Emprego

Canudo na mão. Quanto vou ganhar no meu primeiro ordenado?

Os jovens licenciados, em média e em termos brutos, quando comparados com os que completam o ensino secundário, auferem um ordenado superior.

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Canudo na mão. Quanto vou ganhar no meu primeiro ordenado?

Os jovens licenciados, em média e em termos brutos, quando comparados com os que completam o ensino secundário, auferem um ordenado superior.

O retrato do panorama atual do emprego e salários dos jovens licenciados no nosso país, recentemente traçado pela Fundação José Neves, no relatório “Estado da Nação: Educação, Emprego e Competências em Portugal”, mostra que os jovens licenciados, em média e em termos brutos, quando comparados com os que completam apenas o ensino secundário, auferem um ordenado superior.

Assim, os jovens têm ganhos salariais superiores à generalidade da população nos cursos de pós-secundário e nos mestrados. Em 2018, havia um ganho salarial de 10,5% em concluir um curso pós-secundário não superior. No mesmo ano, os mestrados tinham um ganho salarial de 19,6% face às licenciaturas. O ensino pós-secundário não superior é o ensino de componente mais técnica, sendo organizado em Cursos de Especialização Tecnológica (CET) e ministrado por estabelecimentos de ensino secundário, centros de formação profissional, escolas tecnológicas e outras instituições de formação acreditadas pelo Ministério da Economia.

Atualmente, o ordenado líquido dos jovens licenciados ronda os 726 euros. Com base nos números do Instituto Nacional de Estatística (INE), o Expresso apurou que o rendimento médio mensal líquido dos jovens licenciados (até aos 24 anos), que começam a trabalhar por conta de outrem, sofreu uma dura queda na crise de 2008. Naquele ano, um recém-licenciado ganhava, em média, por mês, 793 euros líquidos, e nos quatro anos que se seguiram, caiu para 592 euros.

Desde 2013, este valor tem vindo a subir mas, em 2019, continuava 8,4% abaixo do que se registava antes da crise. Assim, tendo em conta a inflação, verifica-se que o referido ordenado de 726 euros reflete uma descida de 18,2% quando comparado com os valores praticados em 2008

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Seguir para o ensino superior, compensa?

Recuando até 2009, ano marcado pela crise financeira internacional, é possível constatar que todos os grupos de trabalhadores viram os seus ordenados reais diminuírem. Ainda assim, mais escolaridade está sempre associada a um salário superior. “Isto revela que a educação, em termos salariais, compensa”, concluem os autores do referido relatório publicado pela Fundação José Neves.  

Em geral, a compensação salarial associada a maior escolaridade é menor para os trabalhadores mais jovens, o que em parte se deve à sua menor experiência. Por exemplo, a vantagem de ter uma licenciatura face ao ensino secundário para os trabalhadores entre 25 e 34 anos é de 42%, que compara com os 72% do total dos trabalhadores.  

Eles ou elas, quem vai ganhar mais?

Independentemente do nível de ensino, o ordenado dos homens é mais elevado quando comparado com o das mulheres. Segundo apurou este estudo, a disparidade salarial tem vindo a diminuir ao longo da última década para o ensino secundário e licenciaturas, mas mantinha-se em 2018 no mesmo nível de 2010.  

Em 2018, a disparidade de género chegava a 28%, 38% e 32% para quem tinha o ensino secundário, licenciatura ou mestrado, respetivamente. As licenciaturas compensam em termos salariais face ao ensino secundário para ambos os géneros, mas em particular para eles.  

É nos diferentes ciclos do ensino superior que há diferenças. Enquanto o salário médio dos homens licenciados tem sido mais elevado que o dos homens mestres, para as mulheres assiste-se a uma convergência de ordenados entre os dois graus de ensino

O ampliar das diferenças salariais entre mestres e licenciados entre os trabalhadores mais jovens verifica-se tanto para homens como para mulheres, mas eles não só têm ordenados mais elevados do que elas, como também viram essa diferença salarial entre níveis de educação superior alargar-se mais

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Que áreas pagam melhor e pior?

Os benefícios salariais do ensino superior face ao ensino secundário são transversais a todas as áreas de estudo, mas há diferenças, acentuadas, que não têm evoluído uniformemente nos últimos anos. Porém, neste levantamento, os valores dos ordenados não abrangem os trabalhadores da Administração Pública, onde alguns setores assumem especial preponderância (Saúde e Educação).  

Assim, quem tem formação nas áreas de Tecnologias de Informação e Comunicação, Ciências Empresariais e Direito e Engenharia, Indústrias Transformadoras e Construção, tem os salários mais elevados. A remuneração da área que paga melhor (Tecnologias) é mais do que 50% superior à que paga pior (Educação). 

Já as áreas que pagam pior são Educação, Artes e Humanidades e Agricultura, Silvicultura, Pescas e Ciências Veterinárias.  

O decréscimo do salário real desde 2010 verifica-se em todas as áreas, com uma inversão de tendência a acontecer apenas nos anos mais recentes. O crescimento observado recentemente é mais acentuado nas áreas das Tecnologias de Informação e Comunicação, dos Serviços, e da Saúde e Proteção Social.  

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