Jovem a exibir desenho de casa e cartão de crédito

A taxa de juro média das novas operações de crédito habitação desceu, em abril, para o valor mais baixo em mais de dois anos, beneficiando do alívio continuado dos juros por parte do Banco Central Europeu (BCE) e, consequentemente, da queda da Euribor.

De acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal, a taxa de juro média das novas operações de crédito habitação passou de 3,13%, em março, para 3,06% em abril, o valor mais baixo desde dezembro de 2022. Esta diminuição verificou-se quer nos novos contratos, quer nos contratos renegociados, cujas taxas médias caíram 0,03 e 0,17 pontos percentuais, para 3,02% e 3,26%, respetivamente.

Portugal posicionou-se, assim, como o oitavo país da Zona Euro com a taxa de juro média mais baixa nas novas operações de crédito habitação. Na região da moeda única, a média foi de 3,25% em abril, menos 0,06 pontos percentuais face a março.  

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Jovens até 35 anos representam 58% dos novos contratos

Apesar da descida dos juros, o montante de novos contratos diminuiu em 195 milhões de euros, para 1.775 milhões de euros, em abril, sendo que os jovens foram os responsáveis pela grande fatia. Com incentivos fiscais para a compra de casa e a possibilidade de aceder à garantia pública no crédito, os jovens com idade igual ou inferior a 35 anos representaram 58% do montante de novos contratos para habitação própria permanente concedidos em abril (excluindo os novos contratos para consolidação de crédito e as transferências de crédito para outra instituição), 1 ponto percentual acima do observado em março.

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73% dos novos contratos são feitos com taxa mista

Segundo o Banco de Portugal, em abril, 73% dos novos créditos habitação foram contratados a taxa mista, acima dos 71% observados em março. A taxa mista, que prevê um período de taxa fixa, seguida de um período com taxa variável, representa já 37% do stock de crédito habitação.

Nas novas operações a taxa mista, a taxa de juro média foi de 2,90% em abril, menos 0,03 pontos percentuais do que em março. No entanto, foi a taxa variável a que mais reduziu. A taxa de juro média das novas operações a taxa variável desceu 0,15 pontos percentuais para 3,20%, ficando abaixo da verificada nas operações a taxa fixa, que aumentou 0,07 pontos percentuais, para 3,61%.

No que respeita à prestação média mensal do stock dos empréstimos à habitação, fixou-se nos 407 euros, em abril, menos 2 euros do que no mês anterior e o valor mais baixo desde setembro de 2023.

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Crédito a particulares diminui

Os dados do supervisor mostram que os novos contratos de empréstimos a particulares diminuíram 261 milhões de euros, para 2.532 milhões, abrangendo todas as finalidades.

No crédito ao consumo, o montante dos novos contratos desceu 38 milhões de euros, para 546 milhões de euros, com a taxa de juro média a subir de 8,94%, em março, para 9,04% em abril. Nos empréstimos para outros fins, a taxa de juro média desceu 0,14 pontos percentuais, para 3,83% e o montante concedido diminuiu 28 milhões de euros, para 211 milhões de euros.

Já as renegociações de crédito caíram em 88 milhões de euros face a março, para um total de 418 milhões de euros.

Juros dos depósitos caem pelo 16º mês consecutivo

A par dos empréstimos, também os juros dos depósitos desceram em abril, neste caso, pelo 16º mês consecutivo. Nos novos depósitos a particulares, a taxa de juro média caiu de 1,69%, em março, para 1,64%, em abril, colocando Portugal na quinta posição entre os países da Zona Euro com os juros dos depósitos mais baixos. Na região da moeda única, a média é de 1,99%.

Apesar da descida dos juros pagos pelos bancos, o montante de novas operações de depósitos a prazo aumentou61 milhões de euros face ao mês anterior, totalizando 12.970 milhões de euros.

Nos novos depósitos com prazo até 1 ano – que representam 96% dos novos depósitos em abril – a taxa de juro média diminuiu 0,05 pontos percentuais para 1,65%.

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