dia porque quer a casa para a filha que vai casar? Ou qual a probabilidade de mudarmos de local de trabalho dentro de 1 ou 2 anos (vender uma casa comprada a crédito neste espaço de tempo normalmente só dá direito a perder dinheiro, para além da carga de trabalhos que está associada à venda de um imóvel)?

Mais uma vez, cada caso é um caso. Mas, de uma maneira geral, para quem está em início de vida, com fortes probabilidades de ter que mudar de casa (porque muda de emprego, ou porque a família vai crescer, por exemplo) é capaz de ficar bem mais servido se arrendar casa do que se a comprar.

Se não tem dinheiro para dar de entrada para uma casa, mais vale arrendar também, pelo menos durante uns tempos - não só o impacto financeiro no imediato é mais baixo como, sendo a renda mais baixa, consegue amealhar dinheiro mais depressa também.

Leia ainda:

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

Partilhe este artigo
Etiquetas
  • #Crédito habitação,
  • #créditos,
  • #imobiliário,
  • #literacia financeira
Tem dúvidas sobre o assunto deste artigo?

No Fórum Finanças Pessoais irá encontrar uma grande comunidade que discute temas ligados à Poupança e Investimentos.
Visite o fórum e coloque a sua questão. A sua pergunta pode ajudar outras pessoas.

Ir para o Fórum Finanças Pessoais
Deixe o seu comentário

Indique o seu nome

Insira um e-mail válido

21 comentários em “Casa – comprar ou arrendar?
  1. tricromo, tudo depende de quais são os outros negócios que tenhas em vista. Mas hoje em dia, 5% líquido quase que se consegue com alguns depósitos a prazo ou obrigações, tendo bastante menos trabalho e correndo menos riscos. Claro que não será sempre assim…
    Seja como for, se estás para aí virado, e não te parece que vás perder dinheiro, acho que deves avançar com o negócio.

  2. tricromo, se será um bom negócio ou não depende de muitos factores, nomeadamente quanto vais cobrar de renda ou quanto te custa a casa, por exemplo 🙂
    Hoje em dia as casas estão bastante baratas pelo que por este lado não deve ser difícil encontrar um bom negócio. Para além disso, com a cada vez maior dificuldade em aceder ao crédito, há cada vez mais pessoas a procurar casa para arrendar.

    A única coisa que não recomendo é contrair um empréstimo para pagar a casa. Ou melhor, claro que se faltar algum dinheiro, tudo bem, mas uma coisa é dar uma entrada de metade do valor da casa, ou mesmo mais; outra bem diferente é pedir um empréstimo de 90% do valor da casa. Neste caso é preciso fazer bem as contas, porque a renda dificilmente será suficiente para cobrir a prestação do empréstimo…

    Se quiseres mais detalhes ou mais opiniões, talvez valha a pena por a questão no fórum: http://www.pedropais.com/forum

  3. Para qum quer poupar em Depositos a Prazo, com taxas muito boas, sugiro: http://www.privatbank.pt

    Depósitos

    Depósitos a prazo – pagamento de juros no vencimento

    Depósitos

    Periodicidade dos juros

    Taxas nominais

    Taxa anual efectiva

    Bruta

    Líquida

    Líquida

    A Ordem

    0%

    0%

    0%

    Prazo (em meses)

    1

    No Vencimento

    5,00%

    4,00%

    4,074%

    3

    No Vencimento

    5,50%

    4,40%

    4,473%

    6

    No Vencimento

    6,50%

    5,20%

    5,268%

    12 (1 ano)

    No Vencimento

    7,20% / 12,0%1
    Taxa média 7,600%

    5,76% / 9,60%

    6,080%

    12 (1 ano)

    No Vencimento

    7,20%

    5,76%

    5,600%

    24 (2 anos)

    No Vencimento

    7,25%

    5,80%

    5,644%

    36 (3 anos)

    No Vencimento

    7,25%

    5,80%

    5,495%

    Depósitos Plus – pagamento de juros mensal

    Depósitos

    Periodicidade dos juros

    Taxas nominais

    Taxa anual efectiva

    Bruta

    Líquida

    Líquida

    Prazo (em meses)

    3

    Mensal

    5,30%

    4,24%

    4,323%

    6

    Mensal

    6,30%

    5,04%

    5,158%

    12 (1 ano)

    Mensal

    7,00% / 11,80%2
    Taxa média 7,400%

    5,60% / 9,44%

    5,920%

    12 (1 ano)

    Mensal

    7,00%

    5,60%

    5,742%

    24 (2 anos)

    Mensal

    7,05%

    5,64%

    5,785%

    36 (3 anos)

    Mensal

    7,05%

    5,64%

    5,787%

    Bonus +3:

