Finanças pessoais

Estratégias para envolver as crianças nas compras e comparação de preços

Desenvolver estratégias para sensibilizar as crianças quanto à comparação de preços poe fazer a diferença na hota de passarem a lidar com dinheiro.

Finanças pessoais

Estratégias para envolver as crianças nas compras e comparação de preços

Desenvolver estratégias para sensibilizar as crianças quanto à comparação de preços poe fazer a diferença na hota de passarem a lidar com dinheiro.

Desenvolver estratégias para sensibilizar as crianças quanto ao dinheiro, particularmente à comparação de preços é muito importante. Isto porque quanto mais cedo forem passadas as noções básicas de finanças, mais preparados vão estar os jovens quando lidarem com o seu dinheiro.

Poupar é fundamental. Neste artigo, abordamos especialmente a poupança associada às compras, as comparações de preços e como podemos incluir as crianças e jovens nas escolhas diárias.

Como desenvolver bons hábitos financeiros nas crianças?

Aprender a lidar com dinheiro deve ser ensinado na infância, a partir de tenra idade, sendo que existem diversas estratégias para o fazer. Dada a complexidade de certos tópicos, nem tudo pode ser explicado a crianças pequenas, pois não conseguiriam entender. No entanto, tópicos como poupar, comparar preços ou juntar dinheiro podem ser trabalhados pelos mais pequenos.

Consoante as faixas etárias, existem diferentes estratégias que podem ser aplicadas. Por exemplo, para crianças mais velhas, podemos utilizar exemplos teóricos ou atribuir-lhes tarefas de maior responsabilidade. Por outro lado, quando falamos de crianças mais pequenas, as estratégias práticas com exercícios de imitação podem ser as mais adequadas.

Assim, detalhamos, de seguida, os diferentes tipos de estratégias, assim como, a sua aplicação às diferentes faixas etárias, tratando-se apenas de uma divisão indicativa. Dependendo da criança poderá ter de ser adaptada.

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Dos 4 aos 6 anos

A faixa etária dos 4 aos 6 anos (a primeira) exige-nos mais cuidado. Nesta fase, as crianças não têm tanta compreensão sobre a importância do dinheiro ou das razões pelas quais devemos poupar. Assim, as estratégias devem passar por usar pequenas explicações e mais exemplos práticos. Tenha em atenção que, apesar de algumas destas crianças conhecerem os algarismos, não significa que lhes atribuam o seu correto significado. Nesta faixa etária, o melhor local de aprendizagem é diretamente nas lojas ou supermercados, para que a criança possa ser envolvida no processo.

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Brincadeiras de faz-de-conta

Esta estratégia pode mesmo ser a ideal para crianças mais pequenas, pois assemelha-se a uma brincadeira. Por exemplo, utilize artigos de brincar como alimentos de plásticos e pacotes de cartão. Estes kits existem à venda em diversas superfícies. No entanto, se não quiser gastar dinheiro pode utilizar artigos que tenha em casa. De seguida, coloque etiquetas com "preços" nos diversos alimentos. Depois disso, estão prontos para brincar aos supermercados.

Esta brincadeira é boa para analisar alguns aspetos. Por um lado, a criança vai ser capaz de estabelecer comparações de preços, sob sua indicação. Além disso, será também um ótimo momento para analisar as escolhas das crianças. Por exemplo, pode analisar o tipo de alimentos pelos quais têm preferência, assim como, as suas prioridades. Por exemplo, se a criança escolher um boneco em vez de um alimento, será uma boa forma para explicar a noção de prioridades e o que é mais importante.

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Atividades de planeamento

Estas atividades são ótimas para desenvolver com os mais novos, não só as questões da comparação de preços, mas também, para abordar questões relacionadas com responsabilidade. Por exemplo, peça ajuda ao seu filho para fazer uma lista de compras para uma ocasião especial. Esta pode ser uma festa pequena, um picnic em família, entre outras. Deve, inicialmente, atribuir a responsabilidade da lista à criança. Numa primeira instância, o seu papel é só de anotar. De seguida, devem, em conjunto, percorrer a lista e perceber se existem artigos que tenham ficado de fora. Por exemplo, a criança pode ter-se esquecido das bebidas.

Depois de concluída a lista, devem dirigir-se ao supermercado para comprar os artigos. Esta será uma ótima oportunidade para fazer a comparação de preços. Inicialmente, deixe a criança fazer as escolhas. De seguida, devem analisar os produtos escolhidos e verificar se são, de facto, a melhor opção a nível de preço.

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Imagem do livro infantil do Doutor Finanças e de uma criança a usar uma calculadora gigante

Dos 7 aos 9 anos

Nesta fase, já temos os mais novos em idade escolar, logo a compreensão sobre determinados assuntos será superior, o que vai permitir usar estratégias ligeiramente mais complexas. No entanto, é importante continuarmos a manter as explicações relativamente simples, para mais fácil retenção.

