É preciso recuar a agosto de 2008, um mês antes do momento que foi considerado o pontapé de saída da crise financeira global, o colapso do banco norte-americano Lehman Brothers, para assistir a um aumento tão expressivo na concessão de crédito habitação, como se viu em maio deste ano.
O stock de empréstimos para habitação aumentou 960 milhões de euros, em maio, relativamente a abril, totalizando 106,1 mil milhões de euros, de acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal. Em comparação com o mês homólogo, manteve-se a trajetória de aceleração com um crescimento de 6,8%, o mais elevado desde agosto de 2008.
Mas não foi apenas o crédito para a compra de casa que bateu em novos máximos, já que o montante total de empréstimos a particulares cresceu 6,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior, como não era visto há cerca de 16 anos.
E quem são os principais clientes deste tipo de crédito? Os números de maio ainda não foram divulgados pelo supervisor bancário, mas as informações relativas a abril confirmam que os jovens continuam a ter a maior fatia deste tipo de empréstimos (58%).
Este aumento expressivo da contratação de crédito pelas gerações mais novas coincide com a entrada em vigor da garantia pública no crédito. Esta procura já se começa a refletir nos montantes alocados pelos bancos, que já veem a fatia garantida pelo Estado para esta medida a sair dos cofres das instituições financeiras.
Por sua vez, o montante de empréstimos ao consumo e outros fins aumentou 222 milhões de euros relativamente a abril, para 31,2 mil milhões de euros, uma subida de 7,1% em termos homólogos.
Crédito automóvel volta a registar escalada de 10%
Assim como aconteceu em abril, o montante de empréstimos para a compra de carro registou uma subida na casa dos 10%, mais 80 milhões de euros, para um total de 8,7 mil milhões.
O stock de crédito pessoal contabilizou também uma taxa de variação anual semelhante à do mês anterior, no patamar dos 7%, para cerca de 12 mil milhões. Os cartões de crédito atingiram 3,2 mil milhões de euros, uma taxa de variação anual de 7,5%, não muito longe dos 7,7% verificados em abril.