    3 meses

    0.10%

    6 meses

    0.20%

    12 meses e mais

    0.50%

    Conta poupança – pagamento de juros compostos4

    Depósitos

    Periodicidade dos juros

    Taxas nominais

    Taxa anual efectiva

    Bruta

    Líquida

    Líquida

    Conta corrente

    composto

    5,00%

    4,00%

    4,081%

    Os depósitos constituídos no AS “PrivatBank” Sucursal em Portugal são garantidos pelo Fundo de Garantia de Depósitos da Republica da Letónia ate ao montante máximo de EUR 20.000,00 acrescido de um reforço, assegurado pelo Fundo de Garantia de Depósitos da Republica Portuguesa, cujo limite máximo corresponde a EUR 5.000,00.
    O pagamento do montante garantido será processado em conformidade com a legislação da República da Letónia e Portugal, desde que, para o efeito, o cliente formule a sua pretensão mediante apresentação de requerimento dirigido ao liquidatário/administrador do banco e não tenha relativamente a este passivos pendentes.
    O montante garantido será pago no prazo de 3 meses contados desde a data em que o deposito ficou indisponível, sujeito a prorrogação nos termos da legislação activa.
    O montante garantido é fixado com base no saldo existente no depósito, na data da sua indisponibilidade.
    O pagamento do montante garantido pelo Fundo de Garantia de Depósitos da Republica da Letónia de deverá ser efectuado em LVL, no entanto, nas situações em que o deposito tenha sido efectuado em moeda diferente, aquele montante será calculado com base na taxa de câmbio, correspondente à moeda adequada, definida pelo Banco da Letónia, na data em que o deposito tenha ficado indisponível e o pagamento de montante assegurado pelo Fundo de Garantia de Depósitos da Republica Portuguesa é efectuado em EUR, conforme a legislação em vigor.
    Encontra-se disponível neste Balcão informação suplementar relativa aos depósitos excluídos da garantia de reembolso e aos critérios estabelecidos para determinação do valor garantido.

    http://www.fgd.bportugal.pt/listamembros/listamembros.htm

    1 Apenas para clientes novos, nos depósitos a prazo a 12 mêses a taxa nominal anual de 12,0% referente apenas ao primeiro mês de depósito, nos restantes é aplicada a taxa nominal anual 7,20%.
    2Apenas para clientes novos, nos depósitos a prazo a 12 mêses a taxa nominal anual de 11,80% referente apenas ao primeiro mês de depósito, nos restantes é aplicada a taxa nominal anual 7,00%.
    3 Aconselhe um amigo a colocar um Depósito a Prazo ou um Deposit PLUS no AS “PrivatBank” e o banco transferirá uma remuneração para a sua conta dependendo do montante e do prazo do depósito colocado. Em caso de rescisão de contrato antecipado o montante reembolsado está sujeito a penalização à taxa de 1 % sem pagamento de juros.
    4 Valor mínimo de constituição 500 EUR, o saldo mínimo da conta 50 EUR.

    Clientes particulares

    * Abertura e manutenção de conta
    * Empréstimos na Letónia
    * Operações de transferência por sistema MoneyGram
    * Disponibilização de Dinheiro de Cartões de Pagamento do PrivatBank (Ucrânia)
    * Sistema de Gestão da Conta à Distância
    * Pagamentos Electrónicos por meio de sistema Privat Online
    * Disponibilização de depósitos na conta
    * Operações de Transferências ao balcão
    * Alteração, Anulação e Localização de Transferência
    * Operações de transferência por sistema PrivatMoney
    * Operações de caixa
    * Depósitos
    * Manutenção de cartões emitidos na Letónia (AS "PrivatBank")
    * Data valor das operações
    * Limites máximos por operação
    * Privat Business Club

    Informações relacionadas
    Preçário nos Termos do Aviso 1/95 do Banco de Portugal

    Telefone

    213595130
    24/7
    online
    chat
    My status

  4. @Am,

    Concordo plenamente consigo… essecialmente no que respeita à posse duvidosa…
    Claro que cada caso é um caso, mas será que vale a pena pagar mensalmente uma prestação de mais 200 ou 300€ do que se pagaria num arrendamento para a casa ser nossa daqui a 40 anos?!
    Dos 300€ de diferença, 150€ podem ser amealhados e os 150€ restantes contribuírem para uma melhor qualidade de vida… o que no fim do ano já dará 1800€ e com certeza uma maior dose de felicidade!
    Na minha modesta opinião, sou a favor dos arrendamentos…

  5. Pingback: Daily Digest for 2008-09-15 | Pedro Trindade
  6. A compra de uma casa tem algumas desvantagens fundamentais, mesmo quando financeiramente mais vantajosa:

    • inflexibilidade: quem quiser mudar de casa ou de vida não muda quando quer, mas sim quando conseguir vender; isto acaba por influenciar a forma de pensar das pessoas “acomodando-as” à vida que tem e dificultando processos de decisão

    • flutuações de mercado: a casa pode valorizar ou desvalorizar e portanto não é financeiramente vantajoso comprar ou vender em qualquer altura: é necessário escolher o bom timming; isto seria perfeitamente normal com qualquer bem (ex: uma segunda casa) mas é um constrangimento grande ter que raciocinar desta forma em relação ao bem onde se vive; ou seja, uma casa é um activo, mas não me parece que a casa onde se vive se veja como qualquer outro bem pela influência que tem no rumo da vida do seu titular

    • duvidoso conceito de posse: o conceito de posse a 30 ou 40 anos com uma dívida ao banco é bastante discutível

Fique a par das novidades

Receba uma seleção de artigos que escolhemos para si.

Ative as notificações do browser para receber a seleção de artigos que escolhemos para si.

Ative as notificações do browser
Obrigado pela subscrição

Queremos ajudá-lo a gerir melhor a saúde da sua carteira.

Não fique de fora

Esta seleção de artigos vai ajudá-lo a gerir melhor a sua saúde financeira.