Num mercado de trabalho cada vez mais dinâmico e com formas de prestação de serviços mais flexíveis, os trabalhadores independentes (ou trabalhadores por conta própria) têm vindo a crescer em número. Seja por escolha ou por necessidade, muitos profissionais atuam como freelancers, prestadores de serviços ou empresários em nome individual.
Contudo, ao contrário dos trabalhadores por conta de outrem, os independentes não têm automaticamente acesso a um conjunto de proteções laborais e sociais. É por isso fundamental que estejam bem informados sobre os seguros que devem (ou são obrigados a) contratar, não só para garantir a sua segurança e estabilidade, como também para cumprir a legislação em vigor.
1. Seguro de acidentes de trabalho – Obrigatório
O que é?
O seguro de acidentes de trabalho é obrigatório por lei para todos os trabalhadores independentes (artigo 283.º do Código do Trabalho e Decreto-Lei n.º 159/99, de 11 de maio). Este seguro tem como objetivo proteger o trabalhador em caso de acidente durante o exercício da sua atividade profissional, incluindo acidentes que ocorram no trajeto entre a residência e o local de trabalho.
Porque é obrigatório?
Ao contrário dos trabalhadores por conta de outrem, que são cobertos pelo seguro feito pela entidade empregadora, o trabalhador independente é responsável por contratar o seu próprio seguro.
O que cobre?
- Despesas médicas, hospitalares e medicamentosas
- Incapacidade temporária (substituição de rendimento)
- Incapacidade permanente
- Indemnizações por morte e despesas de funeral
Quanto custa?
O valor do prémio anual depende de vários fatores:
- Tipo de atividade desenvolvida
- Volume de rendimentos declarados à Segurança Social
- Grau de risco da profissão
Como referência, pode variar entre 80 e 250 euros anuais, mas profissões de risco mais elevado (como construção civil ou eletricidade) podem ter prémios mais altos.
2. Seguro de saúde – Facultativo, mas altamente recomendável
O que é?
Um seguro de saúde garante ao trabalhador o acesso a cuidados médicos privados com custos mais acessíveis e com maior rapidez do que o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Porque é importante?
Como o trabalhador independente depende exclusivamente da sua capacidade física e mental para gerar rendimento, uma doença ou uma necessidade de cuidados médicos pode afetar diretamente a sua capacidade de trabalhar. Ter um seguro de saúde permite um acesso mais célere a consultas, exames e tratamentos.
O que cobre?
- Consultas médicas em várias especialidades
- Exames e análises clínicas
- Internamentos e cirurgias
- Medicina dentária (em planos específicos)
- Atendimento permanente (urgências)
Quanto custa?
Os prémios variam consoante a idade do segurado, o plano escolhido e as coberturas incluídas. Em média, os preços vão de 15 a 50 euros por mês.
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