Ainda se lembra dos desejos e das promessas que fez a si mesmo no início do ano?
Era este ano que ia ser, não era? Era só boas intenções e a motivação estava lá em cima. Estamos a meio do ano. É uma altura para parar 5 minutos e pensar nos objetivos que atingiu. Vamos a isso?
O que já fez?
Gerir as finanças pessoais é um trabalho que vai ter de ter durante toda a sua vida. Se assumir isso como uma coisa normal, vai ser mais fácil. É a única forma de garantir estabilidade e alcançar os seus objetivos financeiros.
Nos primeiros seis meses do ano, uma das ações essenciais que já devia ter feito era a criação e a revisão de um orçamento mensal detalhado. Já fez isso? Este orçamento deve incluir todas as fontes de rendimento e todas as despesas previstas, desde as fixas, como a renda ou o crédito à habitação, seguros e impostos, até às variáveis, como alimentação, eletricidade, gás, água, combustíveis e lazer. Ter um orçamento permite identificar áreas onde se pode realmente poupar e evitar gastos desnecessários. Além disso, é importante ajustar o orçamento regularmente para refletir mudanças nas finanças pessoais. Se já o fez, agora - a meio do ano - é altura de o rever. Se ainda não o fez, é uma boa altura para começar porque setembro é simbolicamente o segundo início do ano (ainda tem um mês para fazer esse planeamento com calma).
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Outra medida crucial é a constituição de um fundo de emergência. Já o começou? Este fundo deve cobrir entre seis e doze meses de todas as suas despesas obrigatórias e serve como um colchão financeiro para imprevistos, como desemprego, acidentes, avarias ou despesas médicas inesperadas. Nos primeiros seis meses do ano, o foco deve estar em poupar uma percentagem do rendimento mensal para este fundo, garantindo que ele está disponível quando necessário. Se ainda não começou, comece agora. Ainda vai a tempo. Não vai estar à espera de janeiro outra vez, certo?
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E nos meses que faltam até ao fim do ano?
Nos seis meses (ou os que forem) restantes do ano, uma das principais ações que deve realizar é a revisão dos objetivos financeiros anuais. Se decidiu em janeiro poupar mil euros este ano (ou 2 ou 3 mil) quanto é que já juntou até agora?
Avaliar o progresso em relação às metas estabelecidas no início do ano, como poupanças para férias, amortização de dívidas ou começar um investimento ou um PPR, é essencial. Se necessário, ajuste as estratégias para garantir que esses objetivos ainda são alcançáveis até ao final do ano.
Outro passo importante é a otimização dos investimentos. Para quem já tem investimentos, é aconselhável rever o portefólio e ajustar conforme as condições do mercado e os objetivos pessoais. Para quem ainda não investiu, o segundo semestre é um bom momento para começar, considerando opções como PPR (Planos de Poupança Reforma), fundos de investimento ou ações. Não guarde fazer um PPR para dezembro (já perdeu 6 meses de rendimento) para obter os benefícios fiscais.
Finalmente, a preparação para o próximo IRS é fundamental nos últimos meses do ano. Se ainda não criou o hábito de pedir faturas com número de contribuinte, comece já. Ainda pode aproveitar 6 meses (incluindo os meses de verão onde gastamos mais em restaurantes, hotéis e oficinas (com as revisões antes das férias).
Tem aqui mais uma pequena lista de coisas que já podia ter feito e que ainda pode fazer antes do fim do ano:
Já tem um orçamento mensal e anual eficaz?
Já fez uma lista de todas as despesas diárias?
Já reservou dinheiro para pagar o seguro do carro, pneus, IUC, IRS, etc?
Já se paga a si mesmo assim que recebe (10%)?
Já abriu uma segunda conta bancária grátis?
Já faz a transferência automática para a poupança?
Já tem o fundo de emergência?
Já escolheu um PPR?
Já fez uma ordem automática para o PPR?
Já abriu conta numa corretora low cost?
Já transferiu para lá 100 euros?
Como vê, a vida é feita de pequenos passos. Melhorar as suas finanças pessoais não precisa ser uma revolução completa. Não se sinta perdido. Vá passo a passo.
Tem é de começar. Espero que, no fim do ano, já tenha feito uma, duas ou três destas coisas. Assim, no ano que vem, já não estará na mesma. Já estará mais à frente do que hoje.
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Pedro Andersson nasceu em 1973 e apaixonou-se pelo jornalismo ainda adolescente, na Rádio Clube da Covilhã. Licenciou-se em Comunicação Social, na Universidade da Beira Interior, e começou a carreira profissional na TSF. Em 2000, foi convidado para ser um dos jornalistas fundadores da SIC Notícias. Atualmente, continua na SIC, como jornalista coordenador, e é responsável desde 2011 pela rubrica "Contas-Poupança", dedicada às finanças pessoais. Tenta levar a realidade do dia a dia para as reportagens que realiza.
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