Carreira e Rendimentos

Em 2025 mulheres ainda saem a perder nos salários, nas pensões e no desemprego

As mulheres são menos protegidas pela escolaridade e antiguidade, na hora de pagar um salário. Subir na carreira também é difícil.

Carreira e Rendimentos

Em 2025 mulheres ainda saem a perder nos salários, nas pensões e no desemprego

As mulheres são menos protegidas pela escolaridade e antiguidade, na hora de pagar um salário. Subir na carreira também é difícil.

As mulheres ganham menos, são menos protegidas pela escolaridade e antiguidade e contam com uma taxa de desemprego mais elevada, que contrasta com uma menor probabilidade de ocupar cargos de liderança.

Em média, as mulheres ganham em média menos 235 euros por mês, ou seja, menos 16% face os homens, revela o Barómetro sobre desigualdade salarial do Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho, publicado no  ano passado, mas que abrange dados até 2022.  E nem mesmo a escolaridade consegue proteger as mulheres da desigualdade na hora de receber um ordenado.  

Antiguidade e escolaridade não protegem as mulheres

A diferença na hora de ganhar um salário é mais expressiva quando a comparação é feita entre homens e mulheres que tenham concluído o ensino superior (541,7 euros). À medida que as qualificações descem, a diferença de ordenados é também mais esbatida. Tal significa “que quanto mais habilitadas e qualificadas são as mulheres, menos elas ganham relativamente aos homens”, como salienta a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.  

Assim, as mulheres que terminaram o ensino secundário arrecadam, em média, no final do mês menos 188,5 euros que os homens, um fosso salarial que cai para 137,4 euros, no caso de os trabalhadores terem terminado o ensino básico. 

Além da escolaridade, também a antiguidade tem mais peso numa carreira masculina do que feminina, sobretudo a partir dos 10 anos. A partir desta faixa, a diferença salarial entre homens e mulheres sobe para os três dígitos. Entre os 10 e 14 anos esta diferença é de 106,36 euros, subindo para os 107,66 euros entre os 15 e 19 anos, valor que escala para os 128,22 euros, quando se trata de carreiras superiores a 20 anos.  

Esta discriminação salarial acaba por ter um impacto na poupança a longo prazo, já que, como observa a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, “as disparidades salariais entre mulheres e homens ao longo da vida resultam numa disparidade ainda maior nas pensões, estando as mulheres idosas particularmente mais expostas ao risco de pobreza do que os homens”.  

Mulheres nos conselhos de administração fazem bem às contas

Ainda em termos de carreira, os homens continuam a ser uma presença mais assídua nos cargos de gestão do que as mulheres. Um estudo da multinacional Odgers Berndtson Board Solutions, citada pelo jornal online Eco, revela que há mais mulheres nos conselhos de administração das 30 maiores empresas em Portugal, incluindo as cotadas da bolsa de Lisboa, mas 83% estão em cargos não executivos. Ao todo, 34% dos administradores destas companhias são do sexo feminino, no entanto, esta percentagem fica muito aquém do exemplo dos pares europeus, onde a representação feminina ronda a fasquia dos 40%. 

Mas significa este valor que ter mulheres em postos de decisão pode ser pouco vantajoso para as empresas? A resposta parece ser “não”. Uma tese de mestrado da área da contabilidade defendida no ISCTE concluiu que “que as empresas que têm mais percentagem de mulheres nos conselhos de administração são as que têm menor ativo", mas também "menor endividamento e maior retorno sobre ativo”, este último indicador é essencial para medir o pulso à vitalidade da gestão, dado que revela a capacidade de uma empresa gerar lucro a partir dos seus ativos.    

Desemprego atinge mais as mulheres 

No entanto, ainda antes de sequer ingressarem numa carreira, as mulheres enfrentam mais dificuldades do que os homens quando chega a altura de entrar no mercado de trabalho. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) dão conta que no ano passado a taxa de desemprego nas mulheres (6,8%) foi superior à observada na população masculina (6%), uma tendência que já tinha sido observada em anos anteriores. Tal significa que das cerca de 351 mil pessoas sem postos de trabalho em 2024, mais de 183 mil eram mulheres.  

O cenário repete-se quando os números não medem só a taxa de desemprego, e portanto a percentagem de pessoas que procuram emprego (mas não encontram), mas as que também não estão sequer à procura. É o conceito de população inativa. No ano passado, a taxa de inatividade nas mulheres era de 44%, superior aos 36,4% contabilizados nos homens.  

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