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Entrevista com Pedro Andersson, do Contas Poupança

O Doutor Finanças entrevistou Pedro Andersson, criador do programa Contas-Poupança, com o objetivo de saber qual o maior problema financeiro dos portugueses.

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Entrevista com Pedro Andersson, do Contas Poupança

O Doutor Finanças entrevistou Pedro Andersson, criador do programa Contas-Poupança, com o objetivo de saber qual o maior problema financeiro dos portugueses.

O Doutor Finanças entrevistou Pedro Andersson, criador e apresentador do programa Contas-poupança, com o objetivo de saber qual o maior problema financeiro e qual a melhor dica para as finanças das famílias portuguesas.

A propósito do Dia Mundial da Poupança, o Doutor Finanças entrevistou algumas personalidades ligadas à temática das finanças pessoais. Hoje partilhamos consigo a entrevista completa de Pedro Andersson, do Contas-Poupança.

Saiba qual o maior erro dos portugueses a gerirem a sua poupança e como o aumento do consumo pode estar a comprometer as poupanças das famílias.

entrevista Pedro Andersson

“Fuja da inércia de pensar que não vale a pena estar a perder tempo com alguns telefonemas. Ou que não sabe, ou que não vale a pena. Tudo vale a pena. Ao fim do ano são centenas e às vezes milhares de euros que ficam no seu bolso.”

1. Do feedback e das mensagens que certamente recebe, consegue dizer-nos qual o maior problema financeiro dos portugueses?

Vou propositadamente fugir à questão porque não consigo escolher o maior problema financeiro dos portugueses. Na minha opinião, depois de analisar dezenas e dezenas de casos específicos, são três as principais causas dos problemas financeiros das famílias portuguesas:

1) Falta de informação. Os consumidores portugueses aceitam tudo o que lhes dizem (cada vez menos). Vão ao banco, fazem uma pergunta ou pedem um crédito e aceitam como bom o que lhes oferecem sem duvidar e sobretudo sem comparar com a concorrência e sem a posterior negociação.

2) Falta de organização. Ganhamos e gastamos sem qualquer espécie de controlo sobre o nosso orçamento mensal. Aliás, praticamente não conheço ninguém que tenha DE FACTO, um orçamento familiar e que o siga criteriosamente.

3) Falta de metas e objetivos a longo prazo. O português típico pode até poupar, mas raramente sabe para quê. Quando isso acontece, sempre que atinge um determinado patamar de poupança aproveita logo para gastar o que poupou num objetivo de curto prazo. Assim, nunca terá dinheiro "livre" para investir e pôr o dinheiro a trabalhar para ele. Está sempre a trabalhar para ganhar dinheiro para pagar despesas.

2. Qual o maior erro dos portugueses na gestão das suas poupanças?

Não saberem quanto ganham e quanto gastam. Enquanto houver saldo na conta está tudo bem.

Depois, quando perto do fim do mês o dinheiro acabou entram em depressão e desespero. Muitos de nós esquecemo-nos de que se o dinheiro desapareceu da conta foi porque NÓS o gastámos. Será que se deu ao trabalho de renegociar todos os seus contratos para reduzir ao máximo as suas despesas? Está disposto a fazer sacrifícios para aumentar a sua poupança? Está disponível, tendo um objetivo preciso, a tentar encontrar fontes de rendimento extra para atingir as suas metas num tempo razoável com prazos bem definidos?

Infelizmente, verifico que em muitos casos, as pessoas nem sequer pensam no dinheiro como uma ferramenta para atingir fins. Só pensam no mês a mês e não no ano a ano ou no que querem daqui a 10 ou 20 anos.

O segredo está em avaliar bem a nossa situação financeira atual, definir onde quero chegar, encontrar os meios de chegar lá e depois ir corrigindo o rumo até atingir os objetivos. Isto tanto se aplica a quem ganha 500 euros como a quem ganha 5.000.

3. Até que ponto o aumento do crédito ao consumo está ou pode comprometer a poupança dos portugueses?

As pessoas esquecem-se que a economia tem ciclos. Já passámos por uma fase muito má. Agora estamos numa fase "mais ou menos", mas a verdade é que é apenas uma questão de tempo até chegar uma nova crise.

E pode ser inesperada. É só "alguém" espirrar num país qualquer do mundo, um banco importante falir (outra vez) inesperadamente e estaremos de novo mergulhados numa crise.

Quem estiver nessa altura endividado mais do que consegue suportar, estará em graves problemas. O segredo está no equilíbrio das nossas contas. Não vale a pena sermos "forretas" porque temos de viver a nossa vida, mas também não devemos viver como se não houvesse amanhã.

É uma questão de bom senso e de termos uma boa "almofada" financeira para enfrentar qualquer emergência (pessoal, nacional ou internacional).

4. Tem alguma dica de poupança que considere fundamental partilhar com os portugueses?

Comparar sempre tudo. Desde a forma como entrega o IRS (em conjunto ou separado, etc) até às consultas de saúde, passando por todos os seguros, créditos à habitação, combustíveis, telecomunicações e compras no supermercado.

Comparar, negociar e não ter medo de mudar para outra empresa se fizerem mais barato.

Fuja da inércia de pensar que não vale a pena estar a perder tempo com alguns telefonemas. Ou que não sabe, ou que não vale a pena. Tudo vale a pena. Ao fim do ano são centenas e às vezes milhares de euros que ficam no seu bolso. Não deite dinheiro à rua só porque não quer ter o trabalho de procurar o que quer, mas mais barato. Muitas vezes (em diria em praticamente todas as situações) encontra melhor pagando menos do que paga agora. Só tem de procurar, encontrar e mudar. E ficar a pagar menos.

Depois o que faz com o dinheiro que fica a "ganhar" é consigo: Poupar, gastar ou investir. Mas aí já é você que decide. Não são os outros. É essa a (grande) diferença!

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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