Em rigor, foram 53% os inquiridos do Barómetro Doutor Finanças Hábitos Financeiros, realizado em parceria com a Universidade Católica, que afirmaram pagar sempre os créditos atempadamente. 3% disseram fazê-lo quase sempre e 1% quase nunca.
Uma grande fatia dos inquiridos (42%) optou por não responder à questão. Esta proporção de pessoas a evitar responder à pergunta foi muito superior à verificada nas restantes questões do inquérito.
A título de exemplo, apenas 3% dos inquiridos responderam “Não sei/Não respondo” quando questionados sobre se costumam falar sobre dinheiro em família, 6% sobre como fazem as poupanças e 12% sobre que percentagem do rendimento costumam poupar.
Dentro daqueles que não responderam à questão sobre o pagamento atempado dos créditos, as classes de rendimentos mais representadas foram as de 1.500-2.500 euros (9%), 1.000-1.500 euros (7%), abaixo de 870 euros (7%) e entre 870 e 1.000 euros (5%). No entanto, estas percentagens estão em linha com a amostra do estudo, pelo que o nível de rendimentos não parece ter afetado de forma significativa as respostas dos participantes a esta questão.
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Crédito malparado mantém-se baixo
Apesar da elevada taxa de inquiridos que evitaram responder se pagavam sempre os créditos atempadamente, é importante considerar que a não resposta não quer dizer, necessariamente, que haja pagamentos em falta.
De acordo com os dados do Banco de Portugal, no quarto trimestre de 2024, o crédito malparado entre particulares era de 2,3%. Este valor representou menos 0,1 pontos percentuais em relação ao período anterior e é historicamente baixo. Por outro lado, os dados do Banco de Portugal revelam que o rácio de empréstimos vencidos no crédito habitação estava nos 0,3% e no crédito ao consumo e outros fins encontrava-se nos 2,5%, em março de 2025, valores historicamente baixos.
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Crédito habitação domina os empréstimos
O crédito foi apenas um dos campos abrangidos pelo Barómetro Doutor Finanças Hábitos Financeiros, que visou estudar o comportamento e a relação com o dinheiro da população portuguesa. Ainda nesta área, 27% dos respondentes disseram ter crédito habitação, sendo este o único crédito de 16% dos participantes.
O segundo tipo de financiamento mais comum foi o cartão: 17% dos inquiridos disseram que tinham cartões de crédito e os utilizavam regularmente. Para 6% dos respondentes, este era o único tipo de crédito de que dispunham.
No total, 10% dos inquiridos responderam ter créditos pessoais (9% um e 1% vários). O crédito automóvel fecha a lista, também com 10%, sendo o único tipo de crédito de 3% dos inquiridos.
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Ficha técnica: Este inquérito foi realizado pelo Centro de Estudos Aplicados (CEA) da Universidade Católica Portuguesa em colaboração com o Doutor Finanças, entre os dias 2 e 17 de abril de 2025. O universo-alvo é composto por indivíduos com 18 ou mais anos residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir de uma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Para garantir a representatividade da amostra, esta foi ponderada por sexo, idade, escolaridade e residência. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 700 inquiridos é de 4%, com um nível de confiança de 95%.