Crédito Habitação

Crédito habitação: Juro médio supera os 4% pela primeira vez em 11 anos

A taxa de juro média dos contratos com taxa variável (4,20%) aproximou-se da taxa fixa (4,19%) em maio, com a subida progressiva da Euribor.

Crédito Habitação

Crédito habitação: Juro médio supera os 4% pela primeira vez em 11 anos

A taxa de juro média dos contratos com taxa variável (4,20%) aproximou-se da taxa fixa (4,19%) em maio, com a subida progressiva da Euribor.

A subida das taxas Euribor, que têm atingido máximos sucessivos, está a ter um forte impacto nos juros pagos pelas famílias nos seus empréstimos da casa. Nos novos contratos de crédito habitação, a taxa de juro média aumentou de 3,97%, em abril, para 4,15% em maio, superando o limiar dos 4% pela primeira vez em 11 anos, revela o Banco de Portugal.

Considerando apenas os novos créditos para habitação própria e permanente, a taxa de juro média dos empréstimos contratados a taxa variável foi de 4,20% em maio, praticamente igual à taxa de juro média dos contratos a taxa fixa (4,19%).

Apesar deste aumento, as famílias portuguesas pediram mais dinheiro aos bancos para comprar casa do que no mês anterior. De acordo com o supervisor, os bancos concederam, em maio, 1.623 milhões de euros em novos empréstimos à habitação, mais 353 milhões face a abril.

Mas não foi apenas para a compra de casa que a concessão de crédito aumentou. No total, as novas operações de empréstimos aos particulares totalizaram 2.289 milhões de euros (mais 495 milhões do que no mês anterior) com o crescimento a abranger todas as finalidades: no crédito ao consumo, foram concedidos mais 90 milhões de euros, enquanto nos empréstimos para outros fins foram mais 53 milhões.

Nestes financiamentos, a taxa de juro média aumentou de forma menos expressiva do que no crédito habitação: na finalidade consumo, a taxa de juro média passou de 8,69%, em abril, para 8,72%, em maio, enquanto nos empréstimos para outros fins subiu de 5,18% para 5,19%.

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Famílias voltaram a aumentar amortizações antecipadas do crédito habitação

Depois da ligeira quebra observada em abril, as famílias voltaram a aumentar, em maio, as amortizações antecipadas dos seus créditos habitação. De acordo com os dados do Banco de Portugal, os reembolsos antecipados de crédito à habitação própria permanente passaram de 0,67% para 0,81% do stock de empréstimos.

“Esta evolução foi comum aos reembolsos antecipados totais (0,52% para 0,66% do stock) e aos reembolsos antecipados parciais (de 0,14% para 0,15% do stock), prosseguindo a tendência de aumento das amortizações antecipadas dos empréstimos, observada desde setembro de 2022”, nota o Banco de Portugal.

Recorde-se que, nos créditos para compra ou construção de habitação própria e permanente, com taxa variável, está suspensa a exigibilidade do pagamento de amortização antecipada até ao final deste ano, uma medida que tem precisamente o objetivo de incentivar as famílias a amortizarem os seus empréstimos, de forma a mitigarem o impacto do aumento das taxas de juro.

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Juros dos depósitos em máximos de oito anos

Os dados do Banco de Portugal mostram também que a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares aumentou de 1,03%, em abril, para 1,26%, em maio, o que representa o valor mais elevado dos últimos oito anos.

Ainda assim, é o quarto valor mais baixo entre os países da Zona Euro, superando apenas o juro médio observado em Chipre (0,94%), na Eslovénia (1,09%) e na Croácia (1,25%).

Portugal está, assim, bem distante dos países que lideram o ranking, como a Lituânia, Itália e França, onde os juros médios dos depósitos ascendem a 3,25%, 3,12% e 3,09%, respetivamente.

Apesar disso, por cá, o montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares totalizou 7.490 milhões de euros, mais 1.276 milhões do que no mês anterior.

Os novos depósitos com prazo até 1 ano, que representaram 76% dos novos depósitos a prazo, foram remunerados em média a 1,18% (0,95% em abril). Os novos depósitos de 1 a 2 anos registaram uma remuneração média de 1,47% (1,29% em abril) e os novos depósitos com prazo acima de 2 anos, que corresponderam a 9% das novas operações de depósitos a prazo, apresentaram a remuneração média mais elevada, de 1,61% (1,12% em abril).

No caso das empresas, a remuneração média dos novos depósitos a prazo foi de 2,37%, um aumento de 0,03 pontos percentuais face ao mês anterior.

As novas operações de depósitos totalizaram 5.732 milhões de euros, menos 163 milhões do que em abril. Destes, 98% foram aplicados em depósitos a prazo até 1 ano.

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