O subsídio de Natal é, para muitos, um dos momentos mais esperados do ano. Este rendimento extra, que costuma ser pago entre novembro e dezembro, pode ser encarado como uma bomba de oxigénio para equilibrar o orçamento familiar. Porém, pode ser um perigo se for mal gerido.
É normal querer aproveitar o dinheiro para celebrar, comprar presentes ou recompensar-se após um ano de trabalho. No entanto, sem planeamento, o subsídio pode desaparecer em poucos dias e custar caro à sua carteira nos meses seguintes.
É importante que encare o subsídio de Natal como um reforço da sua estabilidade financeira e o integre no seu planeamento financeiro anual.
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Quais os erros mais comuns?
Erro 1: Gastar tudo em compras por impulso
O primeiro erro é gastar tudo em compras por impulso. A época natalícia, a par das promoções da Black Friday, podem parecer irresistíveis e torna-se fácil cair na tentação.
Por isso, antes de comprar, defina um limite máximo para gastar. Faça uma lista de necessidades e desejos e siga-a com rigor. Se possível, espere 24 horas antes de realizar uma compra. Muitas vezes, o impulso dá lugar à racionalidade e desaparece.
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Erro 2: Ignorar dívidas ou prestações em atraso
O erro número dois é ignorar dívidas ou outros encargos que tenha em atraso. Usar o subsídio de Natal apenas para consumir e deixar dívidas por pagar é um dos erros mais graves. Isto porque os juros vão acumular-se rapidamente e podem comprometer o seu orçamento nos meses seguintes.
Assim, a dica é destinar uma parte do subsídio para amortizar créditos pessoais ou saldos de cartões de crédito. É uma oportunidade de transformar este rendimento extra em alívio financeiro.
Erro 3: Não planear despesas futuras
O terceiro erro é não planear despesas futuras. O novo ano traz consigo as despesas do costume (IMI, IUC, seguros, propinas, entre tantas outras). Se gastar tudo em dezembro, pode começar o novo ano com dificuldades.
Assim, reserve antecipadamente uma parte do subsídio para cobrir estas despesas fixas. Pode colocá-la numa conta poupança separada, de acesso fácil, ou num produto que lhe permita resgatar o dinheiro assim que precisar.
Erro 4: Esquecer a poupança e o investimento
Outro erro é esquecer-se da sua poupança ou investimentos. Poupar parte do subsídio é uma das formas mais simples de fortalecer o seu futuro financeiro. Esta é também uma oportunidade para reforçar o fundo de emergência ou investir.
Aplique uma percentagem do subsídio numa poupança estruturada: um PPR, uma conta poupança ou fundo de emergência ou em investimentos conservadores.
Erro 5: Confundir generosidade com descontrolo
E por fim, o erro número cinco é confundir generosidade com descontrolo. É natural que o espírito natalício convide à partilha, mas facilmente pode cair em exageros. Presentes caros, jantares elaborados e gastos com festas são fontes comuns de desequilíbrio financeiro nesta altura.
Para evitar que as finanças saiam do seu controlo, defina uma lista de pessoas a quem quer dar um presente e estabeleça um orçamento máximo por cada uma. Além disso, aposte em lembranças simbólicas, experiências ou presentes feitos em casa.
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Como dividir o subsídio de Natal?
Cada família deve gerir o seu orçamento da forma mais ajustada à sua realidade. Porém, um método simples e prático a que podem recorrer é distribuir o subsídio por percentagens equilibradas.
Por exemplo: 40% para despesas de Natal, pessoais ou de lazer, 30% para pagamento de dívidas e encargos futuros e 30% para poupança e investimento.
Desta forma vão conseguir celebrar o Natal e, ao mesmo tempo, garantir a segurança financeira. O essencial é definir prioridades antes de o dinheiro chegar à conta, em vez de tentar “remendar” depois de o gastar.
O objetivo é celebrar com consciência, garantindo que entra no novo ano com tranquilidade e não com preocupações financeiras.
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