A banca tradicional continua a dominar a intermediação financeira, na hora de investir, apesar do crescimento da adesão, sobretudo dos investidores de retalho, às plataformas low-cost

Quase metade dos portugueses (48%) aplica o seu dinheiro em produtos financeiros, apenas através da banca tradicional, revela o primeiro Barómetro Doutor Finanças Hábitos Financeiros, realizado em parceria com a Universidade Católica.  

A banca tradicional é preferida por mulheres, que compõem 31% da amostra de pessoas que diz recorrer a este tipo de intermediários para investir, enquanto os homens representam uma fatia de 27%. 

Por outro lado, apenas 23% recorrem a plataformas de investimento e só 16% utiliza estes intermediários de forma exclusiva. Já quando questionados sobre o recurso a corretoras online, apenas 14% contam com este tipo de intermediário (8% dos inquiridos só usam corretoras online).  

O intermediário a que as famílias menos recorrem são mesmo os bancos de investimento, que contam com uma percentagem de apenas 8%.  

De realçar que entre plataformas, bancos de investimento e corretoras online não existem diferenças estatisticamente significativas entre os sexos que preferem estes tipos de intermediários financeiros.  

Antes um amigo que um gestor financeiro

O Barómetro Doutor Finanças dá ainda conta que quando precisam de ajuda para investir, os portugueses preferem o auxílio de um familiar ou amigo (13% da amostra inquirida pela Católica) do que um gestor financeiro (10%).  

Também no campo do aconselhamento, a banca tradicional é a que ganha mais destaque, já que 19% dos respondentes dizem que que preferem a colaboração deste tipo de instituições.  

Ainda assim, a maioria prefere investir sem ajuda, tendo 49% dos inquiridos dito que aplica o seu dinheiro em produtos financeiros, de forma independente. Os homens (28%) são o que mais preferem investir sozinhos.  

Ao tomarem a decisão onde investir, a segurança surge como a primeira razão na hora de escolher a classe de ativos (42%), e só depois a rentabilidade do produto (23%).  

Ao todo, apenas 52% dos inquiridos investem, sendo que 29% optam por colocar o seu dinheiro em depósitos a prazo. Aliás, entre os que dizem investir num só produto, 17% acabam por optar por este tipo de instrumento de poupança.  

Os certificados de aforro são o segundo produto mais procurado (15%), seguido das ações (10%) e outros produtos, como imobiliário (11%), e do investimento em fundos (9%). Da amostra, 4% aplicam o seu dinheiro em criptoativos.  

Ficha técnica: Este inquérito foi realizado pelo Centro de Estudos Aplicados (CEA) da Universidade Católica Portuguesa em colaboração com o Doutor Finanças, entre os dias 2 e 17 de abril de 2025. O universo-alvo é composto por indivíduos com 18 ou mais anos residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir de uma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Para garantir a representatividade da amostra, esta foi ponderada por sexo, idade, escolaridade e residência. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 700 inquiridos é de 4%, com um nível de confiança de 95%. 

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