Por esta altura as crianças, geralmente, frequentam o 1.º ciclo do ensino básico. Aqui já começam a perceber um pouco mais sobre matemática e, principalmente, aprendem a fazer operações simples. No que diz respeito às compras e comparação de preços, continuam a ser preferíveis os exercícios práticos, no entanto, algumas explicações podem ser dadas de uma forma mais teórica.

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Introduza a ideia de dinheiro

Esta estratégia é importante nesta faixa etária, especialmente numa fase inicial. Antes de explicar como se deve comparar preços e a sua importância, introduza noções de dinheiro. Sente-se com o seu filho, mostre-lhe as diferentes moedas e notas e explique o seu valor. Ele pode não compreender imediatamente o "valor", mas vai apreender algumas noções básicas.

Para solidificar esta aprendizagem, crie uma loja fictícia. Por exemplo, como no tópico anterior, pode simular uma loja com artigos de brincar. A criança deve mostrar como faria as compras. No entanto, deve introduzir uma mudança. A criança terá um valor máximo para gastar. Assim, terá de fazer escolhas consoante o dinheiro que tem. Além de poderem estabelecer comparações de preços, será, também, útil para que o seu filho compreender que não podemos comprar tudo o que queremos, pois o dinheiro não chega.

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Deixar a criança "fazer as compras"

Esta estratégia tem como objetivo perceber o que a criança aprendeu sobre dinheiro e colocar essa aprendizagem à prova. Não é fácil ir às compras com crianças pequenas. Assim, antes de o fazer deve escolher uma hora menos movimentada e ter uma lista pequena.

Acompanhe a criança pelo supermercado e deixe-a fazer as compras segundo a sua lista. Nesta altura, pode optar por ir dando algumas indicações ou esperar pelo final para o fazer. No final, deve, juntamente com a criança analisar os artigos selecionados e perceber se foram as melhores escolhas a nível de preço. Por esta altura, a criança já tem noções de matemática e dinheiro, e será mais fácil entender as diferenças de preços.

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Dos 10 aos 12 anos

Nesta faixa etária as estratégias podem começar a ser ligeiramente diferentes. Aqui temos crianças a frequentar o 2.º ciclo do ensino básico, ou seja, entre o 5.º e 6.º ano. Com estas idades as crianças já têm um nível de entendimento superior no que diz respeito ao dinheiro. Os exemplos não precisam de ser todos práticos, podendo optar por algumas explicações teóricas. No que diz respeito à complexidade dos temas, também esta pode ser um pouco aprofundada.

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Ensine as crianças a ler as etiquetas de preço

Ensinar os mais novos a ler etiquetas de preço é fundamental quando falamos em comparações. Primeiro, deve explicar-lhes que todas as comparações devem ser feitas para as mesmas quantidades. Por exemplo, se a criança vir uma lata de feijão pequena muito mais barata que uma maior, vai achar que a pequena é uma melhor opção. No entanto, deve explicar-lhe que só pode fazer essa comparação para a mesma quantidade. Aí, mostra-lhe, na etiqueta de preço, onde pode obter a informação do preço/kg ou preço/unidade.

Além dos preços por quilograma ou unidade, deve também explicar como podemos ver que um artigo tem desconto. Normalmente, etiquetas promocionais têm uma coloração diferente e preços riscados.

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Envolva a criança em compras online

Atualmente, as compras online estão a ganhar terreno entre os consumidores. Assim, pode aproveitar estes momentos, torne-os numa aprendizagem para os mais novos. Vamos supor que o seu filho precisa de algumas peças de roupa e opta por compra online. Sente-se com a criança para que esta acompanhe todo o processo. Inclusive, deixe-a escolher alguns itens para posteriormente analisarem as escolhas. Esta análise deve ser feita a nível de preços, mas também de orçamentos. Deve explicar à criança o montante máximo que pretende gastar, de modo que as suas escolhas não superem esse valor.

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Acima dos 12 anos

Nestas faixas etárias exemplos teóricos são bastante apropriados, tendo sempre em consideração a complexidade do tema. Assim, pode introduzir alguns assuntos financeiros do agregado familiar, como por exemplo contas e poupanças.

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Envolva os mais novos na comparação de marcas

Nestasa idades, é importante abordar outros aspetos que não só o preço. Ter a noção que o mesmo artigo pode ter preços diferentes por ser de outra marca é bastante importante. Além disso, deve ser explicado à criança que diferentes marcas, por vezes, indicam diferentes qualidades de produto, sendo esse um fator importante nas tomadas de decisão.

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Analise descontos e promoções

Esta é, sem dúvida, umas das estratégias que mais impacto pode ter a longo prazo. Ensine o seu filho a analisar descontos e promoções. Por esta altura ele já estará familiarizado com simples multiplicações e divisões. Assim, explique-lhe como se calcula uma percentagem de desconto, de modo a que ele possa verificar se as promoções publicitadas estão, efetivamente, corretas.

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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