É relativamente comum ouvirmos falar dos índices bolsistas nos dias que se seguem a decisões importantes que mexem com os mercados financeiros. É possível que nomes como Dow Jones, S&P 500 ou Nasdaq Composite lhe soem familiares.

Por cá, temos o português PSI (anteriormente PSI 20), o principal índice da bolsa de Lisboa. Mas o que são os índices de ações e como ajudam a ler o mercado?

O que são índices bolsistas?

Os índices bolsistas medem o desempenho de um conjunto de ações representativas de uma bolsa ou de um setor específico. Funcionam como uma espécie de termómetro do mercado, ou seja, ajudam a perceber se, no geral, o mercado está a valorizar ou a desvalorizar.

Assim, quando um índice sobe, significa que, em média, o valor das ações das empresas que o compõem está a subir (e o mesmo acontece nas quedas).

Os mercados financeiros não reagem apenas a decisões económicas. Eventos políticos, eleições ou conflitos internacionais também influenciam o comportamento dos investidores. Tudo isto se traduz em movimentos nos índices, que refletem o otimismo ou pessimismo sobre o futuro da economia.

A escolha das empresas que integram um índice varia consoante os critérios definidos. Há índices que incluem apenas as empresas de maior capitalização bolsista, enquanto outros focam-se nas de menor dimensão.

Existem também índices que representam regiões geográficas ou setores específicos, como o tecnológico, financeiro ou farmacêutico. E há ainda índices que reúnem empresas que cumprem certos critérios, como sustentabilidade ou responsabilidade social.

Os índices de ações são revistos periodicamente para refletir a realidade do mercado, o que significa que há empresas que podem sair e ser substituídas por outras.

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Ponderação dos índices não é sempre igual (mas há uma mais comum)

Os índices medem o comportamento geral das ações de um conjunto de empresas, mas há diferentes formas de ponderar o peso de cada uma.

O método mais comum é o da ponderação por valor de mercado (ou capitalização bolsista). Nos índices market cap weighted, as empresas com o maior valor de mercado têm um peso maior. Olhando para o S&P 500, por exemplo, a valorização ou desvalorização de empresas como a Nvidia, a Microsoft e a Apple vão ter um impacto maior do que as subidas e descidas de empresas mais pequenas.

Mas há ainda mais duas formas de ponderar o peso das empresas dentro de um índice. A ponderação por preço atribui mais importância ao valor das ações. Ou seja, quanto maior o preço de uma ação, maior o peso dessa empresa.

Por fim, a ponderação igualitária atribuiu o mesmo peso a todas as empresas, independentemente do valor de mercado ou do preço das ações.

Quais os principais índices bolsistas?

O mundo dos mercados financeiros está recheado de índices. Em alguns casos, o índice principal é depois até desagregado em outros índices mais pequenos.

Voltando a pegar no exemplo do S&P 500, há outros índices associados que agregam as empresas por setores (S&P 500 Energy, S&P 500 Financials ou S&P 500 Info Tech, por exemplo).

Ainda assim, há índices que se destacam pela sua relevância e influência nos mercados financeiros:

Estados Unidos

• S&P 500: composto pela 500 maiores empresas americanas cotadas em Wall Street;
• Dow Jones Average Industrial: composto por 30 das maiores empresas cotadas em Wall Street;
• Nasdaq Composite: inclui as ações de todas as empresas cotadas na Bolsa Nasdaq.

Europa

• STOXX Europe 600: reúne 600 empresas de 17 países europeus;
• DAX: reúne as 40 empresas com maior capitalização da bolsa de Frankfurt;
• CAC 40: composto pelas 40 principais empresas cotadas na bolsa de Paris;
• FTSE 100: representa as 100 empresas de maior capitalização da bolsa de Londres
• IBEX 35: é o principal índice da bolsa de Madrid e reúne 35 das maiores empresas cotadas;
• AEX: reflete o desempenho das 25 maiores e mais negociadas ações da bolsa de Amesterdão;
• FTSE MIB: reúne as 40 empresas com maior capitalização bolsista da bolsa de Milão.

Ásia

• Nikkei 225: índice das 225 maiores empresas japonesas cujas ações são negociadas na bolsa de Tóquio;
• Hang Seng: principal índice da bolsa de Hong Kong;
• SSE Composite: composto por todas as ações negociadas na bolsa de Xangai.

Além destes, há também índices globais, como o MSCI World, que inclui mais de 1.300 empresas de média e grande capitalização de 23 países desenvolvidos ou o MSCI ACWI, que junta a essas empresas outras de 24 países emergentes, num total de mais de 2.500 empresas.

Outro índice global que reúne mercados desenvolvidos e emergentes é o FTSE All-World.

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PSI: O índice português

Longe de ser um dos principais índices mundiais, em Portugal temos o PSI, o principal índice da bolsa de Lisboa. Anteriormente chamado PSI 20, por reunir as 20 empresas de maior capitalização da praça lisboeta, tem hoje 16 empresas de diferentes setores, como a banca, telecomunicações, energia ou retalho.

Atualmente, as empresas que compõem o PSI são:

• Altri;
• BCP;
• Corticeira Amorim;
• CTT;
• EDP;
• EDP Renováveis;
• Galp;
• Ibersol;
• Jerónimo Martins;
• Mota-Engil;
• NOS;
• REN;
• Semapa;
• Sonae;
• Teixeira Duarte;
• Navigator.

Além do PSI, há ainda o PSI Geral, que se distingue por incluir todas as 32 empresas cotadas na bolsa de Lisboa.

ETF: Um investimento que acompanha índices

Os ETF (Exchange Traded Fund) são fundos de investimento negociados na bolsa de valores, geridos de forma passiva, que seguem um cabaz de ativos. Entre esses ativos estão as ações.

Geralmente, estes ETF procuram replicar o comportamento de um índice. Ou seja, quem quer acompanhar a evolução do S&P 500, do Dow Jones, do DAX ou do Nikkei 225 pode investir em ETF que os repliquem. Se as empresas que o compõe valorizarem, o índice sobe e a cotação do ETF também.

Dependo do método de replicação e do peso que a gestora do ETF atribuiu a cada empresa, o espelhar do comportamento do índice pode ser mais ou menos preciso.

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