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Tem menos de 35 anos? É a idade ideal para pensar na reforma

Pensar na reforma antes dos 35 anos pode permitir-lhe viver sem preocupações financeiras até ao final da sua vida. Saiba porquê.

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Tem menos de 35 anos? É a idade ideal para pensar na reforma

Pensar na reforma antes dos 35 anos pode permitir-lhe viver sem preocupações financeiras até ao final da sua vida. Saiba porquê.

Pensar na reforma antes dos 35 anos pode parecer um pouco prematuro, dado que ainda tem mais de três décadas de trabalho pela frente. Afinal, em Portugal, a idade da reforma é aos 66 anos e 4 meses. No entanto, para viver a reforma sem preocupações financeiras e poder desfrutar ao máximo dessa etapa da sua vida, deve ter um plano financeiro durante a sua vida ativa. E quanto mais cedo preparar a reforma, mais probabilidades tem de alcançar o estilo de vida que pretende.

Assim, neste artigo, saiba que perguntas deve colocar nesta idade, qual o valor que vai precisar de ter nessa altura, como traçar um plano e garantir que consegue alcançá-lo até à reforma.

Leia ainda: Quer uma reforma tranquila? Comece já a prepará-la

Porque é que deve começar a pensar na reforma antes dos 35?

Se olhar para o valor que certas pessoas recebem de reforma, pode não estar a perceber o porquê de ser tão importante pensar neste tema, uma vez que existe uma pensão de velhice paga pela Segurança Social ou outro sistema idêntico. Embora esse ponto seja válido, é preciso ter noção que todos os trabalhadores contribuem com descontos para garantir um fundo que pague as pensões de velhice, chegando à idade da reforma.  

O problema é que é impossível prever o futuro. Até pode fazer as suas contribuições para a Segurança Social, mas o valor que irá receber quando se reformar está fora do seu controlo. Logo, tendo em conta vários estudos que foram feitos sobre a evolução das pensões, é aconselhável ter uma estratégia paralela que complemente a sua reforma. E quanto mais cedo começar a direcionar dinheiro para este complemento, mais probabilidades tem de alcançar uma boa quantia que lhe permita não ter de sacrificar o seu estilo de vida

Além disso, se começar a poupar por volta dos 30 anos, não tem de fazer um esforço tão grande para criar um bom complemento à sua reforma. Se esta preocupação só surgir perto dos 50 anos, o cenário será bem mais exigente, comprometendo o seu objetivo.

Antes de investir num complemento, reflita sobre quais são as suas expectativas para a reforma

Estando ainda muito longe da idade da reforma, este pode ser um exercício complicado para si. Contudo, se vai criar uma meta financeira para a reforma, deve, no mínimo, refletir sobre alguns dos seus principais objetivos para o futuro.

Por exemplo, quer aproveitar a idade da reforma para viajar? Pretende continuar a exercer uma vida profissional? Vai dedicar-se a certos hobbies? Quer fazer algum tipo de investimento? Estas são apenas algumas perguntas que pode responder para encontrar um rumo do que pretende fazer nesta fase.

No entanto, é normal que os seus objetivos mudem ao longo da vida, mas tendo em conta o que definir, consegue perceber se a reforma fica aquém do estilo de vida que quer ter. O que vai demonstrar se o complemento à sua reforma precisa de ser mais ou menos elevado.

Quanto dinheiro precisa para viver tranquilamente a sua reforma?

Não é fácil determinar o valor que precisar para viver tranquilamente a sua reforma. No entanto, existem algumas contas que pode começar a fazer para ter uma ideia de quanto vai precisar aproximadamente.

Embora seja apenas um valor de referência, principalmente se faltarem ainda vários anos ou décadas para alcançar a idade da reforma, pode simular quanto vai receber na sua área pessoal da Segurança Social Direta. Só precisa do seu NISS e palavra passe. Depois, como pode verificar, o valor anual da simulação sofre alterações e a Segurança Social pressupõe que vai ganhar mais anualmente. Se este cenário for minimamente real, tem um valor bruto que serve de referência para as suas contas.

Se pensar que a taxa de inflação média vai rondar os 3% num período de 25 anos, o poder de compra é reduzido para metade. E este é um ponto muito importante. Embora a Segurança Social simule a sua reforma apresentando um valor com e sem a inflação, é natural que a pensão de velhice não esteja enquadrada com o aumento natural dos preços ao longo dos anos. Logo, a sua estratégia de investimento para complementar a reforma pode diminuir o impacto da inflação.

