Imobiliário

Preços das casas caem pela primeira vez em 7 meses 

Fevereiro foi marcado por uma queda nos preços das casas, com o mercado de apartamentos a ser determinante para o comportamento mensal.

Imobiliário

Preços das casas caem pela primeira vez em 7 meses 

Fevereiro foi marcado por uma queda nos preços das casas, com o mercado de apartamentos a ser determinante para o comportamento mensal.

O mercado imobiliário em Portugal entrou neste novo ano com o dinamismo que vinha demonstrando, marcado, sobretudo, pela subida do preço das casas. Contudo, ao segundo mês, esta tendência mensal sofreu uma interrupção. 

Assim, em fevereiro, o preço da habitação nas principais capitais de distrito registou uma descida de 1% face ao mês anterior, com o preço médio por metro quadrado a recuar para 2.309 euros, de acordo com os dados da Alfredo. Esta descida mensal reflete, sobretudo, o comportamento do mercado de apartamentos, uma vez que os preços das moradias continuam a aumentar.

Índice de Preços Alfredo reúne informação de vários portais públicos de listagem e sites de agências imobiliárias com dados de transação que são posteriormente trabalhados utilizando algoritmos avançados de Inteligência Artificial, o que permite caracterizar a realidade do mercado imobiliário em Portugal de uma maneira nunca vista. O Doutor Finanças é parceiro da Alfredo no relatório emitido com dados em tempo real.  

A última vez que se verificou uma queda mensal foi em junho do ano passado, altura em que os preços sofreram uma descida de 1%, tendo fixado o preço médio por metro quadrado nos 2.100 euros. 

De realçar que a queda de preços em fevereiro não é nova. Já no ano passado, o índice de preços da Alfredo revelou uma descida na ordem dos 0,6%.

Ainda assim, em termos homólogos, os preços das casas continuam a registar uma subida superior a 7%, como se pode verificar no relatório de fevereiro.

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9 capitais de distrito com quebras nos preços mensais

Entre as 20 capitais de distrito analisadas, nove registaram quebras mensais nos preços médios. Guarda foi onde a descida foi mais pronunciada (-3,4%). Esta foi, aliás, a única capital de distrito que registou uma descida de preços homóloga (-6%) e é onde o preço por metro quadrado está mais baixo (423 euros).

As outras oito capitais de distrito onde se verificaram descidas mensais foram: Aveiro (-1,5%), Braga (-0,4%), Coimbra (-1,2%), Évora (-0,6%), Lisboa (-0,7%), Porto (-0,8%), Santarém (-1,6%) e Setúbal (-0,4%).

Portalegre lidera subidas anuais

Apesar de se verificar uma descida mensal, continua a verificar-se um aumento homólogo de preços (7,1%). A capital de distrito onde o preço médio mais subiu foi em Portalegre, onde a subida foi de 17,6%, com o valor a ascender a 608 euros.

Em segundo lugar surge o Funchal, onde o preço médio aumentou 16,3% para 2.823 euros no espaço de um ano.

Do lado oposto, apenas na Guarda se verificou uma descida homóloga, tal como referido acima.

Lisboa continua a liderar nos preços das casas  

Lisboa continua a ser o município com o valor mais elevado de preço médio por metro quadrado. Nesta capital de distrito, o valor do metro quadrado ascende a 4.674 euros, duas vezes mais do que a média nacional (2.309 euros).

O mesmo é dizer que em Lisboa uma casa de 100 metros quadrados custa 467,4 mil euros, enquanto na média nacional o valor é de 230,9 mil euros.

A segunda capital com preços mais elevados é o Funchal, onde o metro quadrado está nos 2823 euros.

Os dados da Alfredo mostram ainda que esta realidade de Lisboa abrange apartamentos e moradias. Assim, o preço médio de compra de um apartamento em Lisboa atingiu os 400 mil euros. Já nas moradias este valor ascendeu a 584 mil euros.

Preço dos apartamentos cai. Moradias continuam a valorizar

Em termos globais, os preços médios da habitação em Portugal caíram, em fevereiro. Mas esta não é a realidade da globalidade do mercado. Como já vimos, por capitais de distrito o comportamento é distinto. Mas, mais do que isso, a tipologia do imóvel também influência.

Assim, olhando apenas para o mercado de apartamentos, os preços médios registaram uma descida mensal de 1,6%, ainda que, em termos homólogos, o aumento seja de 4,3%. Em média, um apartamento em Portugal é vendido por 3.062 euros por metro quadrado.

E aqui, como referido acima, Lisboa destaca-se com os valores mais caros (o preço médio de compra de um apartamento atingiu os 400 mil euros). O extremo oposto é liderado por Portalegre, onde o preço médio de compra de um apartamento foi de 108 mil euros. 

Já analisando os dados do mercado de moradias, o preço médio aumentou 2,2%, em cadeia, e 8% em termos homólogos. O preço médio atingiu 1.235 euros por metro quadrado. Aqui, Lisboa continua a destacar-se como a capital mais cara (584 mil euros), enquanto na Guarda uma moradia é vendida por um preço médio de 42 mil euros, o valor mais baixo de todo o território nacional.

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Oferta aumenta mais de 4%  

Um dos fatores de destaque no relatório de fevereiro está relacionado com a oferta. O número de imóveis disponíveis no mercado aumentou 4,11% para um total de 183.238. Este aumento de oferta, que se verifica pelo segundo mês consecutivo, poderá ajudar a explicar parte da queda de preços, uma vez que o aumento dos preços da habitação em Portugal tem estado relacionada com a escassez de oferta.

Analisando os dados por tipo de mercado, no caso dos apartamentos, Lisboa liderou a oferta com 13.312 apartamentos e, no sentido oposto, Portalegre foi a capital de distrito com o número mais baixo de casas disponíveis (71). 

No que concerne a moradias, os dados mostram que o Porto foi a capital de distrito com a maior oferta (1.794), enquanto Portalegre (219) revelou o menor número de moradias disponíveis.

Outro indicador relevante para quem está a pensar comprar ou vender casa é o tempo em que demora entre colocar um imóvel no mercado e concretizar a venda do mesmo. Os dados da Alfredo mostram que, no mercado de apartamentos, em Santarém, um imóvel demora 117 dias para ser vendido. Este é o período mais pequeno em todo o pais. Do lado oposto está Vila Real onde o tempo médio de absorção ascendeu a 172 dias.

Já no mercado de moradias, Évora é onde é mais rápido vender uma moradia (131 dias), enquanto Bragança é onde demora mais: 230 dias.

Leia ainda: Gonçalo N. Rodrigues: “A procura é o dínamo do mercado imobiliário”

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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