Poupar dinheiro é um passo essencial para uma vida financeira descansada. Dificilmente esta ideia será uma novidade para si. O problema é passar da teoria à prática: como poupar dinheiro mensalmente sem fazer um grande sacrifício?
Para responder a este desafio, fizemos um exercício – um plano de poupança constituído por sete medidas em diversas áreas:
- Telecomunicações
- Transportes
- Alimentação
- Subscrições e serviços de streaming
- Crédito habitação
- Tecnologia e compras
- Viagens
O resultado foi impressionante: apenas com estas sete medidas, foi possível poupar cerca de 5.200 euros. E tudo sem abdicar significativamente do conforto ou da qualidade de vida – simplesmente fazendo algumas trocas ou tomando decisões mais racionais.
Conheça a Missão Licença para Poupar
Pode conhecer este desafio descarregando o PDF seguinte, o “relatório” da Missão Licença para Poupar, na qual o “agente” Jaime Bronze põe em prática 007 operações para reduzir os gastos.

Para complementar a Missão Licença para Poupar, continue a ler este artigo, no qual vamos acompanhar o Jaime ao longo de cada uma destas sete operações.
Renegociar ou mudar o pacote de telecomunicações
Se não muda ou renegoceia o seu plano de telecomunicações há muito tempo, é possível que pague um valor semelhante ao do Jaime: 60 euros/mês por um pacote 4P (TV, internet, telefone fixo e telemóvel).
Para reduzir esta despesa, o primeiro passo foi analisar o contrato e perceber se já tinha terminado o período de fidelização. Como era o caso, o Jaime pesquisou ofertas no mercado e descobriu que há pacotes equivalentes a partir de 24 euros/mês.
O segredo está em pesquisar e negociar: o Jaime contactou a sua operadora, apresentou propostas concorrentes e pediu melhores condições. Como não conseguiu, mudou para a oferta mais vantajosa.
Resultados práticos
- Antes: 60 euros/mês | Depois: 24 euros/mês
- Poupança: 36 euros/mês → 432 euros/ano
Dicas extra
- Analise a oferta atual para escolher o melhor pacote de telecomunicações.
- Não tenha receio de negociar. As operadoras estão habituadas e basta tentar – se igualarem a melhor proposta e gostar do serviço, pode mantê-lo; se ficarem aquém, é só mudar.
- Atenção aos custos escondidos (taxas de ativação, fidelização, boxes adicionais, etc.).
- Não pague por serviços que não utiliza, só porque o custo adicional é baixo.
Poupar dinheiro nos transportes
O transporte é uma das áreas em que é possível poupar muito dinheiro. O Jaime fazia 30 km por dia a ir e vir de carro para o trabalho, o que representava uma despesa mensal considerável.
Considerando um consumo de 8 litros/100 km – um valor comum para deslocações no tráfego intenso da cidade – e um preço de gasolina de 1,693 euros por litro, o gasto era de cerca de 89 euros por mês (22 dias úteis).
Este montante só não era superior porque o Jaime não passa por portagens e tem a sorte de ter estacionamento gratuito no trabalho. Além disso, não estamos a considerar o desgaste do carro e o seguro.
Como mora e trabalha na cidade de Lisboa, o Jaime percebeu que o passe Navegante Municipal (30 euros/mês) lhe permitia poupar muito nas deslocações para o escritório. Ao trocar o carro pelo passe durante a semana, poupou 59 euros/mês, ou seja, 619 euros/ano.
Resultados práticos
- Antes: 89 euros/mês| Depois: 30 euros/mês
- Poupança: 59 euros/mês → 619 euros/ano (12 meses de passe vs. 11 meses de carro, para descontar o período de férias)
Dicas extra
- Calcule todos os custos associados ao carro, incluindo manutenção e seguro.
- Aproveite descontos para jovens, estudantes ou seniores.
- Se o uso de transportes públicos implicar caminhar mais, lembre-se dos ganhos em saúde.
Poupar na alimentação
Almoçar fora todos os dias pode criar um importante “buraco” no orçamento. O Jaime gastava cerca de 220 euros/mês em almoços de restaurante (média de 10 euros por refeição). Ao passar a planear menus semanais, cozinhar em casa e levar marmita para o trabalho, conseguiu reduzir este valor para metade.
Passou a preparar refeições ao fim de semana, a fazer compras com lista para evitar desperdício e a incluir snacks saudáveis e económicos.
Resultados práticos
- Antes: 220 euros/mês | Depois: 110 euros/mês
- Poupança: 110 euros/mês → 1.210 euros/ano (11 meses)
Dicas extra
- Faça uma lista de compras e aproveite promoções.
- Cozinhe em quantidade e congele porções para facilitar a semana.
- Varie as receitas para manter a motivação.
Subscrições e serviços de streaming
Os serviços de streaming são cada vez mais populares, mas podem ser uma fonte de despesas desnecessárias se não forem bem geridos. O Jaime e a mulher tinham contas individuais Spotify Premium (8,99 euros/mês cada um), mas trocaram-nas pela conta partilhada Spotify Duo (11,99 euros/mês no total).
Também tinham Netflix Standard (12,99 euros/mês) ativo todo o ano, mesmo quando não o usavam. Cancelaram a renovação automática e definiram um calendário de rotação: durante um mês, veem as séries mais recentes; a seguir, desativam a conta e aproveitam canais e plataformas abertas.
No mês seguinte, reativam o serviço e põem as séries em dia. Com este esquema, gastam, em média, 6,50 euros por mês (12,99 euros mês sim, mês não).
Resultados práticos
- Antes (apenas a metade paga pelo Jaime): 15,49 euros/mês | Depois: 9,24 euros/mês
- Poupança: 6,24 euros/mês → 74,88 euros/ano
Dicas extra
- Reveja todas as subscrições digitais (apps, jornais, plataformas).
- Aproveite períodos de teste gratuitos e plataformas gratuitas como RTP Play.
- Defina alertas no calendário para não se esquecer de cancelar subscrições.
Poupar no crédito habitação
O crédito habitação é, para muitas famílias, a maior despesa mensal. O Jaime tinha um crédito de 163.000 euros com prestação de 915,91 euros/mês, que pagava a meias com a mulher. A taxa era variável e o spread era de 1%. Pediu um check-up ao crédito com o Doutor Finanças, comparou propostas e transferiu para um banco com spread mais baixo: 0,7%. Ajustou também os seguros de vida e multirriscos fora do banco, conseguindo preços mais baixos e menores coberturas.
Optou por taxa mista, com taxa anual nominal (TAN) de 2,4% nos primeiros dois anos, para maior estabilidade no orçamento. Com estas mudanças, a prestação baixou para 720,84 euros/mês (dos quais o Jaime paga 360,42 euros).
