Imagem de uma pessoa a segurar o ícone do Whatsapp

Se recebeu uma “mensagem para atualizar o WhatsApp”, pare e avalie. Esta tática está a ganhar força e chega em SMS ou por aplicações de mensagens, quase sempre de números desconhecidos. O objetivo é simples: levá-lo a clicar num link falso que imita uma atualização legítima e, a partir daí, compromete o telemóvel e os dados pessoais.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) emitiu um alerta recentemente (na rede social Instagram da PSP Lisboa) com exemplos concretos e conselhos práticos.

A mensagem-tipo diz: “você recebeu uma mensagem, mas a sua versão do WhatsApp não é compatível”, acompanhada de um link “atualizar o WhatsApp”. Ao clicar, a vítima é redirecionada para páginas criadas para instalar vírus, aceder ao dispositivo e até a dados bancários.

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“Atualizar já” é o isco: Como reconhecer a armadilha?

A urgência é o truque. Quando lê “atualizar o whatsApp” num contexto de urgência e pressão, é fácil reagir sem confirmar a origem.

Por isso, desconfie sempre de números desconhecidos e de textos com erros, tom alarmista e prazos imediatos. Estes são sinais clássicos de engenharia social, usados neste tipo de burla.

Para evitar cair neste tipo de burla, a PSP indica algumas regras de ouro. Por exemplo, qualquer atualização de aplicações faz-se apenas pelas lojas oficiais (Google Play, App Store) e nunca por links recebidos em mensagens. Ative também a “verificação de dois passos” no WhatsApp. Estas são medidas simples que travam muitas intrusões.

Mensagem para atualizar o WhatsApp: O que fazer de imediato

Recebeu a mensagem? Não clique. Bloqueie o remetente e apague o texto. Se tocou no link, desligue dados móveis e Wi-Fi, corra um antivírus e altere palavras-passe. Depois, atualize o sistema operativo e as apps por via oficial. Estes passos reduzem o impacto e bloqueiam acessos posteriores.

Se notar comportamentos estranhos (como solicitação de novo login pela aplicação bancária, anúncios intrusivos ou bateria a baixar rapidamente), deve assumir um possível ciberataque.

A PSP recomenda: evite operações bancárias em redes públicas e confirme que navega em páginas com “https”, não “http”.

Em caso de dúvida, contacte o seu banco e formalize uma queixa.

Pharming: Quando o endereço certo leva ao site errado

Há ameaças mais sofisticadas. O pharming instala um código malicioso que o encaminha para um site falso, mesmo quando escreve corretamente o endereço da entidade legítima. Os clones são visualmente idênticos ao original e visam, em particular, o setor bancário.

Como reduzir o risco? Segundo a PSP:

  • Mantenha o sistema operativo e as aplicações atualizadas
  • Utilize antivírus com proteção ativa contra malware; 
  • Evite operações bancárias em redes públicas; 
  • Utilize apenas endereços que comecem por https em vez de http; 
  • Não clique em links ou anexos de fontes desconhecidas
  • Ative a autenticação de dois fatores; 
  • Altere a palavra-passe padrão do router Wi-Fi e utilize uma palavra-passe forte. 

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Anexos “.SVG”: Imagens que não são só imagens

Outra frente de risco são anexos em formato “.SVG”. Apesar de parecerem imagens, os ficheiros SVG são código baseado em XML e podem conter HTML ou JavaScript. Resultado: executam ações maliciosas, criam regras de e-mail ocultas, abrem portas a roubo de credenciais e a transações fraudulentas.

Exemplos reportados pela PSP:

  • Anexos SVG que simulam uma folha de Excel com um formulário de login integrado. Ao preencher e enviar o formulário, as credenciais do utilizador são enviadas diretamente aos criminosos. 
  • Ficheiros SVG disfarçados de solicitações de download que, ao serem clicadas, instalam malware. 
  • Ficheiros SVG que, quando abertos, redirecionam automaticamente para páginas de phishing

Desconfie de anexos desconhecidos, precisamente porque pouca gente conhece este formato.

Boas práticas para o dia a dia digital recomendadas pela PSP

Confirme remetentes e evite abrir links ou anexos de origens que não reconhece. Tenha o software de segurança atualizado. E não reutilize palavras-passe entre serviços. Pequenas rotinas fazem grande diferença na prevenção.

No WhatsApp, ative a verificação em duas etapas. Desconfie de mensagens como ‘mensagem para atualizar o WhatsApp’, sobretudo se vierem de números desconhecidos.

Em comunicações anteriores, a PSP também alertou para ter atenção ao receber pedidos de dinheiro de certos contactos. Nestas situações, valide por outra via antes de agir. Se algo soa “bom demais” ou demasiado urgente, é provável que seja fraude.

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Porque é que estes golpes funcionam e como travá-los?

Os cibercriminosos exploram emoções: medo, urgência, curiosidade. A promessa de “vir a perder mensagens se não atualizar já” é desenhada para provocar ação impulsiva. O antídoto é o ceticismo informado: ler com calma, verificar a fonte e só depois clicar. Use canais oficiais para atualizações e suporte.

Perante sinais suspeitos, reporte o caso à PSP e às plataformas envolvidas. Quanto mais cedo o alerta chegar, mais depressa os esquemas são identificados e bloqueados. A literacia digital é a melhor rede de segurança.

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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