Todos nós já sentimos aquele impulso de comprar algo no momento. Aproveitar aquela promoção “imperdível”, um gadget novo que é tendência ou um jantar fora só porque “merecemos”.
Seja por gatilhos emocionais como stress, ansiedade ou tédio, promoções e publicidade agressiva nas redes sociais ou até mesmo o desejo de recompensa imediata, é importante saber reconhecer estes comportamentos para os podemos ajustar.
Há estratégias para evitar estes gastos impulsivos, mas também pode virar o jogo e transformá-los em oportunidades para poupar.
Qual o impacto das compras por impulso no orçamento?
As compras por impulso até podem parecer inofensivas, mas comprometem orçamentos, aumentam dívidas e dificultam a poupança. Por exemplo, sem se dar conta, gasta cinco euros num lanche na pastelaria, 20 euros num jantar que nem estava nos planos ou 30 euros numa compra online “só porque sim”. É a repetição desses gestos que tem um impacto real na sua poupança.
Faça as contas: imagine que gasta cinco euros por dia em pequenas despesas que na verdade eram desnecessárias.
- 5 euros = 150 euros por mês
- 150 euros × 12 meses = 1.800 euros por ano
Apenas com pequenas compras não planeadas todos os dias, pode estar a abdicar de uma parte da sua poupança anual. O suficiente para umas férias ou para reforçar o fundo de emergência, por exemplo.
Como dar a volta? Pode usar uma estratégias para resistir o impulso ou, melhor, redirecionar o impulso. Quando sentir vontade de gastar dinheiro, use essa energia para alimentar a sua poupança.
Experimente o Desmotivador de Compras do Doutor Finanças.
Faça uma transferência para a poupança
Quando sentir vontade de comprar algo de que não precisa, transfira exatamente o valor que iria gastar para a sua conta poupança. É uma regra simples que transforma o momento da tentação num gesto financeiro positivo.
Imagine que está aborrecido no seu sofá a navegar numa loja online e vê uns ténis a 60 euros. Em vez de clicar em “comprar”, abra a aplicação do banco e transfira esse valor para uma conta de poupança. No início pode parecer simbólico, mas ao longo do tempo em vez de sentir culpa por gastar, vai começar a sentir orgulho por ter poupado.
Crie um “mealheiro dos impulsos”
Esta dica é semelhante à anterior, com a diferença de que o vai fazer fisicamente. Por exemplo, com recurso a um frasco transparente. É uma forma de visualizar quanto está a poupar ao resistir a compras impulsivas.
Outra opção é sempre que resistir a um impulso, apontar o valor que teria gastado. No final do mês, faça as contas. Ver o valor que poupou vai reforçar a sua força de vontade, motivando-o para continuar.
Pode envolver a família no desafio e transformar este comportamento num jogo saudável de quem poupa mais ao resistir aos impulsos.
Associe o impulso a um objetivo de poupança
Ter um objetivo claro de poupança vai mudar a sua perceção na hora de gastar. Se sabe que está a poupar para uma viagem, uma entrada de casa ou para um fundo de emergência, é mais fácil resistir à tentação de comprar algo supérfluo.
Apesar de o cérebro preferir recompensas imediatas, quando visualizamos um objetivo maior, como uma viagem, uma casa ou a reforma, o peso da decisão muda. Por isso, na próxima vez que sentir vontade de comprar algo por impulso, pergunte-se: “Isto aproxima-me ou afasta-me do meu objetivo?”
Sempre que conseguir resistir, anote quanto poupou e qual é o objetivo correspondente, fazendo a devida transferência. Por exemplo:
- “Hoje não comprei o relógio”– 80 euros para o fundo da viagem.
- “Recusei um convite para jantar fora”– 25 euros para o fundo de emergência.
Ao adotar este comportamento com consistência, vai começar a associar o ato de resistir a um gasto impulsivo ao prazer de se aproximar do seu objetivo.
Leia ainda: 7 dicas práticas para aumentar a poupança
Experimente desafios de poupança para combater impulsos
Transformar a poupança num desafio é uma forma eficaz de se motivar a persistir porque vai ter a sensação de que está num jogo e o processo pode tornar-se divertido.
Estas são apenas algumas ideias:
- Desafio do impulso revertido: cada vez que tiver vontade de comprar algo, defina um valor e coloque no seu mealheiro ou numa conta-poupança.
- Desafio dos 7 ou 30 dias: passe uma semana ou um mês sem compras não essenciais. Registe tudo o que evitou gastar e faça as contas no final. Pode até “competir” com o resto da família.
Controlar impulsos não significa viver em privação. É importante manter uma relação equilibrada com o dinheiro, onde também há espaço para recompensas. O segredo está em gastar com intenção e planeamento, não por impulso.
Os impulsos de consumo não precisam ser inimigos da sua poupança. Pelo contrário, podem ser o motor que o leva a construir uma vida financeira mais estável.
