Finanças pessoais

Como reequilibrar as minhas contas no último trimestre?

Se quer entrar no último trimestre financeiramente estável, leia algumas opções para reequilibrar as suas contas.

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Como reequilibrar as minhas contas no último trimestre?

Se quer entrar no último trimestre financeiramente estável, leia algumas opções para reequilibrar as suas contas.

Com os últimos meses do ano a chegar, e depois desta época conturbada financeiramente, devido a gastos com férias ou o regresso às aulas, pode ser necessário reequilibrar as suas contas

Para isso, deve rever tudo o que gastou e o que ainda falta gastar neste último trimestre de 2021, de modo a avaliar os próximos passos que pode seguir. 

Vejamos algumas das opções que tem, para que veja as suas contas reequilibradas e tenha um último trimestre tranquilo

Gastou mais do que devia nas férias? 

As férias de verão podem ser um momento relaxante, mas também dispendioso. Dependendo do tipo de férias que realizou, se pagou por um apartamento/hotel, por meia pensão ou completa, por aluguer de carro, por viagem de avião ou de autocarro/carro, entre outros, provavelmente deixou uma margem no orçamento para outro tipo de questões como atividades, alimentação em restauração, ou souvenirs. Sendo que às vezes podemos exagerar nestes gastos secundários, sem sequer notarmos. 

Se foi o seu caso e precisa de recuperar os gastos exacerbados que teve com as férias e com os quais não estava a contar, há formas de recuperar e reequilibrar as suas contas para estes próximos meses e que abordamos mais abaixo. 

O regresso às aulas do seu filho foi dispendioso? 

Caso tenha um ou mais filhos, teve ainda gastos com o regresso às aulas nesta altura. Como é um processo que envolve a criança e os gostos da mesma, é natural que os gastos que previa ter, se tenham excedido por querer agradar o seu filho e os desejos dele. 

Não só relativamente ao material escolar, mas como outros gastos com material para atividades extracurriculares, com alimentação na escola, são tudo despesas que podem facilmente passar do limite no orçamento

Por isto, se está nesta situação e à procura de soluções para reequilibrar a carteira, continue a ler este artigo. 

Leia ainda: Regresso às aulas: Como preparar a carteira e as crianças?

Reequilibrar de contas: conheça as soluções

Existem algumas opções para que recupere financeiramente as contas de que perdeu controlo. Para que encontre resolução e volte a ter um equilíbrio na sua carteira neste último trimestre, deve ter noção da dimensão do problema e seguir as soluções que escolher à risca. 

Avalie consolidar os seus créditos

Se quiser uma solução rápida para ficar mais confortável financeiramente nos próximos meses, o primeiro passo por que pode optar é fazer um crédito consolidado. Isto significa, juntar os seus créditos num só ficando a pagar apenas uma prestação mensal. 

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Para estar possibilitado de fazer a consolidação de créditos, deve possuir mais do que um. Ou seja, se tiver apenas, por exemplo, um crédito habitação, esta solução não é para si, uma vez que esta solução serve para agregar vários financiamentos. Porém, se tem vários empréstimos em mãos está habilitado a fazer um crédito consolidado. 

  • Vantagens

As vantagens desta opção passam por ser algo que dá um alívio imediato, pois ao juntar os vários créditos numa só prestação, essa mensalidade única é mais baixa.

A contribuir para a redução do custo, por regra, o crédito consolidado tem associado uma taxa de juro mais baixa do que a média do conjunto dos contratos de crédito.

Por exemplo, a taxa máxima atualmente praticada num cartão de crédito é de 15,6%, de acordo com as taxas máximas publicadas pelo Banco de Portugal. Este é o tipo de crédito com a taxa de juro mais elevada. Ao consolidar este crédito num contrato de consolidado vai beneficiar de um juro mais baixo e de um prazo concreto para liquidar esta dívida.

Além disso, é mais fácil evitar uma situação de incumprimento, uma vez que fica apenas com uma prestação, passando a ter um controlo mais fácil dos seus pagamentos.

