Tanto ao longo da jornada de investimento como principalmente antes de a iniciar, o investidor costuma deparar-se com diversos mitos financeiros que atuam como obstáculos psicológicos ao investimento. Desta forma, é importante desmistificar determinadas afirmações para que alguns destes receios sejam ultrapassados.
Elencamos de seguida alguns dos mitos financeiros mais recorrentes, e que por norma se apresentam como um entrave psicológico e emocional ao início do investimento.
Leia ainda: Porque devo investir?
Mito: É necessário ter muito dinheiro para começar a investir
Os benefícios de começar a investir, mesmo que com montantes pequenos, podem ser claros e evidentes a longo prazo. De facto, a alocação periódica e consistente de dinheiro a investimentos financeiros, mesmo que com montantes pequenos, pode trazer retornos exponenciais a longo prazo.
Fatores como o poder do tempo no investimento, aliado ao efeito de juro composto tendem a acelerar de forma muito significativa o ritmo de crescimento do valor investido ao longo de períodos mais duradouros.
Leia ainda: Antes de começar a investir, o que devo preparar?
Mito: É demasiado tarde para começar a investir
É verdade que começar a investir o mais cedo possível tende a alavancar os benefícios do investimento a longo prazo. Contudo, independentemente da idade ou da fase da vida do investidor, os benefícios de não ter todo o dinheiro parado são evidentes.
O investimento focado em objetivos específicos ajuda a que certas finalidades sejam atingidas nos horizontes temporais mais adequados ao investidor, independentemente da sua idade. Defina objetivos de curto, médio e longo prazo, como a manutenção ou incremento do seu poder de compra, preservação de capital, aquisição futura de um bem, preparação de melhores condições de reforma, entre diversos outros exemplos.
O investidor pode sempre adequar os objetivos de investimento, os montantes investidos assim como os produtos financeiros escolhidos à fase da vida em que se encontra e alcançar os respetivos benefícios.
Mito: É necessário comprar em baixa e vender em alta para valer a pena
Tentar sempre comprar em baixa e vender em alta é uma postura utópica e origina na maior parte das vezes oportunidades perdidas a longo prazo.
Permanecer investido no mercado a longo prazo tem mostrado ser a postura mais favorável, permanecendo focado nos benefícios de manter os investimentos ao longo do tempo e estando confortável com quedas de curto prazo.
Assim, consistência e disciplina a longo prazo são fatores mais importantes, que fazem com que time in the market seja mais benéfico que timing the market – isto é, incrementar o horizonte temporal em que se permanece investido é uma melhor postura face a tentar adivinhar os momentos exatos de entrada e saída no mercado.
Leia ainda: Como diversificar a carteira de investimentos?
Mito: É necessário um conhecimento muito elevado sobre finanças, economia e mercados para poder começar a investir
É crucial o investidor ter o conhecimento necessário para investir, e conhecer de forma adequada cada ativo no qual investe. Contudo, não é necessário um mestrado em finanças, gestão ou economia. Precisa, isso sim, de perceber que tipo de ativo é, quais os riscos e potenciais impactos. Em paralelo, é importante notar fatores como por exemplo ser possível adquirir de forma simples, facilitada e direta um conjunto de ações, estando assim exposto à evolução de um certo mercado acionista ou de uma economia como um todo.
Não é necessário conhecer detalhadamente cada empresa para poder investir no mercado de ações de forma diversificada, por exemplo. Desta forma, apesar de ser sempre aconselhável e necessário um nível de conhecimento adequado ao início do investimento, a maior aprendizagem acontece ao longo da jornada de investimento, e o incremento de literacia financeira acontece de forma contínua ao longo deste percurso.
Tanto numa fase inicial da jornada de investimento como ao longo de todo este percurso, é chave cada pessoa investir na sua própria literacia financeira de forma contínua, permitindo sempre tomar decisões conscientes, informadas e confortáveis.
Mito: Investir e jogar é a mesma coisa
Investir envolve fatores como conhecimento, análise, foco estratégico, literacia financeira, consistência e disciplina na criação e seguimento do plano de investimento a longo prazo. Enquanto a probabilidade de ganhar ou perder no jogo é arbitrária, a probabilidade de retornos positivos ao longo do tempo nos mercados financeiros pode ser elevada, quando os investimentos são realizados de forma responsável, disciplinada e com foco no longo prazo.
Desta forma, seja nas características desenvolvidas ao longo da jornada de investimento, nas suas especificidades, nos objetivos delineados, assim como nas probabilidades de sucesso a longo prazo, investir e jogar apresentam-se como claramente diferentes.
Leia ainda: Investir vs jogar
Mito: Investir serve para tentar ficar rico rapidamente
Esta é uma postura errada como investidor. A promessa ou vontade de enriquecimento rápido leva na maior parte das vezes a decisões erradas, assim como a níveis de risco que o investidor não consegue tolerar, podendo originar perdas significativas. A jornada de investimento é um processo gradual e progressivo, realizado de forma pensada e consistente ao longo do tempo. Planeamento, disciplina, foco, gestão de risco e foco no longo prazo são alguns dos fatores que permitem extrair os maiores benefícios desta jornada.
É, portanto, importante o investidor ultrapassar certos mitos financeiros que exacerbam os receios de começar esta jornada de investimento. Investir de forma informada, responsável, disciplinada e consistente com o perfil do investidor tende a trazer múltiplos benefícios a longo prazo.
Leia ainda: Quer enriquecer depressa? Não invista
O Banco de Investimento Global (BiG) é uma instituição financeira com 25 anos de experiência. Presente em Portugal e Espanha, alia inovação digital a um serviço ao cliente de excelência, oferecendo soluções de poupança, investimento, acesso a mercados globais e produtos financeiros para particulares e empresas.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
Deixe o seu comentário