O início do período escolar é exigente para pais e crianças. Há várias alterações nas rotinas e adaptações, algumas vezes exigentes. O regresso às aulas, além de toda a preparação associada, é pautada por outro tipo de preocupações, nomeadamente no que respeita à saúde.
Ter filhos nos infantários traz mudanças significativas para as crianças e para as suas famílias. Há várias questões que preocupam os pais e que exigem uma atenção redobrada. Uma das maiores preocupações dos pais é o aumento das patologias respiratórias, comum nesta fase, e é este tema que vamos abordar neste artigo.
Termos como "infetário" surgem para descrever a facilidade com que infeções respiratórias se espalham nos ambientes escolares, onde as crianças convivem de forma próxima. No entanto, com as precauções adequadas, este desafio pode ser superado.
O importante é compreender estas preocupações e oferecer apoio especializado para prevenir e tratar estas condições, assegurando o bem-estar das crianças.
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A importância de prevenir infeções respiratórias nas crianças
Nos infantários, as infeções respiratórias são frequentes. Patologias como constipações, faringites, amigdalites e otites, causadas por vírus e bactérias, são as mais comuns. Estas infeções não só afetam o bem-estar das crianças, como podem evoluir para quadros mais graves, como bronquiolite e pneumonia, que requerem atenção redobrada.
Os sinais e sintomas destas patologias variam, mas os mais comuns incluem tosse, congestão nasal, febre, dor de garganta, dificuldade respiratória e cansaço. Em casos mais graves, podem surgir sinais de desconforto respiratório, como prostração, respiração acelerada, retração das costelas ao respirar (tiragem) ou estridor. É essencial que os pais estejam atentos a estes sintomas e à sua progressão.
Reconheça os sinais de alerta nas patologias respiratórias
Ao primeiro sinal de uma patologia respiratória, é crucial agir rapidamente para reduzir a propagação da infeção e aliviar os sintomas da criança. Manter uma boa hidratação, realizar lavagens nasais regulares, oferecer alimentos leves e garantir descanso são medidas fundamentais. Para crianças mais velhas, é importante reforçar a lavagem das mãos e limitar o contacto com outras crianças durante o período de doença. Procure profissionais que lhe deem orientações práticas e personalizadas, ajudando a implementar estas medidas em casa e garantindo o melhor cuidado possível.
A fisioterapia respiratória é um recurso essencial, especialmente em casos de infeções respiratórias agudas ou crónicas. O fisioterapeuta desempenha um papel crucial ao melhorar a capacidade respiratória da criança, facilitar a expulsão de secreções e proporcionar alívio imediato dos sintomas.
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Intervenção rápida e cuidados em casa: Como ajudar a criança a recuperar
Além da fisioterapia e do tratamento medicamentoso, os pais podem adotar várias medidas em casa para acelerar a recuperação da criança. A lavagem nasal com soro fisiológico é recomendada para desobstruir as vias aéreas superiores e facilitar a respiração. É igualmente importante manter o ambiente livre de fumos e garantir boa ventilação em casa.
Embora a entrada no infantário exponha as crianças a um aumento das patologias respiratórias, com medidas preventivas adequadas e monitorização atenta dos sintomas, acompanhadas por intervenção precoce de profissionais de saúde, é possível mitigar os efeitos dessas infeções.
Ricardo Biscaia é Fisioterapeuta, licenciado pela Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa e pós-graduado em Fisioterapia Respiratória Avançada pela Escola Superior de Saúde de Alcoitão. Com uma forte atuação nesta área, dedica-se à recuperação respiratória de crianças, oferecendo cuidados altamente especializados. Atua na Clínica Rebalance, presencialmente e em visitas ao domicílio (na sua maioria), onde aplica o seu vasto conhecimento para melhorar a qualidade de vida dos seus pacientes. Colaborou ainda com o Sport Lisboa e Benfica e o Clube Futebol “Os Belenenses”, contribuindo para a performance das equipas seniores e de formação.
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