É importante que utilize o dinheiro que vai poupar de forma consciente, uma vez que o objetivo é haver um reequilíbrio de contas. Portanto, pode usar esse dinheiro para poupanças, ou, por exemplo, para criar um fundo de emergência. Se utilizar este dinheiro para mais créditos ou despesas desnecessárias, não valerá de muito consolidar os seus créditos, pois a sua taxa de esforço volta a ficar mais elevada. Sendo que, ao fazer um crédito consolidado, a sua taxa de esforço pode reduzir significativamente.

  • Desvantagens

Contudo, deve ter em conta que, como em tudo, também há desvantagens. Isto porque fazer um crédito consolidado pode implicar aumentar o prazo médio a que fica a pagar os créditos, o que significa pagar juros durante mais tempo. Pelo que, nesta situação, mesmo que seja uma prestação mais baixa no imediato, o valor total que iria pagar pelos créditos aumenta devido aos juros. 

Outra desvantagem a ter em consideração é que ao consolidar os créditos, fica com folga orçamental o que pode levar a que pense que pode contrair novos créditos. E aqui aumenta, novamente, o risco de entrar em incumprimento.

E é preciso ter em conta que o acesso ao crédito consolidado é limitado, ou seja, sujeito a aprovação. Se estiver em incumprimento, por exemplo, pode não conseguir que lhe façam um consolidado dos seus créditos. Isto porque a partir do momento em que entra em incumprimento com uma entidade tem de encontrar uma solução diretamente com essa entidade. Só depois disso poderá avaliar a possibilidade de juntar créditos.

O impacto de um crédito consolidado

Vejamos o exemplo da Ana (nome fictício), que tinha oito créditos por pagar, desde cartões de crédito, a créditos pessoais e um crédito automóvel. Tudo junto totalizava uma dívida de 38.200 euros, sendo que todos os créditos tinham prazos diferentes (de 1 a 120 meses). Ao consolidar os oito créditos num só, através de um contrato com um prazo de 84 meses, a Ana deixou de pagar 1.083,45 euros por mês para ficar com uma prestação única de 714,33 euros mensais. Isto equivale a uma poupança mensal de 369,12 euros e a uma poupança anual de 4.429,44 euros.

Por isso, avalie as vantagens e desvantagens de fazer um crédito consolidado, antes de tomar a decisão se esta pode ser uma solução para reequilibrar as suas contas no próximo e último trimestre do ano.

Reveja tudo o que gastou  

É importante que faça uma revisão de tudo o que gastou em excesso nas férias, no regresso às aulas ou noutra circunstância. Isto para que possa perceber o estrago e quanto é que precisa de recuperar para ficar com as contas reequilibradas. 

Nesse sentido, pode utilizar várias estratégias. O ideal teria sido apontar tudo o que gastou, à medida que foi gastando. Mas, se não o fez, verifique o seu extrato bancário e aponte cada gasto que ultrapassou o orçamento que tinha estipulado.  

Desta forma, chega a um valor mais preciso do que terá de recuperar, ou pode até decidir que quer um valor ainda mais elevado para que fique mais à vontade. O importante é chegar a esse valor/objetivo, antes de começar a pôr os próximos passos em prática. 

Faça um planeamento dos encargos até ao final do ano 

Depois, deve fazer as contas a todos os encargos que terá de pagar até ao final do ano. Entre rendas, gasolina, impostos, despesas com eletricidade e gás, tudo o que seja despesa, adicione à lista.  E se está a fazer este planeamento, inclua as despesas que prevê ter com o Natal.

Contraste esse valor com os rendimentos que terá também neste último trimestre, para perceber se a margem monetária que sobra, entre o que ganhará e o que terá de gastar, chega para recuperar o valor que precisa. 

Se chegar à conclusão que não vai ser suficiente para reequilibrar as contas, ou mesmo que seja mas quer ter mais para que se sinta folgado, leia as próximas dicas.  

Coloque dinheiro de parte  

Para que volte a ter um equilíbrio financeiro, sempre que conseguir, coloque dinheiro de parte. Por pouco que pareça, se colocar de parte todas as oportunidades que tiver, pode até conseguir um valor significativo. 

Isto vai ajudá-lo a recuperar as contas que ficaram descontroladas, e a estar mais confortável no último trimestre, sabendo que tem esse fundo de poupança caso aconteça algum imprevisto

A regra é que estabeleça esta poupança logo no início do mês e que coloque de parte logo esse dinheiro para não ter tentações de o gastar. Não encare isto como uma missão de guardar 100 euros logo no início do mês. Avalie e guarde algo que seja realista e obrigue-se a cumprir.