Além disso, deve fazer contas às despesas que pode ter nessa fase da vida. Por exemplo, com o valor estimado da sua reforma consegue pagar o seu empréstimo ao banco, seguros, despesas essenciais e um aumento nas despesas de saúde? Caso o dinheiro não chegue, quanto é que precisa a mais para viver tranquilamente a sua reforma? 300 euros? Mais? Se forem 300 euros, deve multiplicar esse valor por 12 e depois novamente por 20 ou 25 anos, que é uma estimativa do tempo de vida após estar reformado. Nesta situação, se multiplicou o valor por 20 anos, precisa de poupar até à idade da reforma 72.000 euros.

Por isso, é fundamental começar a pensar na reforma o mais cedo possível. Numa primeira fase, pode começar a colocar uma quantia de parte todos os meses, mas depois o ideal é começar a investir em produtos financeiras que possam rentabilizar as suas poupanças. Assim, tem a oportunidade de aumentar este valor através de uma carteira de produtos variada, onde tenha soluções com menor e maior risco.

Leia ainda: Quanto dinheiro vai precisar quando se reformar?

Como garantir uma boa estratégia de investimento a pensar na reforma?

Não existe uma única estratégia para obter o valor que pretende para a sua reforma. Mas quando só depende de uma poupança que coloca de parte, com o passar do tempo, o seu dinheiro vai desvalorizar. Além disso, se usar o exemplo em cima, em que necessita de mais 300 euros por mês para complementar a sua reforma, se faltarem 33 anos para se reformar, por ano precisava de poupar 2.181,82 euros. O que representa uma poupança mensal de 181,82 euros, sem falhar um único mês nesse valor até se reformar.

Dito isto, é mais fácil chegar a este valor se começar a pensar na reforma neste momento, mas com uma estratégia de investimento. Existem vários produtos financeiros que oferecem condições vantajosas, com mais ou menos riscos. Um dos casos mais conhecidos são os Planos de Poupança Reforma (PPR).

PPR: Tipos, riscos e rendimentos

Por exemplo, se investir em Fundos PPR, pode escolher o nível de risco que pretende correr, tendo em conta que se o risco for mais elevado, os retornos potenciais também vão ser maiores.

Já se optar por seguros PPR, o seu capital é aplicado num fundo autónomo. E, nesta situação, embora o rendimento seja mínimo, não existem grandes riscos associados, uma vez que, na maioria dos casos, estamos a falar de produtos com capital garantido. O rendimento que obtém através de um seguro PPR é divulgado anualmente e acompanha as taxas de juro.

Agora, quanto menos idade tiver, maior o risco que pode correr, uma vez que tem a hipótese de aumentar os seus rendimentos e recuperar as suas poupanças no caso de eventuais perdas. Se estiver perto da idade da reforma, o nível de risco deve ser baixo, para garantir que não perde as suas poupanças.

No entanto, tenha em mente que tanto uma estratégia muito conservadora, como uma estratégia de risco muito elevado podem não ser as soluções mais indicadas para o seu caso. Tudo depende do seu perfil de investidor.

O Doutor Finanças tem um PPR de nível de risco 5. Conheça todas as suas características e saiba como pedir investir.

Leia ainda: PPR: Preparar a reforma e aumentar o reembolso de IRS

Benefícios fiscais dos PPR

Uma das grandes vantagens de investir em PPR a pensar na sua reforma é que pode aproveitar os benefícios fiscais deste tipo de produto, tanto à entrada como à saída. Ou seja, os benefícios fiscais à entrada permitem deduzir à coleta, na declaração de IRS, 20% dos valores aplicados por ano, de acordo com os seguintes limites:

  • Até 35 anos: até 400 euros. Este valor máximo corresponde ao investimento de 2.000 euros.
  • Dos 35 anos aos 50 anos: até 350 euros. Precisa de investir 1.750 euros.
  • Após os 50 anos até à idade da reforma: até 300 euros, obtendo este benefício máximo se investir 1.500 euros.

Se conseguir aumentar o seu reembolso de IRS, pode canalizar um valor adicional para outro tipo de investimentos a pensar na sua reforma ou em outros objetivos financeiros.

Mas atenção, se resgatar o seu PPR antecipadamente após receber este benefício, vai ter de devolver o valor que recebeu, mais uma majoração de 10% por cada ano que obteve o benefício.

Em termos de benefícios fiscais à saída, o PPR é um produto com impostos mais baixos. Normalmente, os produtos de poupança e de investimento são tributados com uma taxa de 28% sobre os rendimentos obtidos. Já os PPR beneficiam de uma taxa de 21,5%, mesmo quando o resgate do PPR ocorre antes dos 5 anos. O valor da tributação diminui ao longo dos anos. Ao manter um PPR entre 5 e 8 anos, a taxa é de 17,2% e, após os 8 anos, desce para 8,6%. Já se o resgate acontecer sob as condições legais previstas, a taxa aplicada é de 8%.

Leia ainda: Guia sobre PPR: Chega de dúvidas sobre Planos Poupança Reforma

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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