Então, pode também ir colocando num mealheiro as moedas com que chega ao final do dia a casa. Esta é uma forma de ir colocando dinheiro de lado quase sem se aperceber.

Há vários desafios de poupança, descubra quais são os mais populares e se são boas soluções para aumentar o seu pé-de-meia.

Destralhe o que ficou do verão 

Outra opção que tem é fazer uma destralha de tudo o que ficou do verão. Isto é, se o seu filho está em fase de crescimento e as roupas deixam de servir de um ano para o outro, por exemplo, pode aproveitar já para destralhar a roupa deste verão e colocá-la à venda em segunda-mão. 

Também pode vender materiais de praia que já não utilizou este ano nem vai utilizar mais, como equipamentos, brinquedos do seu filho, malas, cadeiras. 

Coloque estas peças à venda em plataformas como o OLX, ou o Marketplace, e recupere dinheiro com o que já não usa

Faça uma revisão dos seus créditos e seguros 

Tem ainda a opção de fazer uma revisão e negociação das condições dos créditos atuais que tem, como também dos seguros.  

Se tem um crédito habitação há, pelo menos, dois anos, já pode renegociar as condições com que acordou. Isto porque spread atual já se pode ter alterado, visto que tem vindo a descer nos últimos anos.

Pode ainda fazer isso relativamente aos seguros que tem. O seguro de vida e o seguro multirriscos são seguros exigidos quando contrai um crédito habitação. Pelo que, na altura em que fez o crédito os preços praticados podem estar diferentes dos atuais. 

Nesse sentido, faça a sua pesquisa, simule e compare preços e condições para decidir se este é um ponto onde consegue ficar a pagar uma prestação mais baixa para reequilibrar as suas contas. 

Tomemos como exemplo o caso real do Tiago (nome fictício), que decidiu alterar o seu seguro de vida. O Tiago pagava 37,71 euros por mês, 452,52 euros anuais, pelo seu seguro de vida e encontrou um seguro de vida noutra entidade com condições mais favoráveis para si e a pagar 263,88 euros anualmente. Pelo que, por ano, o Tiago vai poupar cerca de 188,64 euros.

Já a Joana (nome fictício), que também quis alterar o seu seguro de vida em busca de uma poupança, pagava 1.373 euros anualmente pela sua apólice. Ao procurar alternativas conseguiu um seguro de vida numa entidade diferente, condições semelhantes, e ficou a pagar 396,36 euros por ano. Ou seja, a Joana, anualmente, vai poupar 976,64 euros.

Pondere uma transferência de crédito habitação 

Se, após pedir uma revisão das condições do seu crédito habitação, continuar insatisfeito com a prestação que paga, saiba que existe ainda a opção de fazer uma transferência do seu crédito habitação para outra instituição bancária

Caso encontre outro banco que lhe proporcione melhores condições, que esteja a praticar taxas de juro e spread mais baixos, e que lhe proponha uma prestação mensal menor, pode equacionar esta opção também. 

Reveja outros encargos 

Reveja outros contratos que tenha, como o da eletricidade, o do gás, o de telecomunicações, subscrição de streaming

Estes são contratos que deve ir verificando se ainda faz sentido ter, pelo preço que paga em comparação ao serviço de que dispõe. Será que não há já pacotes melhores a um preço mais acessível no mercado? 

Pode ser um ponto onde consegue uma poupança, melhores serviços, e um reequilibrar não só de contas bem como de bem-estar

Leia também: Fim das moratórias. Quanto posso poupar com a revisão dos meus encargos mensais?

Evite novas despesas   

Se quer entrar num caminho de reequilíbrio financeiro neste último trimestre do ano, é essencial que, após adotar outras medidas de poupança, não se comprometa com novas despesas. A não ser que seja estritamente necessário.

Ou seja, não faça novos contratos, não compre nada desnecessário, não se coloque em novos pagamentos recorrentes para que não fique com menos rendimento do seu orçamento, sem necessidade de o fazer. 

Por isso, se pensar em colocar-se nessa situação, faça uma rígida avaliação previamente para perceber se é realmente por estrita necessidade ou apenas por desejo. 

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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